BEM-ESTAR & ESTILO DE VIDA
7 erros comuns que atrapalham a saúde do coração
A soma de hábitos ruins pode prejudica muito a saúde do coração no futuro; veja o que você pode fazer hoje para viver mais

Dra. Juliana Soares
5min • 29 de out. de 2025

Mesmo que você mude apenas alguns hábitos ruins, a saúde do coração já agradece | Foto: Freepik
As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que uma pessoa morra a cada 90 segundos por causas relacionadas ao coração, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Grande parte desses casos, porém, poderia ser evitada com mudanças simples no estilo de vida.
Muitos dos fatores de risco estão ligados a hábitos que temos no dia a dia, aparentemente inofensivos, mas que, com o tempo, aumentam a pressão arterial, os níveis de colesterol e o risco de infarto e AVC. Veja, a seguir, os 7 erros mais comuns que colocam a saúde do coração em perigo e como corrigi-los a tempo.
1. Levar uma vida sedentária
Ficar longos períodos sentado e não praticar atividade física regularmente é um dos maiores inimigos do coração. O sedentarismo reduz a capacidade cardiovascular, eleva a pressão arterial e facilita o ganho de peso.
De acordo com a American Heart Association (AHA), o ideal é praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana — o equivalente a 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. Caminhar, nadar, pedalar ou dançar já fazem diferença.
2. Comer alimentos ultraprocessados com frequência
Produtos industrializados, como embutidos, salgadinhos, refrigerantes e biscoitos recheados, são de fato gostosos, mas são ricos em gordura saturada, açúcar, sódio e aditivos químicos. O consumo frequente desses alimentos está intimamente ligado ao aumento do colesterol ruim (LDL) e à pressão alta.
A recomendação médica é priorizar alimentos naturais e minimamente processados, como frutas, verduras, grãos integrais, feijão e azeite de oliva, seguindo o modelo da dieta mediterrânea, considerada uma das mais protetoras para o coração.
3. Exagerar na gordura saturada e nas frituras
Mesmo dentro de casa, o excesso de gordura saturada, presente em carnes gordas, manteiga, queijos amarelos e frituras, prejudica a saúde do coração. Essas gorduras aumentam a formação de placas nas artérias, que podem levar a um infarto e AVC.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o ideal é que menos de 7% das calorias diárias venham de gordura saturada. Trocar frituras por preparações assadas, cozidas ou grelhadas já faz uma grande diferença.
4. Viver sob estresse constante
O estresse crônico libera hormônios como adrenalina e cortisol, que elevam a pressão arterial e favorecem a inflamação nas artérias. Com o tempo, isso aumenta o risco de doenças como pressão alta, arritmia e até insuficiência cardíaca.
Aprender a controlar o estresse com pausas, meditação, atividade física e sono de qualidade é essencial para manter o coração protegido.
Leia também: Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos
5. Dormir pouco ou mal
Dormir menos de 7 horas por noite afeta a pressão arterial, os níveis de açúcar no sangue e o controle do apetite, fatores que impactam diretamente o coração. Estudos mostram que pessoas com insônia ou apneia do sono têm maior risco de desenvolver pressão alta e doenças coronarianas.
Manter horários regulares, evitar telas antes de dormir e criar um ambiente silencioso e escuro ajudam a ter um sono mais tranquilo e restaurador.
6. Ignorar a pressão alta e o colesterol elevado
Muita gente só descobre que tem pressão alta ou colesterol alto depois de um susto. O problema é que essas condições são silenciosas e não causam sintomas no início, mas são os principais fatores de risco para infarto e AVC.
Fazer check-ups periódicos, medir a pressão regularmente e manter um acompanhamento médico é muito importante para detectar e tratar ainda cedo qualquer alteração.
7. Fumar — e até conviver com quem fuma
O cigarro é um dos piores inimigos do coração. Ele danifica as paredes dos vasos sanguíneos, reduz o oxigênio no sangue e aumenta a formação de coágulos. Mesmo quem não fuma, mas convive com fumantes, tem risco maior de doenças cardíacas.
A boa notícia é que parar de fumar traz benefícios imediatos: em 20 minutos, a pressão arterial começa a normalizar; em 24 horas, o risco de infarto já diminui; e, após um ano, o risco de doenças cardíacas cai pela metade.
Hoje, há diversos tratamentos para ajudar a parar de fumar, inclusive gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Perguntas frequentes sobre saúde do coração
1. Qual é o principal vilão para a saúde do coração?
O conjunto de maus hábitos, como sedentarismo, alimentação ruim e estresse, é mais perigoso do que um único fator isolado.
2. Existe uma alimentação ideal para o coração?
Sim. A dieta mediterrânea e a DASH (voltada para quem tem pressão alta) são as mais indicadas, pois priorizam frutas, verduras, grãos integrais e gorduras boas.
3. Beber vinho ajuda o coração?
Não. Hoje sabe-se que, apesar do vinho conter resveratrol, um bom antioxidante, não há benefícios para o coração em consumi-lo justamente por conta do álcool.
4. Quem faz exercícios pode dispensar exames de rotina?
Não. Mesmo pessoas ativas precisam de acompanhamento médico regular para avaliar pressão, colesterol e glicemia.
5. O estresse pode causar infarto?
Sim. O estresse libera hormônios que aumentam a pressão e podem favorecer espasmos nas artérias coronárias.
6. Dormir bem realmente faz diferença para o coração?
Sim. O sono regula hormônios e mantém a pressão estável. Dormir menos de 7 horas por noite eleva o risco de pressão alta e infarto.
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