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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Suplemento alimentar: o que é, para que serve e quando tomar

Ele ajuda a complementar a dieta, oferecendo vitaminas, minerais, proteínas e outros nutrientes que o corpo precisa

Serena Del Favero

Serena Del Favero

5min • 8 de nov. de 2025

mulher jovem em cozinha moderna segurando um copo de água em uma mão e um suplemento na outra, prestes a tomar um suplemento alimentar, usando roupa marrom de academia.

Apesar de úteis, os suplementos não substituem uma alimentação equilibrada, eles apenas complementam a dieta quando há uma necessidade comprovada | Foto: Freepik

Indicados para complementar a alimentação e equilibrar o consumo de nutrientes, os suplementos alimentares fornecem vitaminas, minerais, proteínas e outras substâncias que nem sempre são ingeridas em quantidade suficiente na rotina.

Com o uso correto e indicado por um profissional da saúde, eles podem melhorar a disposição, fortalecer a imunidade, apoiar o desempenho físico e até corrigir deficiências nutricionais.

No entanto, são necessários alguns cuidados antes de começar qualquer suplementação — o que inclui entender quando ela realmente é necessária e como utilizá-la da forma mais segura.

Afinal, o que é um suplemento alimentar?

Um suplemento alimentar é um produto formulado para complementar a dieta e fornecer nutrientes que, por algum motivo, não estão sendo ingeridos em quantidade suficiente. Ele pode conter vitaminas, minerais, proteínas, fibras, aminoácidos, enzimas ou outras substâncias com valor nutricional.

Os suplementos podem ser encontrados em várias formas, como cápsulas, comprimidos, pó, líquidos ou gomas — e são utilizados tanto por pessoas com carências nutricionais quanto por quem busca melhorar o desempenho físico, fortalecer a imunidade ou manter o equilíbrio do organismo.

Apesar de úteis, os suplementos não substituem uma alimentação equilibrada, eles apenas complementam a dieta quando há uma necessidade comprovada. Somente um especialista pode indicar o uso, o tipo adequado e a dose segura.

Para que serve?

A principal função do suplemento alimentar é complementar a nutrição e ajudar o corpo a atingir suas necessidades diárias de nutrientes. Assim, ele pode ser utilizado para:

Corrigir deficiências de vitaminas e minerais;

Melhorar a recuperação muscular após exercícios;

Apoiar o sistema imunológico;

Aumentar a disposição e o foco;

Ajudar na manutenção do peso corporal, quando associado a uma dieta balanceada.

Em casos específicos, como gestação, lactação, envelhecimento ou dietas restritivas (como vegetarianismo ou veganismo), o uso de suplementos pode ser necessário para evitar carências nutricionais.

Tipos de suplemento alimentar

Os suplementos alimentares são divididos em categorias com base em sua composição e finalidade, sendo os principais:

Suplementos vitamínicos e minerais: fornecem micronutrientes essenciais, como ferro, cálcio, magnésio, zinco e vitaminas do complexo B, C, D e E. São indicados para quem tem deficiências comprovadas ou dificuldade em manter uma dieta variada;

Suplementos proteicos: são os mais conhecidos entre quem pratica atividades físicas. O whey protein, por exemplo, é uma fonte concentrada de proteína que ajuda na reconstrução e no crescimento muscular. Há também versões vegetais, como proteína de ervilha e arroz;

Suplementos energéticos e de performance: contêm substâncias que aumentam a energia e melhoram o rendimento físico, como creatina, cafeína, BCAA e maltodextrina. Devem ser usados com cautela, já que o excesso pode causar efeitos indesejados, como taquicardia e insônia;

Suplementos naturais e fitoterápicos: feitos com ingredientes de origem vegetal, como cúrcuma, gengibre, ginseng e maca peruana. Podem ajudar na imunidade, na disposição e no controle hormonal. Mesmo sendo naturais, também exigem acompanhamento profissional;

Suplementos de fibras e probióticos: ajudam na digestão, no controle do colesterol e na saúde intestinal. Fibras solúveis, como a aveia e o psyllium, e probióticos com lactobacilos são exemplos bastante usados.

Qual a diferença entre suplemento e medicamento?

A diferença entre o suplemento e o medicamento está na forma como cada um age no organismo.

