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Como montar um prato saudável para todas as refeições? 

Quando a alimentação é bem distribuída, o corpo recebe de forma contínua os nutrientes de que precisa para funcionar corretamente

Dra. Flávia Pfeilsticker

Dra. Flávia Pfeilsticker

5min • 13 de set. de 2025

Como montar um prato saudável para todas as refeições? 

Quando o assunto é boa alimentação, é comum ter dúvidas de como montar um prato saudável. Afinal, ele precisa garantir energia, saciedade e todos os nutrientes que o corpo precisa ao longo do dia. E isso vale para todas as refeições — do café da manhã ao jantar, passando pelos lanches e até as bebidas que acompanham a comida.

Na verdade, isso é mais simples do que parece: o segredo está em organizar bem os grupos alimentares, variar os ingredientes e dar preferência a alimentos in natura ou minimamente processados. Para esclarecer como aplicar isso na prática do dia a dia, conversamos com a nutróloga Flávia Pfeilsticker. Confira!

O que significa ter um prato saudável?

Um prato saudável e equilibrado é aquele que fornece ao corpo os nutrientes necessários na medida certa. Não existe alimento sozinho capaz de suprir tudo o que precisamos, logo, a base está na combinação.

Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, a base da alimentação deve ser formada por alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, grãos, tubérculos, ovos, carnes, peixes e leite. Os alimentos devem ser combinados de maneira que ofereçam todos os nutrientes que o corpo precisa:

  • Carboidratos complexos: arroz integral, batata, mandioca, inhame, milho, pães e massas integrais;
  • Proteínas: feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha, ovos, carnes magras, frango, peixe;
  • Verduras e legumes: fonte de vitaminas, minerais e fibras;
  • Frutas: ricas em fibras, vitaminas e antioxidantes;
  • Gorduras boas: azeite de oliva, oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas) e sementes (linhaça, chia, gergelim).

“O equilíbrio vem não só da quantidade, mas também da qualidade dos alimentos escolhidos: carboidratos preferencialmente integrais, proteínas magras, gorduras boas e uma boa dose de vegetais coloridos”, complementa a nutróloga Flávia Pfeilsticker.

É possível montar um prato saudável sem gastar muito?

De acordo com Flávia, é totalmente possível montar um prato saudável com alimentos acessíveis e baratos. “Arroz, feijão, ovos, hortaliças da estação, frutas simples como banana e laranja, e azeite em pequenas quantidades já formam a base de uma alimentação nutritiva. A chave está em variar os alimentos ao longo da semana e evitar ultraprocessados”, explica a especialista.

Na prática, isso significa apostar nos alimentos do dia a dia, comuns na mesa dos brasileiros, que são nutritivos e geralmente mais baratos. Comprar em feiras, sacolões e escolher produtos da safra ajuda a gastar menos e ainda garante variedade no prato.

Confira: Qual a diferença entre nutricionista e nutrólogo?

Como montar um prato saudável nas refeições?

Café da manhã

O café da manhã é considerado por muitos a refeição mais importante do dia, porque repõe a energia depois de horas de jejum. Quem costuma pular a refeição pode sentir queda de energia, dificuldade de concentração e fome exagerada ao longo do dia.

Ele não precisa ser grande ou cheio de produtos industrializados, mas deve incluir carboidratos, proteínas e gorduras boas, presentes em alimentos como:

  • Pães integrais, aveia, tapioca, cuscuz;
  • Ovos mexidos, queijo branco, iogurte natural;
  • Banana, mamão, abacaxi, morango;
  • Castanhas, sementes ou um fio de azeite no pão.

Almoço

O almoço costuma ser a refeição mais completa do dia, fornece energia para a segunda metade do dia e, muitas vezes, concentra a maior variedade de alimentos. Para organizar o prato de forma prática e saudável, existe uma técnica bem simples, conhecida como “prato saudável”.

A ideia é dividir visualmente o prato em quatro partes, garantindo equilíbrio entre nutrientes:

  • ½ do prato com vegetais: verduras e legumes crus ou cozidos, como alface, tomate, cenoura, abobrinha e brócolis;
  • ¼ do prato com proteínas: frango, peixe, carne magra, ovos ou leguminosas como feijão, lentilha e grão-de-bico;
  • ¼ do prato com carboidratos de qualidade: arroz integral, batata, mandioca, macarrão integral, quinoa.

De acordo com Flávia, as gorduras devem estar presentes em pequenas quantidades, mas diariamente, por meio de fontes saudáveis. A divisão é simples, mas traduz o equilíbrio entre carboidratos, proteínas e gorduras.

Outra dica interessante é apostar em temperos naturais! “Alho, cebola, ervas frescas, cúrcuma, gengibre e especiarias não só dão sabor como também oferecem compostos antioxidantes e anti-inflamatórios, reduzindo a necessidade de excesso de sal e melhorando a qualidade da refeição”, complementa a nutróloga.

Jantar equilibrado

O jantar deve ser mais leve que o almoço, mas sem deixar de ser nutritivo. Ele pode seguir a mesma lógica do almoço, só que com porções menores e ingredientes mais fáceis de digerir, como:

  • Verduras e legumes: saladas variadas, sopas, refogados;
  • Carboidratos leves: arroz integral, batata-doce, inhame, cuscuz, quinoa;
  • Proteínas magras: frango desfiado, peixe, ovos, tofu.

É importante evitar frituras, carnes gordurosas e refeições muito pesadas à noite, porque dificultam a digestão e atrapalham o sono.

