PREVENÇÃO & LONGEVIDADE
Primeiros socorros em emergências cardíacas: o que realmente salva vidas
Dor no peito, palpitações ou até uma parada cardíaca: saiba como agir nos primeiros minutos de uma emergência e por que a rapidez faz toda a diferença

Dra. Juliana Soares
5min • 23 de set. de 2025

Dor no peito, falta de ar, palpitações, desmaios ou até uma parada cardíaca. Situações como essas assustam — e com razão. As emergências cardíacas são graves e podem colocar a vida em risco em poucos minutos. Por isso, saber os primeiros socorros em emergências cardíacas até a chegada do socorro especializado é fundamental.
A cardiologista Juliana Soares, do Hospital Albert Einstein, reforça que, independentemente da situação, o essencial é agir com rapidez e manter a calma.
Infarto: como reconhecer e agir
O infarto agudo do miocárdio acontece quando uma artéria do coração fica entupida e impede o fluxo de sangue para o músculo cardíaco. É uma emergência que requer atendimento imediato.
Principais sintomas do infarto:
- Dor no peito, que pode irradiar para costas, pescoço ou braço;
- Falta de ar;
- Náuseas;
- Suor frio;
- Tontura.
O que fazer em caso de infarto:
- Ligue imediatamente para o SAMU (192) e informe sintomas e localização;
- Mantenha a pessoa calma, sentada ou deitada;
- Afrouxe roupas apertadas;
- Não ofereça água ou alimentos;
- Pergunte sobre uso de medicamentos. Se o SAMU orientar, dê um comprimido de AAS 100 mg para mastigar.
Desmaios: primeiros socorros
Os desmaios (síncopes) podem ter diversas causas, incluindo alterações cardíacas.
- Coloque a pessoa deitada de costas, em local seguro;
- Levante as pernas para favorecer o fluxo de sangue para o cérebro;
- Afrouxe as roupas e proteja a cabeça;
- Verifique se está respirando;
- Chame ajuda médica.
Se o desmaio estiver associado a dor no peito, falta de ar ou palpitações, a situação é considerada uma emergência.
Leia mais: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto
Palpitações: quando se tornam urgência
As palpitações — aquela sensação de batimentos rápidos ou irregulares — podem assustar, mas nem sempre são graves.
- Ajude a pessoa a se sentar ou deitar;
- Mantenha a calma;
- Se houver sintomas associados (dor no peito, falta de ar, tontura ou suor excessivo), chame o SAMU imediatamente.
Parada cardíaca: cada minuto conta
A parada cardíaca é a situação mais grave: o coração para de bater, a pessoa fica inconsciente e não respira ou apresenta respiração agônica.
- Ligue imediatamente para o SAMU (192);
- Deite a pessoa de barriga para cima, em superfície dura;
- Inicie massagem cardíaca:
- Posicione as mãos no centro do tórax;
- Entrelace os dedos;
- Faça compressões rápidas e firmes, de 100 a 120 por minuto;
- Continue até a chegada do socorro;
- Se possível, reveze a cada 2 minutos para não perder força.
- Se houver desfibrilador externo automático (DEA), use-o conforme instruções.
“Saber o que fazer nestes minutos iniciais pode fazer a diferença entre a vida e a morte”, reforça a cardiologista.
Confira: Drogas e coração: os riscos reais que você precisa conhecer
Perguntas frequentes sobre primeiros socorros em emergências cardíacas
1. Qual a primeira coisa a fazer diante de um infarto?
Ligar para o SAMU (192) imediatamente. Nunca tente dirigir até o hospital por conta própria.
2. Posso dar água ou alimento a alguém com dor no peito?
Não. A pessoa deve permanecer em repouso, sem ingerir nada, até avaliação médica.
3. Quando devo suspeitar que uma palpitação é grave?
Se vier acompanhada de dor no peito, falta de ar, tontura ou suor frio, é uma emergência.
4. Como saber se é desmaio simples ou parada cardíaca?
No desmaio, a pessoa retoma a consciência em segundos ou minutos. Na parada, ela permanece inconsciente, não respira e não responde a estímulos.
5. E se eu não souber fazer massagem cardíaca?
Mesmo sem treinamento, pressione com força e ritmo no centro do peito até o SAMU chegar. Isso aumenta muito as chances de sobrevivência.
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