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SINAIS & SINTOMAS

Dor abdominal: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum? 

Nem toda dor na barriga é igual. Entenda as possíveis causas, tipos e sinais de alerta da dor abdominal e saiba quando é hora de procurar um médico

Dra. Isabella Segura

Dra. Isabella Segura

5min • 14 de out. de 2025

Mulher coloca mão na barriga em sinal de dor abdominal

woman suffering from stomachache in casual clothes and looking painful. front view.

Quase todo mundo já sentiu um desconforto na barriga em algum momento da vida. A dor abdominal, uma das queixas mais comuns nos consultórios e prontos-socorros, pode surgir por motivos simples, como uma refeição pesada ou gases, mas também pode indicar problemas que exigem atenção médica imediata.

A diferença entre uma dor passageira e uma situação grave está nos detalhes: intensidade, duração e sintomas associados. Por envolver diversos órgãos do corpo, o abdome é uma região onde muitas doenças diferentes podem se manifestar. Entender como ela aparece, o que a agrava e quando procurar ajuda é essencial para garantir um diagnóstico rápido e evitar complicações.

O que é dor abdominal

A dor abdominal é uma das queixas mais comuns em consultórios e prontos-socorros. Quase todo mundo já sentiu um desconforto na barriga em algum momento da vida, mas a intensidade, a duração e os sintomas associados podem mudar completamente o significado dessa dor.

Ela pode ter causas simples, mas também pode indicar problemas que exigem atenção médica.

O abdome é formado por um revestimento chamado peritônio, onde a dor pode se manifestar, e abriga diversos órgãos importantes, como estômago, fígado, vesícula biliar, intestinos, pâncreas, baço, rins e bexiga. Estruturas de outros sistemas, como útero e ovários, também podem causar dor nessa região.

Tipos de dor abdominal

Dor aguda

Surge de forma súbita e dura menos de 7 dias. É responsável por até 10% das visitas aos prontos-socorros. Em geral, aparece rapidamente, pode ser intensa e, muitas vezes, vem acompanhada de náuseas, vômitos, febre ou alterações urinárias e intestinais.

Pode estar relacionada a condições como:

  • Gastroenterite;
  • Cálculos na vesícula ou nos rins;
  • Apendicite;
  • Pancreatite aguda;
  • Diverticulite;
  • Aneurisma dissecante de aorta;
  • Gestação ectópica rota.

Dor crônica

É aquela que persiste por semanas ou meses, podendo ser contínua ou intermitente. Pode piorar após refeições, em momentos de estresse ou quando há doenças associadas.

Costuma estar ligada a:

  • Gastrite;
  • Pancreatite crônica;
  • Síndrome do intestino irritável;
  • Doenças inflamatórias intestinais;
  • Isquemia mesentérica crônica.

Como é avaliada a dor abdominal

Para chegar ao diagnóstico, o médico precisa entender bem as características da dor, que fornecem pistas importantes sobre sua origem.

Entre os aspectos observados estão:

  • Localização: onde começou e se houve mudança de lugar.
  • Tipo: se é cólica, queimação, pressão, dor difusa ou pontual.
  • Irradiação: se a dor se espalha para costas, ombros ou outras áreas.
  • Evolução: se começou de repente ou foi aumentando gradualmente.
  • Fatores de melhora ou piora: relação com alimentação, evacuação, posição ou uso de medicamentos.
  • Episódios anteriores: se já houve dores semelhantes no passado.
  • Histórico familiar: presença de doenças abdominais em familiares próximos.

Sintomas que podem acompanhar a dor

Além da dor, outros sinais ajudam o médico a entender o que está acontecendo. Podem estar presentes:

  • Náuseas e vômitos;
  • Febre;
  • Alteração do hábito intestinal (diarreia, prisão de ventre ou sangue nas fezes);
  • Sangue na urina ou dor ao urinar;
  • Perda de apetite ou emagrecimento;
  • Distensão abdominal ou excesso de gases.

É importante lembrar que nem sempre a origem está no abdome em si. Problemas respiratórios, urinários, ginecológicos ou até condições metabólicas, como cetoacidose diabética, podem causar dor abdominal.

Veja mais: Pedra nos rins (cálculo renal): quando os sintomas preocupam e como se prevenir

Como o médico avalia

O primeiro passo é uma boa história clínica, com descrição detalhada da dor e dos sintomas. Depois, o médico faz um exame físico completo, que não se limita ao abdome.

Durante o exame abdominal, o médico observa:

  • Aspecto do abdome: presença de cicatrizes, distensão ou hérnias;
  • Ausculta: ruídos intestinais (presentes ou ausentes);
  • Palpação: pontos de sensibilidade, massas ou sinais de inflamação;
  • Manobras específicas: utilizadas em casos suspeitos de doenças características.

Após essa etapa, podem ser solicitados exames complementares, como:

  • Exames laboratoriais: hemograma e testes de função hepática, pancreática ou renal, conforme a hipótese;
  • Exames de imagem: ultrassonografia, tomografia computadorizada ou, em casos específicos, a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). Esses exames ajudam a identificar as causas da dor e orientar o tratamento.

Leia também: Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

Sinais de alerta

Nem toda dor abdominal é grave, mas alguns sinais exigem atendimento médico imediato:

  • Febre ou vômitos persistentes;
  • Sangue nas fezes ou urina;
  • Perda de peso inexplicada;
  • Queda de pressão ou desmaios;
  • Dor recorrente que atrapalha as atividades do dia a dia.

A dor abdominal pode variar de algo simples e passageiro a situações graves que exigem tratamento cirúrgico. Por isso, é essencial observar os sinais, entender as diferenças entre dor aguda e crônica, e buscar atendimento médico sempre que necessário.

Perguntas frequentes sobre dor abdominal (FAQ)

1. Toda dor abdominal precisa de atendimento médico?

Nem sempre. Dores leves e passageiras costumam ser benignas, mas sintomas persistentes ou intensos devem ser avaliados por um médico.

2. O que diferencia a dor abdominal aguda da crônica?

A dor aguda surge de forma súbita e dura poucos dias; já a crônica pode persistir por semanas ou meses.

3. A dor abdominal pode ser sinal de problema no coração?

Sim. Embora incomum, infarto, aneurisma de aorta e problemas respiratórios podem se manifestar com dor na região abdominal.

4. Quais exames ajudam a descobrir a causa da dor?

Dependendo do caso, o médico pode solicitar ultrassonografia, tomografia, exames laboratoriais ou outros específicos.

5. Dor abdominal com febre é perigosa?

Pode ser. A presença de febre, vômitos persistentes ou sangue nas fezes é um sinal de alerta e requer avaliação imediata.

6. O que pode causar dor abdominal depois das refeições?

Podem estar envolvidas condições como gastrite, refluxo, problemas na vesícula biliar ou intolerâncias alimentares.

7. Como prevenir dores abdominais recorrentes?

Manter alimentação equilibrada, hidratação adequada, evitar excessos de álcool e gordura e controlar o estresse são medidas que ajudam a prevenir alguns tipos de dores abdominais.

Confira: Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento

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Escrito por Dra. Isabella Segura

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