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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): o que é e como afeta a vida 

A ELA é uma doença rara e progressiva que compromete os neurônios motores e causa perda gradual da força muscular; saiba mais

Dra. Isabella Segura

Dra. Isabella Segura

5min • 30 de out. de 2025

Homem idoso em cadeira de rodas com Esclerose Lateral Amiotrófica faz exercícios durante sessão de fisioterapia

A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta os neurônios motores, responsáveis por enviar comandos do cérebro e da medula espinhal para os músculos | Foto: Freepik

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma das doenças neurológicas mais desafiadoras da medicina moderna. Embora rara, ela impacta profundamente a vida das pessoas diagnosticadas e provoca limitações motoras progressivas que exigem acompanhamento contínuo.

No Brasil, estima-se que milhares de pessoas convivam com o diagnóstico. O físico Stephen Hawking, por exemplo, foi um dos casos mais conhecidos no mundo. Apesar de ainda não haver cura, avanços na medicina e o apoio de equipes multidisciplinares têm permitido mais tempo e qualidade de vida aos pacientes.

O que é a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta os neurônios motores, responsáveis por enviar comandos do cérebro e da medula espinhal para os músculos.

Com o tempo, esses neurônios se deterioram e morrem, fazendo com que os músculos percam a capacidade de se mover. Isso causa fraqueza muscular, dificuldade para andar, falar, engolir e respirar.

Apesar do comprometimento motor, a doença não afeta a memória nem a sensibilidade da pele, ou seja, a pessoa sente tudo normalmente, mas não consegue mover o corpo como antes.

Como a ELA se manifesta

Os sintomas iniciais variam de pessoa para pessoa, mas geralmente começam de forma discreta e vão piorando com o tempo.

Sinais mais comuns:

  • Fraqueza em braços ou pernas (dificuldade para segurar objetos, caminhar ou subir escadas);
  • Dificuldade para falar claramente (disartria);
  • Engasgos e dificuldade para engolir (disfagia);
  • Mudanças emocionais, como choro ou riso fora de hora (afeto pseudobulbar).

Com a progressão, a fraqueza se espalha pelo corpo, comprometendo fala, deglutição e respiração.

Quem pode ter ELA

A ELA pode afetar qualquer adulto, mas é mais comum após os 50 anos e atinge homens e mulheres.

A maioria dos casos é esporádica, ou seja, sem histórico familiar. Há, porém, formas hereditárias, ligadas a alterações genéticas.

Entre os fatores de risco estão:

  • Idade mais avançada;
  • Histórico familiar de ELA;
  • (De forma controversa) tabagismo e exposição a metais pesados.

Como é feito o diagnóstico

Não existe um exame único que confirme a doença. O diagnóstico é clínico, feito por um neurologista com base em sinais, sintomas e exames complementares.

Avaliações mais comuns:

  • História clínica detalhada e exame neurológico;
  • Eletroneuromiografia (ENMG): avalia a atividade elétrica dos músculos;
  • Ressonância magnética do cérebro e da medula: descarta outras doenças semelhantes;
  • Exames de sangue: para investigar causas metabólicas ou autoimunes.

O diagnóstico pode demorar porque a ELA pode se parecer com outras doenças neurológicas. Quanto antes for feita a confirmação, mais cedo o tratamento pode começar.

Tratamento e cuidados

Ainda não há cura para a ELA, mas existem terapias que retardam a progressão e melhoram a qualidade de vida. O tratamento deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar.

Principais abordagens:

  • Medicamentos: dois remédios aprovados conseguem retardar a evolução da doença por alguns meses; novas terapias estão em estudo;
  • Suporte ventilatório: ajuda na respiração quando os músculos enfraquecem;
  • Nutrição adequada: pode incluir sonda para manter o peso e prevenir desnutrição;
  • Fisioterapia motora e respiratória: mantém a mobilidade e reduz complicações;
  • Fonoaudiologia: melhora fala e deglutição;
  • Terapia ocupacional: adapta o ambiente para atividades do dia a dia;
  • Apoio psicológico: essencial para o paciente e familiares.

Prognóstico e qualidade de vida

A ELA não afeta apenas os músculos: também pode causar alterações cognitivas e emocionais, como depressão e apatia.

O impacto social e emocional é grande, tanto para quem convive com a doença quanto para cuidadores e familiares.

Por isso, os cuidados paliativos são parte importante do acompanhamento. Eles buscam aliviar sintomas, garantir conforto e apoiar decisões sobre o tratamento nas fases mais avançadas.

Veja também: Esclerose múltipla: entenda a doença em que o corpo ataca o sistema nervoso

Perguntas frequentes sobre Esclerose Lateral Amiotrófica

1. O que causa a Esclerose Lateral Amiotrófica?

Na maioria dos casos, a causa é desconhecida. Alguns estão ligados a mutações genéticas hereditárias.

2. A ELA tem cura?

Ainda não. No entanto, existem medicamentos e terapias que retardam a progressão e melhoram a qualidade de vida.

3. A doença afeta a memória ou o raciocínio?

Em geral, não. A ELA compromete os músculos, mas o paciente continua lúcido e consciente.

4. Como é feito o diagnóstico da ELA?

O diagnóstico é clínico e envolve exames neurológicos, eletroneuromiografia e ressonância magnética.

5. A ELA é hereditária?

Cerca de 5% a 10% dos casos têm origem genética. O restante é considerado esporádico.

6. O que esperar da evolução da doença?

A progressão é gradual e varia de pessoa para pessoa. O foco do tratamento é manter a autonomia e o conforto pelo máximo de tempo possível.

7. O que pode ajudar quem tem ELA a viver melhor?

Acompanhamento multiprofissional, fisioterapia, nutrição, suporte respiratório e apoio psicológico fazem diferença significativa.

Leia também: Demência: como reconhecer os sinais e entender os tipos mais comuns

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Escrito por Dra. Isabella Segura

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