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9 hábitos alimentares que ajudam a prevenir doenças no dia a dia 

Pequenas escolhas na alimentação dia a dia já ajudam bastante a melhorar a saúde; aprenda alguns truques

Dra. Flávia Pfeilsticker

Dra. Flávia Pfeilsticker

5min • 6 de set. de 2025

9 hábitos alimentares que ajudam a prevenir doenças no dia a dia 

Entre compromissos de trabalho, estudos e vida pessoal, é comum fazer escolhas rápidas e práticas quando o assunto é alimentação. Fast-food, ultraprocessados e excesso de açúcar entram facilmente na rotina, mas o consumo a longo prazo pode trazer problemas sérios à saúde — como pressão alta, diabetes, obesidade e até complicações cardíacas.

Por outro lado, pequenas escolhas alimentares, feitas de maneira consistente, podem fazer toda a diferença na qualidade de vida. Trocar refrigerante por água, incluir frutas no lanche, reduzir o sal e optar por refeições caseiras, por exemplo, contribuem para prevenir doenças e fortalecer o organismo.

Pensando nisso, reunimos 7 hábitos alimentares que ajudam a prevenir doenças e que podem ser colocados em prática no dia a dia de forma simples. Confira!

Qual a relação entre hábitos alimentares e prevenção de doenças?

Segundo Flávia Pfeilsticker, os hábitos alimentares impactam diretamente condições como diabetes, pressão alta e problemas cardiovasculares.

Isso acontece porque cada grupo alimentar desempenha funções específicas no organismo. Alimentos ricos em fibras ajudam a controlar o açúcar no sangue, gorduras boas protegem as artérias, frutas e verduras fortalecem o sistema imunológico e até a forma como distribuímos as refeições ao longo do dia influencia nos níveis de energia e no equilíbrio hormonal.

Da mesma forma, uma alimentação rica em ultraprocessados, sal, açúcar e gorduras saturadas aumenta a inflamação, favorece o ganho de peso, eleva colesterol e pressão arterial — favorecendo o surgimento de doenças que poderiam ser evitadas.

Mas afinal, quais mudanças podemos incluir no dia a dia para construir uma rotina alimentar que faça diferença real na saúde? Confira, a seguir!

1. Aposte em frutas, verduras e legumes todos os dias

Frutas, verduras e legumes fornecem vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes que participam de diversas funções no corpo — incluindo a defesa do organismo.

“A vitamina C, presente em frutas cítricas, e compostos de vegetais coloridos, como betacaroteno e flavonoides, auxiliam as células de defesa e cicatrização a trabalharem melhor e reduzirem processos inflamatórios”, explica a nutróloga Flávia Pfeilsticker.

Além disso, as fibras presentes nos alimentos ajudam a controlar o apetite, evitando exageros em outras refeições. Quanto maior a variedade de cores no prato, mais completa será a oferta de nutrientes ao corpo.

Uma dica prática é tentar incluir pelo menos três cores diferentes de vegetais no almoço e no jantar. Já no café da manhã ou nos lanches, aposte em frutas frescas, salada de frutas ou até smoothies.

2. Dê preferência a grãos integrais e leguminosas

Arroz integral, aveia, feijão, lentilha e grão-de-bico são ricos em fibras, minerais e proteínas vegetais. Eles têm baixo índice glicêmico, liberando energia de forma mais lenta e evitando picos de glicose no sangue — o que é fundamental para reduzir o risco de diabetes tipo 2.

As fibras presentes nos grãos integrais também alimentam a microbiota intestinal, o conjunto de bactérias benéficas que ajudam na digestão e na defesa do organismo.

3. Escolha proteínas magras e boas fontes de gordura

Carnes brancas, peixes, ovos e leguminosas oferecem proteínas de qualidade sem excesso de gordura saturada. Entre eles, os peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, ajudam a proteger o coração, controlando colesterol e triglicérides.

Já as boas gorduras estão em alimentos como azeite de oliva, castanhas, sementes de chia e linhaça. Elas melhoram a saúde das artérias, reduzem inflamações e contribuem para o funcionamento do cérebro.

