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Proteína para ganhar massa muscular: veja quanto você precisa por dia 

Saiba quanto ingerir por quilo de peso corporal e como distribuir esse nutriente ao longo do dia

Serena Del Favero

Serena Del Favero

5min • 18 de set. de 2025

Proteína para ganhar massa muscular: veja quanto você precisa por dia 

Quando o objetivo é ganhar massa muscular, o treino de força é indispensável, mas ele só traz resultados consistentes quando está aliado a uma alimentação ajustada. Entre todos os nutrientes, a proteína se destaca por ser a principal responsável pela recuperação e pelo crescimento das fibras musculares. Mas, afinal, quanto consumir por dia para otimizar esse processo?

Existe uma faixa adequada, porém, vários fatores podem influenciar. “A necessidade individual pode variar de acordo com o nível, a intensidade e o volume dos treinos, além de composição corporal, idade, estado de saúde e uso de medicamentos”, ressalta a nutricionista Serena del Favero.

Proteína para ganhar massa muscular: quanto é ideal?

A literatura científica indica que a ingestão de 1,6 a 2,2 g de proteína por quilo de peso corporal/dia é eficaz para promover o crescimento muscular (hipertrofia) em pessoas fisicamente ativas. Essa faixa cobre as necessidades da maioria das pessoas que treina com regularidade e busca aumentar a massa magra.

Para calcular a quantidade de proteína, basta multiplicar o peso corporal pelo valor recomendado (entre 1,6 g e 2,2 g de proteína por quilo/dia).

Exemplo:

Pessoa com 80 kg precisa de 128 g a 176 g de proteína por dia.

Esse total deve ser dividido ao longo das refeições. Por exemplo, se a pessoa faz quatro refeições principais, pode consumir algo em torno de 30 a 45 g de proteína em cada uma. Para se ter ideia, um filé de frango de 100 g contém cerca de 30 g de proteína.

Vale lembrar, também, que a quantidade diária de proteína é a mesma para homens e mulheres.

“Não há diferenças significativas nas recomendações de proteína entre homens e mulheres quando ajustadas por peso corporal”. Ou seja, o cálculo deve ser feito com base no peso e na rotina de treinos, e não no sexo da pessoa.

O treino influencia diretamente a necessidade de proteína

A intensidade do treino é um fator determinante quando o assunto é proteína para ganhar massa muscular. De acordo com a nutricionista, “o tipo e a intensidade do treino afetam diretamente a necessidade de proteína, já que determinam o grau de desgaste muscular e a demanda de recuperação”.

Assim, treinos de força e alta intensidade exigem mais proteína para reparar e aumentar o tecido muscular. Já modalidades de endurance, como corrida, ciclismo ou natação de longa duração, também elevam a necessidade, mas voltada principalmente à manutenção e recuperação, evitando a perda de massa magra.

Além disso, alguém que treina com pesos de forma intensa sete vezes por semana terá demandas diferentes de quem pratica exercícios leves apenas algumas vezes.

Lembrando que outros fatores são importantes. Idosos, pessoas em tratamento ou com mais massa magra, por exemplo, podem precisar de um consumo maior para manter ou ganhar músculos. Por isso, procurar a orientação de um nutricionista pode ser uma forma segura de atender às necessidades do seu corpo.

Quais as melhores fontes de proteína para quem treina?

Alimentos de alto valor biológico devem ser priorizados, pois fornecem todos os aminoácidos essenciais em boa proporção. A lista de proteína para ganhar massa muscular inclui:

Exemplos de boas fontes animais:

  • Carnes magras (frango, patinho, peixe branco, salmão);
  • Ovos;
  • Laticínios (queijo branco, iogurte natural, leite).

“Também é possível atender às necessidades por meio de fontes vegetais, combinando leguminosas e cereais e incluindo sementes e oleaginosas”, diz a nutricionista.

Exemplos de boas fontes vegetais:

  • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico);
  • Cereais (arroz, aveia, quinoa);
  • Oleaginosas e sementes (chia, linhaça, amêndoas).

Quando necessário, suplementos podem ser um recurso: “whey protein ou proteína vegetal (ex.: ervilha, arroz) podem ser utilizados de forma prática para complementar a ingestão, especialmente em situações de maior demanda ou conveniência”. Eles, porém, não são essenciais, principalmente quando a alimentação dá conta do recado.

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Afinal, proteína animal e vegetal têm o mesmo efeito?

Essa é outra questão recorrente e a resposta depende do contexto. Segundo a nutricionista, “quando o aporte proteico total é adequado, tanto as fontes animais quanto as vegetais podem sustentar o ganho de massa muscular”.