O suplemento alimentar é usado para complementar a dieta e prevenir deficiências nutricionais. Ele atua de forma mais leve, sem objetivo de curar doenças;

O medicamento, por outro lado, tem função terapêutica, sendo indicado para tratar, curar ou controlar doenças e condições de saúde, com composição e dosagem controladas.

Outra diferença é que os medicamentos passam por testes clínicos rigorosos antes da comercialização, enquanto os suplementos seguem normas específicas da Anvisa, mas sem exigência de comprovação de eficácia terapêutica.

Quando o suplemento alimentar é indicado?

De acordo com a nutricionista Serena Del Favero, o uso de suplementos é indicado quando a alimentação sozinha não consegue suprir todas as necessidades nutricionais do corpo. Isso pode acontecer em várias situações, como:

Deficiências nutricionais comprovadas por exames, como falta de vitamina B12, vitamina D ou ferro;

Dietas restritivas, como vegetarianas ou veganas, que podem levar à carência de ferro e B12;

Condições de saúde que comprometem a absorção de nutrientes, como a doença de Crohn e outros distúrbios intestinais;

Gestação e amamentação, períodos em que o corpo exige mais nutrientes, como ácido fólico, ferro e cálcio;

Atividade física intensa, quando há necessidade de repor proteínas, carboidratos e eletrólitos perdidos no treino;

Idade avançada, fase em que o organismo absorve menos cálcio e vitamina D, aumentando o risco de osteoporose.

“Nesses contextos, a suplementação ajuda a prevenir ou corrigir carências, sempre como complemento a uma alimentação equilibrada e sob orientação profissional”, explica a especialista.

⁠Como o nutricionista avalia a real necessidade de um suplemento?

Na prática clínica, Serena explica que o nutricionista avalia a necessidade de suplementação de forma criteriosa, considerando sinais e sintomas clínicos, resultados de exames laboratoriais, hábitos alimentares e o contexto individual de cada paciente.

“A prioridade é sempre ajustar a dieta para suprir as necessidades nutricionais, utilizando suplementos apenas como recurso complementar quando a alimentação, sozinha, não é suficiente”, esclarece.

Crianças e idosos podem usar suplementos?

Crianças e idosos podem usar suplementos, mas somente com indicação médica ou nutricional. Em crianças, a suplementação é indicada apenas quando há deficiências comprovadas por exames ou condições específicas que dificultam a absorção de nutrientes.

Em muitos casos, uma alimentação variada e colorida já é suficiente para suprir o que o organismo precisa durante o crescimento.

Nos idosos, o uso de suplementos é mais frequente, pois com o passar do tempo o corpo absorve menos nutrientes, especialmente cálcio, vitamina D, B12 e ferro. O apetite também tende a diminuir e certas doenças crônicas podem interferir na digestão e no aproveitamento dos alimentos.

Mas, lembre-se: tanto em crianças quanto em idosos, o uso deve ser individualizado e sempre acompanhado por um profissional de saúde!

Existe risco em usar suplemento sem orientação?

O uso de suplementos sem orientação de um profissional de saúde, como médico ou nutricionista, pode ser arriscado. O uso excessivo de vitaminas e minerais, por exemplo, pode sobrecarregar o fígado e os rins, causar intoxicação e provocar desequilíbrios no organismo.

“A ideia de que ‘quanto mais, melhor’ não se aplica à nutrição, pois o corpo precisa de um equilíbrio. Um consumo exagerado pode levar a quadros de toxicidade, que são tão prejudiciais quanto às deficiências”, diz a nutricionista.

Além disso, certos suplementos podem interagir com medicamentos, reduzir o efeito de tratamentos em andamento ou até mascarar sintomas de doenças, dificultando o diagnóstico correto.

Para completar, Serena aponta que muitos produtos no mercado não são regulamentados, o que aumenta o risco de contaminação com substâncias não declaradas. Por isso, a supervisão de um especialista é crucial para garantir a segurança e a eficácia da suplementação.

Suplementos alimentares funcionam para emagrecer?

Nenhum suplemento é responsável, por si só, pela perda de peso. Contudo, alguns podem ajudar como apoio dentro de um plano alimentar equilibrado, como termogênicos (como cafeína e chá-verde), fibras solúveis e proteínas em pó — normalmente indicados para essa finalidade.

Os termogênicos aumentam levemente o gasto calórico, as fibras ajudam a prolongar a saciedade e as proteínas mantêm a massa magra durante o emagrecimento. No entanto, o efeito só aparece quando há déficit calórico, ou seja, quando a pessoa consome menos calorias do que gasta.