Leia mais: Dieta mediterrânea para pressão alta: como funciona

4. Diminua o consumo de ultraprocessados, sal e açúcar

Produtos industrializados, como refrigerantes, biscoitos recheados, embutidos e fast food, são ricos em sódio, açúcar e aditivos químicos.

“Menos sal diminui o risco de hipertensão e, consequentemente, de complicações cardíacas e renais. Já o menor consumo de açúcar previne obesidade, diabetes e doenças metabólicas. Pequenos ajustes no dia a dia, como evitar refrigerantes e produtos ultraprocessados, já trazem grandes benefícios”, aponta Flávia Pfeilsticker.

5. Coma com regularidade e evite longos jejuns

Pular refeições pode parecer uma solução para “controlar calorias”, mas na prática desequilibra o metabolismo. Longos jejuns favorecem a compulsão alimentar e aumentam a chance de fazer escolhas menos saudáveis ao longo do dia.

Manter refeições regulares, com intervalos de 3 a 4 horas, ajuda a estabilizar os níveis de glicose no sangue e evita sobrecarga no organismo. Isso também dá ao corpo a energia necessária para o dia a dia.

6. Beba bastante água (todos os dias)

A água está presente em todas as funções do corpo: transporte de nutrientes, regulação da temperatura, funcionamento dos rins e manutenção da pele. Mesmo uma leve desidratação já pode causar fadiga, dor de cabeça e dificuldade de concentração.

A recomendação geral costuma ser de 2 litros por dia, mas a quantidade ideal varia de pessoa para pessoa. Uma forma prática de calcular é multiplicar o seu peso corporal por 0,03. Isso significa que cada quilo corresponde a cerca de 30 ml de água.

Na prática, uma pessoa com 70 quilos, por exemplo, precisa de aproximadamente 2,1 litros de líquidos por dia para manter o corpo bem hidratado. No entanto, é importante lembrar que cada organismo é diferente, e fatores como idade, nível de atividade física, clima e até condições de saúde podem aumentar ou reduzir essa necessidade.

7. Coma com calma e em boa companhia

Fazer as refeições correndo, em frente à TV ou ao celular, atrapalha a digestão e aumenta o risco de comer mais do que o necessário. Mastigar devagar permite sentir melhor os sabores e dá tempo para o cérebro registrar a saciedade.

8. Compre em locais que valorizam alimentos naturais

Feiras livres, sacolões e hortifrutis oferecem mais variedade de frutas, legumes e verduras frescas — além de preços geralmente melhores, tornando-os uma ótima opção para encher a geladeira com opções in natura.

Outra dica é planejar as compras semanais: quando a despensa está bem abastecida de alimentos naturais, as chances de recorrer a comidas industrializadas diminuem.

9. Desconfie de propagandas “milagrosas”

Produtos que prometem emagrecimento rápido, energia imediata ou resultados quase mágicos normalmente escondem fórmulas cheias de aditivos e açúcares. É importante questionar propagandas e não se deixar levar apenas por embalagens chamativas.

Sempre que surgir dúvida sobre um alimento ou suplemento, busque a opinião de profissional de saúde ou consulte fontes confiáveis.

Veja mais: Creatina: benefícios, como tomar e cuidados importantes

Como começar a mudar hoje?

A mudança de hábitos não precisa acontecer de uma vez. Mesmo numa rotina agitada, você pode adotar pequenas metas, que se tornam consistentes ao longo do tempo. Veja algumas dicas:

  • Substitua refrigerantes por água saborizada com frutas;
  • Inclua uma fruta no café da manhã ou no lanche da tarde;
  • Troque pães e massas brancas por versões integrais;
  • Reduza gradualmente o açúcar no café ou no chá;
  • Planeje refeições semanais para evitar recorrer a ultraprocessados;
  • Mantenha uma garrafa de água sempre por perto.