Lanches equilibrados

Com a rotina corrida, é comum recorrer a salgadinhos, biscoitos recheados e refrigerantes durante os lanches, mas é possível ter opções práticas e e um prato mais saudável para incluir entre as refeições, como:

  • Frutas com oleaginosas, como banana e castanhas, maçã e amendoim torrado;
  • Iogurte natural com aveia, granola ou mel;
  • Sanduíche natural: pão integral com queijo branco e tomate;
  • Pipoca caseira: feita na panela, com pouco óleo e sal.

Uma dica é ter sempre algumas opções à mão. Carregar uma fruta ou um mix de castanhas na bolsa evita recorrer a alimentos ultraprocessados.

Quais bebidas posso tomar durante a refeição?

Água deve ser sempre a primeira escolha, seguida de sucos naturais sem açúcar e chás não adoçados, como camomila ou hortelã. Durante as principais refeições, o ideal é consumir pequenas quantidades de líquidos, já que o excesso pode atrapalhar a digestão e até aumentar a ingestão calórica.

Vale também ficar atento ao que evitar: refrigerantes, bebidas alcoólicas, sucos industrializados e outras opções ricas em açúcar.

Leia também: Alimentação saudável: o que é, benefícios e como ter

Erros mais comuns ao montar um prato saudável

Alguns deslizes no dia a dia podem comprometer a qualidade da refeição, como:

  • Exagerar em um grupo alimentar, normalmente carboidratos;
  • Deixar de lado os vegetais;
  • Usar proteínas em excesso;
  • Consumir muito pouco;
  • Uso excessivo de frituras e temperos industrializados.

De acordo com a nutróloga Flávia Pfeilsticker, um erro frequente é acreditar que saudável é sinônimo de restrição — quando, na verdade, equilíbrio significa diversidade e moderação.

“Manter uma alimentação equilibrada é essencial para a prevenção de doenças e para o bom funcionamento do organismo. Uma dieta adequada ajuda a controlar peso, glicemia, colesterol, pressão arterial e até processos inflamatórios. Além disso, fornece energia de forma estável ao longo do dia, melhora o sistema imunológico e reduz o risco de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares”, finaliza a especialista.

Perguntas frequentes sobre prato saudável

Preciso comer salada em todas as refeições?

Não é obrigatório em todas, mas é altamente recomendado. Verduras e legumes fornecem fibras, vitaminas e minerais essenciais que ajudam na digestão e na prevenção de doenças. Mesmo no café da manhã e nos lanches, é possível incluir vegetais em omeletes, sucos verdes ou até sanduíches naturais.

Qual é a importância do arroz com feijão?

O arroz com feijão é uma das combinações mais completas da alimentação brasileira. Enquanto o arroz fornece carboidratos e alguns aminoácidos, o feijão complementa com proteínas, fibras e ferro. Juntos, formam uma refeição que sustenta, é acessível e tem alto valor nutricional, sendo reconhecida como base saudável pelo próprio Guia Alimentar para a População Brasileira.

Preciso cortar carboidratos para ter uma alimentação saudável?

Não. Os carboidratos são a principal fonte de energia do corpo e não devem ser cortados sem necessidade. O que importa é escolher versões de melhor qualidade, como arroz integral, batata-doce, mandioca ou aveia, e equilibrar a quantidade no prato. Cortar carboidratos por completo pode levar à falta de energia e até a desequilíbrios nutricionais.

Frutas entram no prato equilibrado ou só como sobremesa?

As frutas podem ser consumidas como parte da refeição (em saladas, acompanhando pratos salgados ou até em preparações culinárias) ou como sobremesa natural, substituindo doces industrializados.

O importante é que elas estejam presentes diariamente, já que fornecem fibras, vitaminas e antioxidantes que ajudam a fortalecer o sistema imunológico, proteger as células contra o envelhecimento precoce e melhorar o funcionamento do intestino.

Preciso comer sempre no mesmo horário?

Não é obrigatório ter horários fixos para comer, mas ter regularidade ajuda o corpo a manter um ritmo saudável. Pular refeições pode levar a exageros mais tarde.

O ideal é respeitar a fome e evitar grandes intervalos sem comer, priorizando três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e lanches leves se necessário.

É melhor cozinhar em casa ou comprar pronto?

Sempre que possível, cozinhar em casa é a melhor escolha. Além de mais econômico, permite controlar ingredientes e reduzir o uso de sal, açúcar, óleos e temperos industrializados. Refeições caseiras também mantêm a tradição cultural e fortalecem os laços entre a família.

Quais temperos são mais saudáveis para usar no dia a dia?

Prefira temperos naturais, como alho, cebola, ervas frescas (coentro, salsinha, manjericão), pimentas, açafrão e gengibre. Eles realçam o sabor e trazem benefícios à saúde. Já temperos prontos, como caldos em cubo ou molhos industrializados, são ricos em sódio e aditivos e devem ser evitados.

Existe uma quantidade ideal de frutas por dia?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de pelo menos cinco porções de frutas e vegetais por dia. Isso pode ser alcançado, por exemplo, com duas a quatro porções de frutas e o restante de vegetais distribuídos ao longo das refeições.

Isso ajuda a garantir uma boa ingestão de fibras, vitaminas e minerais essenciais, que atuam na prevenção de doenças crônicas, fortalecem a imunidade e contribuem para o bom funcionamento do intestino.

Leia mais: 10 alimentos para aumentar a imunidade (e como incluir na dieta)

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Escrito por Dra. Flávia Pfeilsticker

Sobre

Mestre em Ciências da Saúde pelo Einstein. Título de Especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Área de Atuação em Nutrição Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral e Enteral (SBNPE).

Especialidades/Área de atuação

Nutrologia - CRM/SP 178.206

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