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Albinismo: o que é, por que acontece e quais cuidados são essenciais
Saiba por que a condição exige proteção ao sol, acompanhamento oftalmológico e informação para combater o preconceito

Dra. Juliana Soares
5min • 15 de nov. de 2025

O albinismo é uma condição genética em que há diminuição ou ausência de melanina, o pigmento que dá cor à pele, aos olhos e aos cabelos | Foto: Freepik
O albinismo é uma condição genética rara que acompanha a pessoa desde o nascimento e afeta principalmente a cor da pele, dos cabelos e dos olhos. Muita gente reconhece o albinismo pelas características físicas, como pele muito clara e cabelos quase brancos, mas a condição vai além da aparência: ela também envolve particularidades da visão e uma sensibilidade maior ao sol.
Apesar das diferenças, pessoas com albinismo podem levar uma vida longa, saudável e plena. Com informação correta, cuidados com a pele, acompanhamento oftalmológico e proteção solar, é possível manter a saúde em dia e prevenir complicações.
O que é o albinismo?
O albinismo é uma condição genética em que há diminuição ou ausência de melanina, o pigmento que dá cor à pele, aos olhos e aos cabelos.
A melanina é produzida por células chamadas melanócitos. Quando há uma alteração genética que impede seu funcionamento, o corpo não consegue produzir pigmento normalmente.
Existem diferentes tipos:
- Albinismo oculocutâneo (AOC): afeta pele, cabelos e olhos;
- Albinismo ocular (AO): afeta apenas os olhos;
- Formas sindrômicas: associadas a outras condições genéticas.
Além das alterações de pigmentação, pessoas com albinismo geralmente apresentam características específicas na visão.
Por que o albinismo acontece
O albinismo é causado por mutações genéticas herdadas dos pais, que interferem na produção de melanina. Mesmo quando o número de melanócitos é normal, eles não funcionam adequadamente.
A melanina não é apenas um pigmento. Ela também:
- Protege contra raios ultravioleta (UV);
- Reduz o risco de queimaduras e câncer de pele;
- Contribui para o desenvolvimento adequado dos olhos e nervos ópticos.
Por isso, pessoas com albinismo podem nascer com alterações na formação dos olhos, o que impacta a acuidade visual.
Cada tipo de albinismo está ligado a um gene específico, o que explica por que algumas pessoas têm sintomas mais leves e outras, mais intensos.
Achados físicos mais comuns
As características variam bastante de pessoa para pessoa, mas alguns sinais são frequentes.
Na pele e nos cabelos
- Pele muito clara, que queima facilmente no sol;
- Cabelos brancos, loiros, dourados ou ruivos, dependendo do tipo;
- Sobrancelhas e cílios com pouco pigmento.
Nos olhos
- Fotofobia: sensibilidade aumentada à luz;
- Nistagmo: movimento involuntário dos olhos, comum nos primeiros meses de vida;
- Estrabismo: desalinhamento dos olhos;
- Baixa acuidade visual: dificuldade para enxergar detalhes ao longe ou de perto;
- Íris e retina mais claras: deixando os olhos com tons azulados, acinzentados ou rosados.
A intensidade desses achados depende do tipo de albinismo.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico geralmente ocorre nos primeiros meses de vida, idealmente durante as consultas pediátricas. Os profissionais observam:
- A coloração da pele e dos cabelos;
- O comportamento visual da criança;
- Possíveis movimentos oculares anormais.
O oftalmologista e o dermatologista complementam a avaliação, e exames genéticos podem confirmar o tipo específico, embora nem sempre sejam necessários.
Cuidados essenciais no albinismo
Não existe cura, mas o manejo adequado permite manter a saúde e evitar complicações.
Cuidados com a pele
- Evitar sol entre 10h e 16h;
- Usar protetor solar FPS 30 ou mais diariamente, reaplicando a cada 2 horas;
- Roupas de proteção e chapéus de aba larga;
- Óculos escuros com proteção UV;
- Acompanhamento dermatológico e autoexame frequente da pele.
Pessoas com albinismo têm risco maior de câncer de pele, por isso a proteção solar é indispensável.
Cuidados com os olhos
- Consultas oftalmológicas regulares;
- Óculos ou lentes especiais que reduzem sensibilidade e corrigem problemas de visão;
- Adaptações escolares: letras maiores, contraste adequado, lugar prioritário em sala;
- Cirurgia ocular em casos selecionados para corrigir estrabismo.
Qualidade de vida
Com os cuidados corretos, pessoas com albinismo têm expectativa de vida normal. Os principais desafios são a sensibilidade ao sol e as questões visuais, que podem ser manejadas com acompanhamento médico.
É importante, também, combater o preconceito: em algumas regiões do mundo, indivíduos com albinismo ainda enfrentam discriminação. Informação e empatia são essenciais para garantir inclusão, respeito e apoio.
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Perguntas frequentes sobre albinismo
1. Albinismo tem cura?
Não. É uma condição genética, mas os sintomas podem ser controlados com cuidados adequados.
2. Pessoas com albinismo enxergam muito mal?
Elas têm alterações visuais variáveis. Com óculos, lentes especiais e acompanhamento, muitas conseguem bom desempenho visual.
3. É possível prevenir o albinismo?
Não, porque é herdado geneticamente.
4. Quem tem albinismo pode tomar sol?
Sim, desde que com proteção rigorosa: protetor solar, roupas adequadas e evitar horários de maior radiação.
5. Pessoas com albinismo precisam de adaptações na escola?
Em muitos casos, sim. Letras maiores, contraste adequado e posição favorável em sala ajudam na leitura.
6. Toda pessoa com albinismo tem nistagmo?
É muito comum, mas a intensidade varia. O oftalmologista orienta o manejo adequado.
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