Usar suplementos sem reeducação alimentar e acompanhamento profissional não traz resultados duradouros e pode ser perigoso para a saúde. Um emagrecimento saudável depende de alimentação equilibrada, atividade física regular e sono de qualidade.

Suplementos não substituem uma alimentação saudável

O mais importante é entender que o suplemento alimentar deve ser utilizado como um complemento, não um substituto. A alimentação continua sendo a principal fonte de energia, vitaminas e minerais que o corpo precisa para funcionar bem. Nenhum produto industrializado consegue reproduzir a complexidade e a combinação natural de nutrientes presentes em frutas, verduras, legumes, grãos e proteínas.

O suplemento apenas é considerado quando a dieta não dá conta sozinha — por exemplo, em pessoas com deficiências nutricionais, restrições alimentares ou necessidades específicas, como atletas e gestantes. Mesmo nesses casos, ele deve ser usado com orientação profissional e sempre aliado a uma rotina alimentar equilibrada.

Por isso, antes do uso de qualquer suplemento, marque uma consulta com um nutricionista ou médico para avaliar o real estado nutricional e identificar se há necessidade de suplementação.

Veja também: O que acontece no corpo quando falta vitamina A

Perguntas frequentes sobre suplemento alimentar

1. Todo mundo precisa tomar suplemento alimentar?

Não! A maioria das pessoas consegue suprir suas necessidades nutricionais apenas com uma alimentação equilibrada. O uso de suplemento é indicado apenas quando há carência de vitaminas, minerais ou proteínas comprovada por exames, ou quando a rotina alimentar e o estilo de vida dificultam o consumo adequado de nutrientes.

2. Como saber se estou precisando de suplemento alimentar?

O primeiro passo é realizar exames de sangue e passar por avaliação profissional. Só assim é possível identificar o que realmente está em falta no organismo e evitar o uso desnecessário de produtos.

3. Quem faz academia precisa tomar whey protein obrigatoriamente?

Não! O whey protein é uma forma prática de ingerir proteína, mas não é obrigatório para quem treina. Se a alimentação já oferece proteína suficiente (por exemplo, através de carnes, ovos, leguminosas e laticínios), o suplemento pode ser dispensável.

Ele se torna útil apenas quando a rotina não permite refeições completas ou quando a necessidade proteica é alta, como em atletas ou pessoas em fase de ganho de massa muscular.

4. Suplementos naturais são mais seguros?

O fato de um suplemento ser natural não significa que ele esteja livre de riscos. Na verdade, os produtos fitoterápicos, como maca peruana, ginseng e cúrcuma, também podem causar reações adversas, principalmente se forem usados em excesso ou sem controle de qualidade.

Além disso, suplementos vendidos pela internet podem conter substâncias não declaradas no rótulo. Por isso, sempre procure marcas confiáveis e consulte um profissional antes de iniciar o uso.

5. Como saber se um suplemento é seguro e autorizado pela Anvisa?

Todo suplemento regularizado no Brasil precisa ter o número de registro ou notificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no rótulo. Ele também deve conter informações claras sobre composição, fabricante e dosagem recomendada.

Produtos vendidos sem procedência, com promessas milagrosas de emagrecimento ou ganho de massa rápida, são grandes sinais de alerta. Por isso, sempre compre de marcas conhecidas e lojas confiáveis.

6. Como ter uma alimentação saudável para obter todas as vitaminas e minerais sem precisar de suplemento?

Na rotina alimentar, é importante variar os alimentos e priorizar o que vem da natureza. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, a base da alimentação deve ser composta por comidas de verdade, ou seja, alimentos in natura ou minimamente processados — como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos, ovos, carnes, leite e feijões.

Também é recomendado evitar ultraprocessados, refrigerantes e fast food, que possuem alto teor de sódio e gordura e quase nenhum valor nutricional. Comer bem todos os dias, beber água e ter horários regulares para as refeições é o meio mais eficaz para obter todos os nutrientes sem depender de suplementação.

Se você possui dificuldade em manter uma alimentação equilibrada no dia a dia, vale buscar a ajuda de um nutricionista. O profissional pode montar um plano alimentar personalizado, levando em conta a sua rotina, preferências e necessidades individuais.

Leia mais: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

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Escrito por Serena Del Favero

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