Logo Propor

SINAIS & SINTOMAS

Sente zumbido no ouvido? Veja o que pode ser, causas e como tratar 

Quando se torna constante ou aparece com intensidade, o zumbido pode afetar a rotina e prejudicar e a qualidade de vida

Dr. Giuliano Bongiovanni

Dr. Giuliano Bongiovanni

5min • 10 de out. de 2025

homem com dor de ouvido levando a mão à orelha, aparentando incômodo e possível zumbido no ouvido.

Você já ouviu um zumbido no ouvido? O sintoma é comum especialmente após shows, baladas e ambientes barulhentos, onde o som alto pode lesionar as células auditivas da cóclea, causando zumbido normalmente temporário.

Segundo dados do Instituto Nacional de Surdez e outras Desordens de Comunicação (NIDCD), cerca de 10 a 15% da população mundial já apresentou algum grau de zumbido.

O barulho interno pode se manifestar de formas diferentes: algumas pessoas descrevem como um chiado leve, outras como um apito contínuo ou até mesmo como o som de cigarras. Em muitos casos, ele é passageiro e não apresenta grandes riscos, mas quando se torna persistente ou surge de forma súbita e intensa, merece atenção de um médico.

Para entender melhor o que pode estar por trás do sintoma e quando procurar atendimento, conversamos com o médico otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni e esclarecemos as principais dúvidas. Confira!

O que é o zumbido no ouvido?

O zumbido no ouvido é a percepção de um som que não vem de nenhuma fonte externa. Ele pode se manifestar de diferentes maneiras, como:

  • Apito constante ou intermitente;
  • Chiado parecido com o som de uma panela de pressão;
  • Estalos ritmados;
  • Som de batidas ou pulsações;
  • Ruído semelhante ao mar ou ao vento.

O zumbido pode ser temporário, surgindo após exposição a ruídos altos, ou persistente, indicando algum problema mais sério no ouvido ou no organismo.

Vale ressaltar que o zumbido não é uma doença, mas um sintoma. Logo, entender a causa é importante para definir o tratamento adequado.

O que pode ser o zumbido no ouvido?

O zumbido pode ser causado por diversos fatores, desde condições auditivas até problemas de saúde geral. As principais incluem:

  • Exposição a sons altos: fones de ouvido em volume elevado, shows, baladas e ambientes barulhentos podem lesionar as células auditivas da cóclea, gerando zumbido temporário ou permanente;
  • Acúmulo de cera: o excesso de cerume pode obstruir o canal auditivo, causando sensação de ouvido tampado e zumbido;
  • Perda auditiva relacionada à idade: a presbiacusia, perda de audição natural do envelhecimento, é uma das principais responsáveis pelo surgimento de zumbido em idosos;
  • Doenças do ouvido interno: alterações como a doença de Ménière, otosclerose ou infecções podem provocar zumbido;
  • Problemas vasculares: o chamado zumbido pulsátil acontece quando há alterações na circulação sanguínea próxima ao ouvido e pode estar associado à hipertensão ou malformações vasculares;
  • Alterações na articulação temporomandibular (ATM): disfunções da mandíbula podem causar ruídos e zumbidos no ouvido;
  • Doenças metabólicas: diabetes, alterações da tireoide, colesterol elevado e hipertensão podem contribuir para o surgimento do sintoma;
  • Uso de medicamentos ototóxicos: alguns remédios, como antibióticos aminoglicosídeos, anti-inflamatórios e quimioterápicos, podem danificar o ouvido interno e causar zumbido.

O estresse no dia a dia também pode piorar a forma como o paciente percebe o som, já que a relação psicológica com o sintoma intensifica o incômodo.

Quando o zumbido no ouvido é preocupante?

Nem sempre o zumbido no ouvido é sinal de algo grave. Segundo Giuliano, ele pode aparecer depois de festas ou shows com som alto e desaparecer em poucas horas ou após uma noite de sono.

Porém, alguns sinais servem de alerta, como:

  • Zumbido súbito e intenso em apenas um ouvido;
  • Zumbido acompanhado de perda auditiva repentina;
  • Presença de tontura, vertigem ou desequilíbrio junto ao sintoma;
  • Barulho persistente que interfere no sono e na qualidade de vida.

O zumbido crônico está presente em 6 a 20% dos adultos e pode afetar seriamente a saúde mental e o bem-estar do paciente se não for investigado. Por isso, no surgimento de qualquer um dos sintomas, procure atendimento médico.

Diagnóstico do zumbido no ouvido

O diagnóstico de zumbido no ouvido é feito a partir da avaliação clínica, considerando a história do paciente, os sintomas e fatores de risco como exposição a barulho, doenças como hipertensão ou diabetes, uso de certos medicamentos e histórico familiar.

De acordo com Giuliano, a audiometria é o exame principal no diagnóstico, já que a perda de audição é uma das causas mais comuns do zumbido. Ela avalia a capacidade auditiva em diferentes frequências e ajuda a identificar se há algum grau de deficiência auditiva associado.

Em alguns casos, uma ressonância da orelha interna pode ser solicitada para avaliar possíveis alterações no nervo auditivo ou estruturas internas, como tumores ou inflamações.

