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Pressão alta: 10 atividades físicas para incluir na rotina

A prática frequente de exercícios cria adaptações no coração, nos vasos e no sistema nervoso que ajudam a manter a pressão mais estável ao longo do dia.

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 7 de dez. de 2025

Homem mais velho praticando exercício com faixa elástica, indicado para quem tem pressão alta

A prática de atividades físicas é recomendada para todas as pessoas, independentemente da idade, incluindo quem convive com hipertensão | Foto: Freepik

Não é novidade que treinar regularmente contribui para controlar o peso, melhorar o funcionamento do coração e ajudar na circulação do sangue, mas será que pessoas com pressão alta podem praticar atividades físicas normalmente? Conversamos com a cardiologista Juliana Soares para entender os benefícios do treino para regular a pressão arterial e quais cuidados são necessários. Dá uma olhada!

Quem tem pressão alta pode fazer atividade física?

A prática de atividades físicas é recomendada para todas as pessoas, independentemente da idade, incluindo quem convive com hipertensão. Quando realizada de forma regular e consistente, ela contribui para reduzir a pressão arterial, melhorar a circulação sanguínea e aumentar a eficiência do coração.

Contudo, Juliana aponta que a prática deve ser feita após avaliação médica e com supervisão, uma vez que cada pessoa apresenta um padrão diferente de resposta ao esforço. O exercício é, em muitos casos, parte do tratamento da hipertensão, desde que conduzido com cuidado.

Quais as modalidades recomendadas para quem tem pressão alta?

A maioria das modalidades aeróbicas e de força leve a moderada são consideradas seguras e eficazes para quem tem pressão alta, desde que haja avaliação médica prévia. As mais recomendadas incluem:

  1. Caminhada em ritmo confortável a moderado;
  2. Corrida leve, quando a pressão está controlada;
  3. Bicicleta ergométrica ou ciclismo ao ar livre;
  4. Natação;
  5. Hidroginástica;
  6. Dança;
  7. Musculação leve a moderada, com cargas progressivas;
  8. Pilates;
  9. Yoga focado em posturas suaves e controle respiratório;
  10. Alongamentos.

A escolha depende do nível de condicionamento, do controle da pressão e da preferência pessoal, sempre com orientação profissional para ajustar intensidade, duração e frequência dos treinos.

Benefícios da atividade física para pressão alta

Primeiro de tudo, vale lembrar que o coração é um músculo, e por isso reage muito bem quando recebe estímulo de forma regular.

Quando a pessoa se movimenta com frequência, o coração aprende a trabalhar de um jeito mais eficiente, batendo com mais força e precisando fazer menos esforço para mandar sangue para todo o corpo. Com o tempo, isso ajuda a manter a pressão arterial mais estável ao longo do dia.

A prática constante, de acordo com Juliana Soares, também estimula a vasodilatação e facilita o caminho do sangue pelos vasos, diminuindo a resistência que o coração enfrenta a cada batimento.

Para completar, a atividade física ainda melhora o funcionamento do metabolismo, favorece a perda de peso de forma gradual e reduz o acúmulo de gordura, o que contribui para:

  • Melhora do controle glicêmico, que influencia diretamente a saúde vascular;
  • Diminuição da sobrecarga no coração durante atividades comuns;
  • Melhora da circulação periférica;
  • Redução de marcadores inflamatórios ligados à hipertensão;
  • Diminuição do risco de infarto e AVC;
  • Melhora do padrão de sono, fator importante para manter a pressão controlada;
  • Sensação maior de disposição e bem-estar ao longo do dia

Pessoas com hipertensão podem fazer treinos de força?

O treino de força pode ser feito por pessoas com pressão alta, desde que com orientação profissional adequada. Segundo Juliana, durante esforços muito intensos, é comum prender a respiração involuntariamente, o que provoca aumentos rápidos e expressivos da pressão arterial, gerando picos pressóricos indesejados.

Por isso, esse tipo de treino deve ser realizado com cargas moderadas, priorizando um número maior de repetições com menor peso, mantendo o movimento contínuo e a respiração bem controlada. É importante ainda que o treino de força não seja realizado em dias consecutivos, permitindo que o corpo tenha tempo adequado para recupera

Importante: exercícios como levantamento de peso muito intenso ou atividades de explosão devem ser evitados, porque a demanda física muito alta e rápida provoca aumentos bruscos da pressão arterial, podendo gerar picos pressóricos que, para quem já tem hipertensão, podem ser bastante prejudiciais, segundo a cardiologista.

Cuidados para a prática de atividades físicas

Antes de tudo, é importante verificar se a pressão está controlada antes do treino. Se ela estiver muito alta, Juliana recomenda que a prática não seja feita. Uma recomendação usada como referência é evitar qualquer esforço quando a pressão ultrapassa valores como 180 por 110 (18 por 11), já que isso aumenta o risco de mal-estar e picos pressóricos durante a atividade.