Ela ressalta que o determinante não é apenas o tipo de proteína que se ingere, mas sim o conjunto da dieta: “a quantidade ingerida, a qualidade do planejamento alimentar e o contexto do treino, juntos, garantem a disponibilidade de aminoácidos e a resposta anabólica necessária para a hipertrofia”.

É verdade que proteínas de origem vegetal costumam ter menor valor biológico, pois nem sempre oferecem todos os aminoácidos essenciais em quantidades ideais. Ainda assim, é possível atingir o mesmo efeito anabólico de uma dieta com proteínas animais ao combinar diferentes fontes vegetais ao longo do dia.

A importância da distribuição de proteína ao longo do dia

Mais importante do que concentrar toda a proteína em uma única refeição é fracionar o consumo. “Uma boa distribuição da ingestão de proteína ao longo do dia ajuda o corpo a aproveitar melhor esse nutriente para manutenção e crescimento muscular”, orienta a nutricionista.

Na prática, ela recomenda:

  • Incluir proteína em todas as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar);
  • Aproveitar os lanches como momentos para reforçar a ingestão, com opções como iogurte, ovos, castanhas ou shakes;
  • Valorizar o pós-treino, incluindo uma fonte de proteína de qualidade para acelerar a recuperação.

Além disso, ela ressalta que é importante variar as fontes, mesclando proteínas animais e vegetais para garantir também fibras, vitaminas e minerais, nutrientes importantes para a dieta como um todo.

Comer proteína em excesso faz mal?

Segundo a especialista, “em pessoas saudáveis, o consumo elevado de proteína costuma ser bem tolerado e não traz riscos relevantes quando a dieta é equilibrada”. Mas os excessos constantes podem, sim, ser prejudiciais.

“Os riscos aparecem quando há exagero constante ou em quem já tem condições de saúde específicas. Outro ponto importante é evitar que o excesso de proteína reduza a variedade da alimentação e cause deficiência de outros nutrientes essenciais”.

Como resume a nutricionista, o equilíbrio é a chave: não apenas consumir proteína em quantidade correta, mas distribuí-la ao longo do dia, variar as fontes e integrá-la a um estilo de vida que inclui treino, descanso e diversidade alimentar.

Leia também: Energia no pré-treino: veja ideias de refeições rápidas para quem treina cedo

Perguntas frequentes sobre proteína para ganhar massa muscular

1. Qual a quantidade ideal de proteína para ganhar massa muscular?

Entre 1,6 e 2,2 g de proteína por quilo de peso corporal por dia, ajustado conforme treino e condições individuais.

2. Homens precisam de mais proteína do que mulheres?

Não. Quando ajustada pelo peso corporal, a recomendação de proteína para ganhar massa muscular é semelhante para ambos.

3. Treinos diferentes pedem quantidades diferentes de proteína?

Sim. Treinos mais intensos e de força aumentam a demanda de proteína para crescimento muscular, enquanto treinos mais leves podem exigir menos proteínas para a recuperação e a preservação da massa magra.

4. Quais são as melhores fontes de proteína?

Carnes magras, peixes, ovos e laticínios. Em dietas vegetarianas, a combinação de leguminosas e cereais, além de sementes e oleaginosas, é fundamental.

5. Suplementos são indispensáveis?

Não, mas podem ser úteis em situações de maior demanda ou praticidade.

6. Proteína animal e vegetal têm o mesmo efeito?

Sim, desde que a ingestão total seja adequada e variada e o planejamento nutricional bem feito.

7. Comer proteína em excesso pode fazer mal?

Em pessoas saudáveis, geralmente não. Mas exageros constantes podem reduzir a variedade da dieta e prejudicar o equilíbrio nutricional. O ideal é calcular o quanto proteína para ganhar massa muscular é necessário e consumir essa média.

8. É melhor consumir toda a proteína em uma refeição ou distribuí-la?

A distribuição ao longo do dia é mais eficaz, com reforço especial no pós-treino.

Leia também: Como montar um prato saudável para todas as refeições?

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Foto de Serena Del Favero

Escrito por Serena Del Favero

Sobre

Nutricionista clínica com foco em exercício e esporte. Graduada pela USP. Mestre em Nutrição Esportiva pela Faculdade de Educação Física da USP. Especialista em Fisiologia do Exercício pela Unifesp. Especialista em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional. Com formação complementar em Suplementação Alimentar e em Obesidade: aspectos metabólicos e exercício, pela USP. É coordenadora do Curso de Pós Graduação em Nutrição Esportiva do Hospital Israelita Albert Einstein e responsável pela Nutrição Esportiva do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação.

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