Como tratar o zumbido no ouvido?

Na maioria das vezes, é difícil descobrir e tratar exatamente a causa do zumbido. Ainda assim, existem algumas abordagens que podem reduzir a intensidade do sintoma e melhorar a qualidade de vida do paciente, como:

Uso de remédios para zumbido no ouvido

Alguns remédios podem ajudar a reduzir o zumbido, como o clonazepam, por exemplo, que diminui a atividade do nervo auditivo e pode deixar o zumbido menos intenso.

Já o ginkgo biloba melhora a circulação de sangue na orelha interna, o que também pode trazer alívio, de acordo com Giuliano. Contudo, lembre-se que nenhum remédio deve ser tomado sem a orientação de um médico.

Terapias sonoras

As terapias sonoras usam sons externos para mascarar o zumbido — e isso faz o cérebro prestar menos atenção ao barulho interno e, com o tempo, pode reduzir a percepção do sintoma. Muitas pessoas relatam melhora quando convivem com o zumbido de forma crônica.

Fisioterapia e relaxamento

Se o zumbido vem de tensões nos músculos do pescoço ou da mandíbula, a fisioterapia pode ajudar a aliviar essas contraturas, com exercícios e técnicas de alongamento. O uso de relaxantes musculares também pode ser indicado nesses casos.

Acupuntura e terapias complementares

A acupuntura atua equilibrando fluxos de energia do corpo e, segundo alguns estudos, pode ajudar a reduzir a percepção do zumbido. Além dela, terapias alternativas como a meditação, a yoga e práticas voltadas ao controle do estresse também podem ajudar a diminuir o sintoma.

Controle de doenças associadas

Em alguns casos, o zumbido surge como consequência de doenças metabólicas ou cardiovasculares, como diabetes e hipertensão. Manter as condições sob controle, junto a hábitos saudáveis e consultas regulares, ajuda a reduzir a frequência e a intensidade do sintoma.

Como prevenir o zumbido no ouvido?

A melhor maneira de prevenir o zumbido no ouvido é cuidar da saúde auditiva no dia a dia. Isso envolve atenção a hábitos de escuta, ao ambiente e até ao estilo de vida, como:

  • Evitar sons muito altos, como em shows, boates e festas com som elevado;
  • Cuidar do volume dos fones de ouvido — o ideal é não ultrapassar 60% da potência máxima e limitar o uso contínuo a menos de 60 minutos por vez (regra dos 60/60);
  • Usar protetores auriculares em ambientes barulhentos, como obras, fábricas, aeroportos ou locais com ruído intenso;
  • Manter controle de doenças metabólicas, como hipertensão, diabetes e colesterol alto;
  • Evitar consumo excessivo de cafeína, álcool e nicotina;
  • Controlar o estresse com técnicas de relaxamento, sono adequado e atividades físicas;
  • Procurar atendimento precoce em casos suspeitos, se o zumbido surgir de forma súbita, for unilateral ou vier acompanhado de tontura e perda auditiva.

Confira: Tipos de sinusite: veja as diferenças entre viral, bacteriana e fúngica

Perguntas frequentes sobre zumbido no ouvido

1. Quais alimentos podem piorar o zumbido no ouvido?

Alguns alimentos e substâncias, especialmente quando em excesso, podem intensificar o barulho, como cafeína, bebidas alcoólicas, nicotina e alimentos muito industrializados. Já uma dieta equilibrada, com boa hidratação e consumo moderado de estimulantes, ajuda a controlar o sintoma.

2. O zumbido no ouvido pode sumir sozinho?

Em muitos casos, sim. Quando o zumbido é causado por exposição temporária a sons altos ou por fatores passageiros, como cansaço extremo, ele tende a desaparecer em poucas horas ou dias. Mas, se persistir, deve ser investigado por um médico.

3. Crianças podem ter zumbido?

O zumbido é mais comum em adultos e idosos, mas pode ocorrer em crianças por infecções, acúmulo de cera, problemas auditivos ou emocionais. É importante procurar um especialista para investigar.

4. Zumbido no ouvido pode ser emocional?

O fator emocional influencia na percepção do sintoma. Ansiedade, estresse e depressão podem agravar o incômodo, pois o cérebro foca no barulho interno e aumenta a sensação de desconforto. Embora nem sempre seja a causa, o estado psicológico pode piorar o quadro.

5. Zumbido pode ser causado por acúmulo de cera?

Sim. O excesso de cera pode dificultar a propagação do som e gerar ruídos internos. A remoção feita por um profissional costuma resolver o problema, mas nunca use hastes flexíveis, pois podem empurrar a cera e agravar a situação.

Leia mais: Sinusite: o que é, causas, sintomas e como tratar

Inscreva-se em nossa newsletter

Receba semanalmente as últimas notícias da área da saúde, cuidado e bem estar.

Foto de Dr. Giuliano Bongiovanni

Escrito por Dr. Giuliano Bongiovanni

Especialidades/Área de atuação

Otorrinolaringologia - CRM/SP 133.832 | RQE 39412

Group Companies
Waves