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SAÚDE MENTAL & EMOCIONAL

Vitamina mágica para memória? O que dizem os especialistas 

A falta de vitaminas pode de fato afetar a memória, mas não existe suplemento milagroso. Entenda o que é ciência de verdade e o que é mito

Dr. Luiz Dieckmann

Dr. Luiz Dieckmann

5min • 17 de out. de 2025

Idosa sente que esqueceu alguma coisa e se questiona se existe vitamina para a memória.

Cuidado com promessas milagrosas. Entenda o que realmente funciona para a memória

Você já viu por aí alguém falando de uma vitamina para a memória que é capaz de turbinar a cognição e quis logo experimentar? Você foi enganado.

“Existe uma crença de que existe uma vitamina milagrosa que melhorar ou previne este problema, mas não existe nenhuma vitamina em específico que vá curar perda de memória de ninguém”, explica a neurologista Paula Dieckmann.

Venha entender mais o problema de tomar vitaminas sem orientação médica ou nutricional para melhorar a memória e o que de fato ajuda a manter o cérebro saudável.

Quando as vitaminas importam de verdade

A falta de vitaminas é, de fato, prejudicial para a memória. “Mas isso não quer dizer que a reposição delas para pessoas saudáveis vá ter algum tipo de benefício”, diz o psiquiatra.

“Na nossa investigação médica, descartamos sempre a hipovitaminose, que são deficiências de vitaminas específicas que podem estar ligadas a algum problema”, explica o psiquiatra Luiz Dieckmann.

Em outras palavras, não existe “vitamina mágica”. Agora, se faltar alguma, sim, isso pode ter impacto no funcionamento do cérebro, inclusive na memória.

Veja quais vitaminas, quando em falta, podem afetar a memória:

  • Vitamina B12: deficiência de B12 está associada em vários estudos com prejuízo da memória, confusão mental e até demência reversível em idosos;
  • Ácido fólico (vitamina B9): participa de processos que mantêm o cérebro saudável; aliado com B12, contribui para evitar acúmulo de homocisteína (uma substância que, em excesso, pode ser danosa);
  • Vitaminas C, D e antioxidantes em geral: embora não haja evidência de que façam “explodir” a memória, baixos níveis de vitamina C ou D e de antioxidantes estão associados a declínio cognitivo em pessoas mais velhas.

Esses déficits são corrigíveis com avaliação médica, exames de sangue, dieta adequada ou suplementação quando necessário.

Fique atento ao que não funciona para a memória

  • A reposição de vitaminas em pessoas sem deficiência não garante memória superior, melhoria milagrosa ou proteção absoluta contra doenças como Alzheimer;
  • Muitos suplementos são promovidos na internet com promessas exageradas, sem respaldo científico rigoroso ou aprovação técnica;
  • Suplementos vitamínicos têm variação de composição, dosagem e pureza. Interações com outros remédios ou efeitos adversos podem existir — é importante usar sempre com orientação médica ou nutricional.

“Existem inúmeras coisas que vemos na internet prometendo milagres que não existem”, alerta o psiquiatra.

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Práticas que realmente ajudam sua memória

Mesmo não havendo uma vitamina mágica, há medidas comprovadas para cuidar bem da memória:

  • Alimentação balanceada, rica em proteínas, frutas, vegetais e gorduras boas (como ômega-3);
  • Exercícios físicos regulares, que melhoram o fluxo sanguíneo cerebral e promovem saúde dos neurônios;
  • Sono de qualidade, pois durante o sono o cérebro consolida memórias;
  • Aprender coisas novas (idiomas, instrumentos, hobbies) para estimular a plasticidade cerebral;
  • Vida social ativa, com convívio entre amigos, família e estímulos cognitivos.

Assista ao vídeo dos especialistas a respeito de vitaminas e memória:

Perguntas frequentes sobre vitaminas e memória

1. Existe alguma vitamina milagrosa para turbinar a memória?

Não. Especialistas são unânimes: não há vitamina que garanta aumento cognitivo acima do normal em pessoas saudáveis, ou seja, pessoas que já têm níveis adequados de vitaminas.

2. Se eu tiver deficiência de vitaminas como B12, posso melhorar a memória ao repor?

Sim. Em casos de deficiência, como baixa B12, a reposição pode reverter prejuízos cognitivos. É por isso que exames médicos são tão importantes.

3. Posso tomar suplementos apenas supondo que estou com deficiência de vitaminas?

Não. É importante fazer exames antes para evitar a hipervitaminose, que também pode fazer mal à saúde. Lembre-se: suplementos não são garantia de memória melhor se seus níveis vitamínicos já estiverem normais.

4. Vitamina D ou C ajudam?

Em parte, sim, mas apenas se a pessoa tiver deficiência delas. Elas colaboram para a saúde geral do cérebro e, em pessoas com deficiência, podem melhorar aspectos cognitivos. Mas não substituem boas práticas como sono, alimentação e exercício.

5. Qual é o papel das vitaminas do complexo B (B1, B6, B9, B12)?

Essas vitaminas participam da produção de energia no cérebro, da manutenção dos neurônios, da regulação da homocisteína, da síntese de DNA e da condução nervosa. Tudo isso pode impactar a memória se houver deficiência.

6. Há risco em tomar vitaminas demais?

Sim. O excesso pode causar efeitos adversos. Além disso, suplementos não seguem o mesmo rigor médico dos medicamentos — por isso, a orientação de um médico ou nutricionista é essencial.

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Escrito por Dr. Luiz Dieckmann

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