A orientação envolve checar a pressão em casa sempre que possível, principalmente se a pessoa está começando uma rotina de exercícios ou quando percebe sintomas como dor de cabeça, tontura ou sensação de pressão na nuca. A ideia é garantir que o corpo esteja em condições seguras para receber o esforço físico.

Durante o exercício, o ideal é que o treino seja confortável a ponto de permitir que a pessoa consiga conversar. Juliana aponta a importância de evitar prender a respiração durante o esforço e se manter bem hidratado, com uma garrafa de água sempre ao lado.

Depois do treino, o recomendado é diminuir o ritmo gradualmente e realizar alongamentos, permitindo que o corpo retorne aos poucos ao estado de repouso. Os cuidados ajudam a evitar tontura, queda brusca da pressão e desconfortos após a atividade.

Preciso continuar tomando remédio mesmo fazendo exercício físico?

A maioria das pessoas com hipertensão precisa continuar tomando remédio mesmo fazendo exercício físico, porque a medicação e a atividade atuam de maneiras diferentes no controle da pressão.

A movimentação regular contribui para melhorar a circulação, fortalecer o coração e reduzir a resistência dos vasos, mas os benefícios aparecem de forma gradual. Já o remédio age diretamente nos mecanismos que mantêm a pressão controlada, garantindo segurança no dia a dia e durante o próprio treino.

Por isso, o exercício não substitui a medicação! O que pode acontecer, em algumas situações, é o médico reduzir as doses ou ajustar os horários quando a pressão se mantém controlada por longos períodos. Mas isso deve ser feito a partir de acompanhamento e exames, e não por conta própria.

Quais sinais indicam que é importante interromper o treino?

Existem alguns sinais que, se aparecerem durante o treino, são um sinal de alerta para interromper a atividade imediatamente e buscar auxílio médico, porque podem indicar um risco cardiovascular. Entre os principais sinais de alerta, Juliana destaca:

  • Dor ou aperto no peito;
  • Falta de ar desproporcional ao esforço;
  • Tontura súbita ou sensação de desmaio;
  • Desmaio;
  • Batimentos irregulares ou muito acelerados;
  • Dor de cabeça súbita e muito intensa.

Confira: Treino full body: o que é, para quem é indicado e como montar

Perguntas frequentes

Quem tem hipertensão pode treinar todos os dias?

A possibilidade de treinar diariamente depende do controle da pressão e do tipo de atividade escolhida. A prática aeróbica moderada costuma ser segura para a maioria das pessoas e pode ser feita quase todos os dias, desde que o corpo esteja se sentindo bem e sem sintomas.

Com orientação médica, é possível ajustar a intensidade, o tempo e o intervalo entre os treinos, garantindo que o organismo responda de forma saudável. Se você apresentar sinais de cansaço extremo, tontura ou palpitação, é um sinal alerta para reduzir o ritmo ou descansar mais um dia.

Qual horário é mais seguro para treinar com pressão alta?

A manhã e o final da tarde costumam ser períodos mais confortáveis para quem convive com hipertensão, porque a temperatura tende a ser mais amena e o corpo se adapta melhor ao esforço.

O ideal é evitar horários muito quentes, que favorecem desidratação e aumentam a sobrecarga cardíaca. A regularidade importa mais do que o horário específico; o objetivo é treinar sempre que o corpo estiver bem e a pressão estiver controlada.

Como saber se a intensidade do treino está adequada?

A regra prática envolve observar se o corpo consegue sustentar uma conversa curta durante o esforço. Quando isso acontece, a intensidade costuma estar moderada e segura.

Caso seja difícil falar, respirar ou manter o ritmo sem desconforto, o treino provavelmente está acima do ideal para quem tem hipertensão.

O que fazer quando a pressão subir muito durante exercícios leves?

A primeira medida se a pressão subir muito é interromper a atividade e descansar em um ambiente calmo. A hidratação e a respiração lenta costumam ajudar a estabilizar o corpo. Caso a pressão permaneça alta ou os sintomas continuem, é fundamental buscar atendimento e informar o médico, que pode ajustar a medicação ou revisar o tipo de treino.

Por que algumas pessoas sentem dor de cabeça após treinar?

A dor de cabeça pode surgir por diversos motivos, como desidratação, esforço excessivo, noite mal dormida ou até alimentação inadequada antes do treino. Quando a pessoa convive com hipertensão, a dor de cabeça pode indicar que a pressão subiu durante o esforço.

Nesses casos, é recomendado interromper o exercício, beber água e medir a pressão se possível. Caso a dor seja intensa, súbita ou acompanhe outros sintomas, é importante buscar avaliação médica.

É normal sentir palpitações durante o exercício?

A sensação de batimentos mais acelerados é normal, porque o coração precisa trabalhar mais para levar oxigênio aos músculos. O que não deve acontecer são palpitações muito desreguladas, desconfortáveis ou acompanhadas de falta de ar, tontura ou dor no peito.

A palpitação intensa pode estar relacionada a desidratação, esforço além do limite ou alterações cardíacas que precisam de investigação médica.

Leia também: Férias acabando? Saiba como voltar a treinar sem se machucar

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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