Logo Propor

DOENÇAS & CONDIÇÕES

Tremores, lentidão e rigidez: o que é e como tratar o Parkinson 

Doença neurológica crônica e progressiva, o Parkinson afeta os movimentos, mas pode ser controlado com tratamento e qualidade de vida

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 30 de out. de 2025

Médico segura as mãos de paciente com Doença de Parkinson em forma de amparo.

A doença de Parkinson afeta o sistema nervoso central, especialmente as áreas do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos | Foto: Freepik

A Doença de Parkinson é uma das condições neurológicas mais conhecidas, especialmente por afetar os movimentos do corpo. Ela provoca tremores, rigidez e lentidão, mas também pode causar sintomas menos lembrados, como alterações de sono, humor e memória.

Embora ainda não tenha cura, o Parkinson conta hoje com tratamentos que ajudam a manter uma vida ativa e independente por muitos anos, desde que acompanhados por equipe médica especializada.

O que é a Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson é crônica e progressiva, ou seja, evolui ao longo do tempo e exige acompanhamento constante. Ela afeta o sistema nervoso central, especialmente as áreas do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos.

O que acontece no cérebro

No Parkinson, ocorre uma degeneração das células nervosas localizadas em uma região chamada substância negra. Essas células produzem dopamina, neurotransmissor essencial para a coordenação, o equilíbrio e a fluidez dos movimentos.

Quando há perda dessa dopamina, o cérebro perde a capacidade de enviar sinais adequados aos músculos, gerando os sintomas motores característicos da doença.

Principais sintomas

Os sintomas do Parkinson se desenvolvem de forma lenta e progressiva, e a intensidade varia de pessoa para pessoa.

Sintomas motores

  • Tremor em repouso: movimento involuntário, geralmente nas mãos ou braços, que diminui durante a ação;
  • Rigidez muscular: sensação de enrijecimento, dificultando gestos simples;
  • Bradicinesia: lentidão para iniciar e realizar movimentos;
  • Instabilidade postural: dificuldade de equilíbrio e tendência a quedas.

Sintomas não motores

  • Alterações do sono;
  • Perda do olfato;
  • Constipação intestinal;
  • Depressão, ansiedade e apatia;
  • Dificuldade de concentração e lentidão no raciocínio;
  • Alterações na fala e na escrita (a letra tende a ficar menor e trêmula).

Causas e fatores de risco

A causa exata da Doença de Parkinson ainda não é totalmente conhecida. Acredita-se que resulte da combinação de fatores genéticos e ambientais. Alguns casos estão ligados a mutações genéticas, mas a maioria ocorre de forma esporádica, sem histórico familiar.

Os principais fatores de risco são:

  • Idade avançada;
  • Histórico familiar da doença;
  • Uso prolongado de certos medicamentos;
  • Exposição a toxinas ambientais.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, feito com base na observação dos sintomas e no exame neurológico. Não existe um teste único que confirme a doença, mas exames complementares, como ressonância magnética, tomografia e análises laboratoriais, ajudam a descartar outras condições com sintomas semelhantes.

Diagnósticos diferenciais

Algumas doenças podem causar sintomas parecidos com o Parkinson, o que torna o diagnóstico diferencial essencial.

Parkinsonismo secundário

Apresenta sintomas semelhantes, mas é causado por outro fator externo. Pode ocorrer por:

  • Uso prolongado de medicamentos (como antipsicóticos e antieméticos);
  • Traumatismos cranianos repetidos;
  • Acidentes vasculares cerebrais (AVC) em áreas específicas do cérebro.

Tremor essencial

Apesar de se parecer com o Parkinson, o tremor essencial ocorre durante o movimento, e não em repouso.

Tratamento

Ainda não existe cura para a Doença de Parkinson, mas os tratamentos atuais controlam os sintomas e proporcionam boa qualidade de vida.

As principais abordagens são:

1. Medicamentos

Os fármacos usados têm como objetivo aumentar ou substituir a dopamina, ou ainda reduzir sua degradação. Eles ajudam a melhorar a rigidez, o tremor e a lentidão dos movimentos.

2. Fisioterapia e atividade física

Essenciais para manter a mobilidade, a força e o equilíbrio. Exercícios como caminhadas, alongamentos e pilates são altamente benéficos.

3. Fonoaudiologia

Ajuda na fala e na deglutição, comuns de serem afetadas pela doença.

4. Terapia ocupacional

Auxilia o paciente a adaptar rotinas, preservar a autonomia e facilitar as atividades diárias.

5. Psicologia

Fundamental para lidar com o impacto emocional da doença.

6. Cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS)

Indicada em casos em que os medicamentos deixam de surtir efeito. O procedimento implanta eletrodos em áreas específicas do cérebro para regular os impulsos nervosos e melhorar os sintomas motores.

Evolução e qualidade de vida

O Parkinson tem progressão lenta, e o ritmo varia entre as pessoas. Com tratamento adequado e acompanhamento neurológico regular, é possível controlar os sintomas por muitos anos.

Além da adesão medicamentosa, o apoio familiar e o acompanhamento multidisciplinar com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos são fundamentais para manter a autonomia e o bem-estar.

Há como prevenir?

Ainda não existe uma forma comprovada de prevenir o Parkinson. Porém, hábitos que favorecem a saúde cerebral e a neuroplasticidade — a capacidade do cérebro de criar e reforçar conexões neuronais — podem ajudar a proteger o sistema nervoso.

São recomendadas:

  • Atividades físicas regulares;
  • Alimentação equilibrada;
  • Atividades cognitivas e sociais, que estimulam o cérebro.

Veja mais: Esclerose múltipla: entenda a doença em que o corpo ataca o sistema nervoso

Perguntas frequentes sobre Doença de Parkinson

1. O que causa a Doença de Parkinson?

A causa é multifatorial e envolve fatores genéticos e ambientais. A perda de células que produzem dopamina é o que gera os sintomas.

2. O Parkinson tem cura?

Não. Mas há tratamentos eficazes que controlam os sintomas e permitem uma vida ativa.

3. Quais são os primeiros sinais da doença?

Tremor em repouso, rigidez, lentidão e mudanças na escrita ou fala costumam ser os primeiros sinais.

4. Como é feito o diagnóstico?

Por meio da avaliação clínica e neurológica. Exames de imagem são usados para descartar outras doenças.

5. O tratamento é apenas com remédios?

Não. Fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e apoio psicológico são fundamentais.

6. Quando é indicada a cirurgia cerebral profunda (DBS)?

Em casos avançados, quando os medicamentos não controlam mais os sintomas.

7. O Parkinson pode ser evitado?

Não existe prevenção comprovada, mas atividades físicas, cognitivas e sociais ajudam a preservar a função cerebral.

Leia também: Demência por corpos de Lewy (DCL): o que é, como reconhecer e tratar

Inscreva-se em nossa newsletter

Receba semanalmente as últimas notícias da área da saúde, cuidado e bem estar.

Foto de Dra. Juliana Soares

Escrito por Dra. Juliana Soares

Especialidades/Área de atuação

Cardiologista - CRM/SP 133.846

Group Companies
Waves