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SAÚDE MENTAL & EMOCIONAL

Síndrome de Burnout: entenda quando o cansaço ultrapassa o limite 

O esgotamento profissional é mais do que simples cansaço, é um alerta do corpo e da mente para repensar o ritmo de vida e buscar ajuda

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 2 de nov. de 2025

Mulher jovem com síndrome de burnout fecha os olhos diante do volume de trabalho no escritório

A síndrome de Burnout é um distúrbio emocional causado pelo estresse crônico no ambiente de trabalho | Foto: Freepik

Cansaço constante, irritabilidade e sensação de estar “no limite” são sinais que merecem atenção. A síndrome de Burnout, também chamada de esgotamento profissional, é uma condição emocional grave provocada pelo estresse prolongado e intenso relacionado ao trabalho.

Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional, ela não é apenas um estado de fadiga. O burnout representa o ponto em que o corpo e a mente não conseguem mais se recuperar, exigindo apoio psicológico e mudanças reais na rotina para evitar consequências sérias, como depressão e isolamento.

O que é a síndrome de Burnout

A síndrome de Burnout é um distúrbio emocional causado pelo estresse crônico no ambiente de trabalho. O termo vem do inglês burn out, que significa “queimar até o fim”, uma metáfora para o esgotamento físico e mental extremo.

A pessoa afetada sente que não tem mais energia para lidar com as exigências do dia a dia e perde o prazer nas atividades que antes eram gratificantes.

Quem pode ser afetado

Embora qualquer pessoa possa desenvolver burnout, ele é mais frequente em profissionais sob pressão constante ou que trabalham diretamente com o público. Entre os mais afetados estão:

  • Profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos);
  • Professores;
  • Gestores e executivos;
  • Policiais e bombeiros;
  • Atendentes e profissionais de suporte ao cliente.

Com o avanço da tecnologia e o trabalho remoto, tornou-se ainda mais difícil desconectar-se das demandas profissionais, o que aumenta o risco de esgotamento.

Causas e fatores de risco

Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome:

  • Desequilíbrio entre esforço e reconhecimento;
  • Jornadas longas e falta de pausas;
  • Ambientes competitivos e com cobranças excessivas;
  • Falta de apoio de chefes ou colegas;
  • Insegurança profissional;
  • Dificuldade em separar vida pessoal e profissional;
  • Perfeccionismo e autoexigência exagerada;
  • Sensação de não corresponder às expectativas.

Esses fatores, quando persistentes, desgastam a capacidade de recuperação emocional e física do indivíduo.

Principais sintomas

O burnout afeta corpo e mente, gerando sintomas físicos, emocionais e comportamentais.

Sintomas físicos

  • Cansaço extremo que não melhora com o descanso;
  • Dores de cabeça, musculares ou nas costas;
  • Problemas digestivos e dor abdominal;
  • Alterações no sono (insônia ou sono excessivo);
  • Pressão alta e palpitações.

Sintomas emocionais e mentais

  • Irritabilidade e crises de ansiedade;
  • Sensação de fracasso, culpa ou impotência;
  • Falta de prazer no trabalho e nas atividades diárias;
  • Dificuldade de concentração e lapsos de memória;
  • Isolamento social e vontade de se afastar das pessoas.

Consequências da síndrome de Burnout

Sem tratamento, a síndrome de burnout pode evoluir para depressão, crises de pânico, dependência de substâncias e outras doenças mentais. O impacto vai além do trabalho, pois pode afetar relacionamentos, autoestima e qualidade de vida.

O esgotamento também pode comprometer a saúde física, aumentar o risco de doenças cardiovasculares e provocar o afastamento das atividades por longos períodos.

Diagnóstico da síndrome de Burnout

O diagnóstico deve ser feito por profissionais de saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras, com base nos sintomas e no histórico de exposição ao estresse profissional.

Muitas pessoas não percebem que estão adoecendo e continuam tentando dar conta de tudo. O apoio de familiares e amigos, portanto, é importante para reconhecer os sinais e incentivar a busca por ajuda.

Tratamento

A recuperação da síndrome de burnout exige tempo, cuidado e mudanças de rotina. O tratamento pode incluir:

  • Psicoterapia, para identificar causas, reconhecer limites e desenvolver estratégias de enfrentamento;
  • Medicamentos, quando há sintomas de ansiedade, depressão ou distúrbios do sono;
  • Mudanças na rotina, com descanso adequado, lazer, exercícios físicos e hábitos saudáveis;
  • Apoio no ambiente de trabalho, com revisão de metas, redistribuição de tarefas e incentivo à comunicação aberta.

Com acompanhamento adequado, a maioria das pessoas se recupera totalmente.

Como prevenir

A prevenção do burnout passa por autocuidado e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

Medidas individuais

  • Estabelecer limites claros entre trabalho e descanso;
  • Fazer pausas regulares durante o dia;
  • Aprender a dizer não a demandas excessivas;
  • Manter atividade física, alimentação saudável e lazer;
  • Buscar apoio psicológico diante de sinais de sobrecarga.

Medidas organizacionais

As empresas também têm papel essencial na prevenção. Elas devem:

  • Promover ambientes saudáveis e colaborativos;
  • Incentivar diálogo e reconhecimento profissional;
  • Oferecer suporte emocional e programas de bem-estar.

Confira: 7 dicas para equilibrar a vida pessoal e o trabalho

Perguntas frequentes sobre a síndrome de Burnout

1. O que é síndrome de burnout?

É o esgotamento físico e emocional causado pelo estresse prolongado no trabalho.

2. Quais são os primeiros sinais de burnout?

Cansaço extremo, irritabilidade, insônia, desmotivação e sensação de incapacidade são os sintomas mais comuns.

3. O burnout é considerado uma doença mental?

A OMS o reconhece como um fenômeno ocupacional, mas ele pode levar a transtornos mentais se não for tratado.

4. Qual profissional faz o diagnóstico?

Psicólogos e psiquiatras são os profissionais indicados para avaliar e confirmar o quadro.

5. O burnout tem cura?

Sim. Com tratamento adequado, descanso e mudança nas condições de trabalho, a recuperação é possível.

6. Quais profissões correm mais risco?

Profissionais da saúde, professores, gestores e atendentes estão entre os mais afetados.

7. O que diferencia burnout de estresse comum?

O estresse é uma resposta pontual a situações desafiadoras; o burnout é crônico e causa exaustão profunda e perda de motivação.

8. Como prevenir o burnout?

Estabelecer limites, cuidar da saúde física e emocional e buscar ajuda profissional diante dos primeiros sinais são as principais medidas preventivas.

Leia mais: 7 dicas de um médico para ser mais produtivo e ter menos estresse

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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