“O corpo responde positivamente a mudanças em qualquer fase da vida. Substituir gradualmente alimentos ultraprocessados por opções naturais, incluir mais vegetais, reduzir o consumo de álcool e manter atividade física são passos que, com o tempo, melhoram exames laboratoriais e diminuem o risco de doenças crônicas”, finaliza a nutróloga Flávia Pfeilsticker.

Perguntas frequentes

1. É verdade que reduzir o sal diminui a pressão alta?

Sim! O excesso de sódio é um dos principais fatores de risco para aumentar a pressão arterial, que, por sua vez, aumenta a chance de infarto, AVC e problemas renais. Mas, reduzir o sal não significa perder o sabor: temperos naturais como alho, cebola, ervas frescas, pimenta e limão realçam o gosto dos alimentos sem prejudicar a saúde.

2. Comer de 3 em 3 horas é obrigatório?

Na verdade, não existe uma regra única. O mais importante é não passar longos períodos em jejum, porque isso pode causar compulsão alimentar e descontrole da glicemia em algumas pessoas. Para quem sente fome com mais frequência, fracionar a alimentação em 5 ou 6 refeições pequenas pode ser útil.

3. Proteínas são importantes só para quem treina?

As proteínas são importantes para todos, pois participam da formação de músculos, tecidos, hormônios e enzimas. Elas também ajudam na recuperação do corpo e no fortalecimento do sistema imunológico.

Fontes magras como frango, peixe, ovos, feijão e lentilha devem estar presentes diariamente no prato. Quem pratica atividade física tem uma demanda maior, mas mesmo pessoas que não treinam precisam de proteína para manter a saúde em dia.

4. É possível reverter hábitos alimentares ruins depois de anos?

Sim! Mesmo que a pessoa tenha passado anos se alimentando mal, o corpo responde positivamente quando mudanças são feitas. Substituir ultraprocessados por alimentos frescos, incluir mais legumes e reduzir o consumo de açúcar e álcool já mostra resultados em exames laboratoriais em poucos meses. A longo prazo, essas mudanças diminuem o risco de doenças crônicas e aumentam a expectativa de vida.

5. O café faz mal à saúde?

Depende. Em doses moderadas (2 a 3 xícaras por dia), o café pode ser benéfico para a saúde, pois contém antioxidantes e auxilia na concentração. O problema está no excesso, que pode causar insônia, ansiedade, palpitações e até refluxo.

Outro ponto importante é evitar adicionar muito açúcar ou consumir versões industrializadas, como cafés prontos e cheios de aditivos.

6. Posso beber líquidos durante as refeições?

Sim, mas com moderação. Quantidades pequenas de água não atrapalham a digestão. O que pode causar desconforto é beber em excesso durante as refeições, principalmente refrigerantes e bebidas gaseificadas, que aumentam a distensão abdominal. Se possível, priorize a hidratação ao longo do dia e não apenas nos horários das refeições.

7. É verdade que comer fibras ajuda a emagrecer?

Sim. As fibras aumentam a sensação de saciedade, retardam a digestão e ajudam a controlar a absorção de gorduras e açúcares. Isso evita picos de glicose e reduz a vontade de beliscar. Além disso, as fibras favorecem o trânsito intestinal, o que melhora a saúde digestiva. Boas fontes são frutas, verduras, legumes, cereais integrais e leguminosas.

8. Comer rápido demais faz mal?

Sim. Mastigar pouco e engolir rápido pode causar má digestão, azia, refluxo e maior ingestão de calorias, já que o cérebro demora alguns minutos para registrar a saciedade. Criar o hábito de comer devagar, mastigar bem e prestar atenção na refeição ajuda o corpo a processar melhor os alimentos e controlar o apetite.

Leia também: Qual a diferença entre nutricionista e nutrólogo?

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Escrito por Dra. Flávia Pfeilsticker

Sobre

Mestre em Ciências da Saúde pelo Einstein. Título de Especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Área de Atuação em Nutrição Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral e Enteral (SBNPE).

Especialidades/Área de atuação

Nutrologia - CRM/SP 178.206

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