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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Vitamina K: importante para coagulação do sangue e ossos fortes 

A vitamina K é importante para que o sangue coagule quando necessário e para a saúde dos ossos. Saiba em quais alimentos encontrá-la e o que pode acontecer com a deficiência

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 29 de out. de 2025

Idoso se exercita depois de garantir a vitamina K por meio de uma boa alimentação.

A função mais conhecida da vitamina K é ajudar o sangue a coagular | Foto: Freepik

Assim como muitas outras, a vitamina K é também muito importante para o organismo. E não é à toa: ela é indispensável para que o sangue coagule corretamente, o que evita sangramentos excessivos, e também ajuda o corpo a manter os ossos saudáveis. Sem ela, pequenas feridas podem demorar a cicatrizar, e o risco de fraturas pode aumentar.

Presente em alimentos simples, como folhas verdes e alguns óleos vegetais, essa vitamina também é produzida em parte pelas bactérias intestinais. Apesar disso, nem sempre o corpo consegue obtê-la nas quantidades ideais.

O que é a vitamina K

A vitamina K é um grupo de compostos lipossolúveis que exercem funções muito importantes no corpo.

Os tipos mais estudados são:

  • Vitamina K1 (filoquinona): encontrada em plantas verdes, especialmente folhas escuras.
  • Vitamina K2 (menaquinonas, como MK-4, MK-7, etc.): encontrada em alimentos fermentados, em alguns produtos animais e também produzida por bactérias intestinais.

Apesar de ambas serem vitamina K, os subtipos K1 e K2 podem ter diferenças em absorção, distribuição no corpo e funções extras além da coagulação.

Funções principais da vitamina K

1. Coagulação do sangue

A função mais conhecida da vitamina K é ajudar o sangue a coagular, ou seja, a formar aquela “casquinha” natural que impede um corte de sangrar demais. Ela ativa proteínas que fazem o sangue fechar o ferimento e interromper o sangramento.

Quando falta vitamina K, esse mecanismo não funciona direito. Pequenos machucados podem demorar mais para estancar e, em casos graves, o risco de sangramentos aumenta.

No organismo, a vitamina K é parte importante da produção de vários fatores de coagulação, que são substâncias presentes no fígado que tornam esse processo possível.

2. Saúde óssea e metabolismo do cálcio

Nos ossos e nos tecidos conectivos, a vitamina K também participa da ativação de proteínas que regulam o uso do cálcio — ou seja, ajuda que o cálcio vá para onde é necessário, nos ossos, e não acabe depositado em locais indesejados, como as artérias.

Níveis corretos de vitamina K estão associados a um osso mais saudável e menor risco de fraturas.

Causas e fatores de risco para deficiência de vitamina K

A deficiência de vitamina K não é tão comum em pessoas saudáveis, mas pode ocorrer em certas situações.

Alguns fatores de risco são:

  • Problemas no intestino, que dificultam a absorção das gorduras dos alimentos e, junto com elas, da vitamina K;
  • Uso prolongado de antibióticos, que pode eliminar as bactérias boas do intestino — são elas que ajudam a produzir uma parte da vitamina K2;
  • Alimentação pobre em verduras e legumes verdes, como couve, brócolis e espinafre, que são as principais fontes da vitamina;
  • Doenças no fígado, já que esse órgão precisa estar saudável para usar a vitamina e produzir substâncias que ajudam o sangue a coagular;
  • Uso de certos remédios anticoagulantes (como a varfarina), que interferem no efeito da vitamina K e exigem acompanhamento médico;
  • Recém-nascidos, porque ainda não têm as bactérias do intestino totalmente formadas. Por isso, logo após o parto, o bebê recebe uma injeção de vitamina K para evitar sangramentos.

Quando há falta de vitamina K, alguns sinais que podem aparecer são: sangramentos frequentes (hematomas, sangramento nas gengivas, sangramentos prolongados) e elevação do tempo de coagulação nos exames de sangue.

Fontes alimentares de vitamina K

É possível conseguir boa parte da vitamina K por meio da alimentação. Aqui vão algumas fontes importantes:

  • Vegetais verdes escuros: couve, espinafre, brócolis, agrião, rúcula;
  • Óleos vegetais: óleo de soja, óleo de canola;
  • Alimentos fermentados ou fermento natural: natto (soja fermentada — especialmente rico em K2) e certos queijos maturados;
  • Fígado e algumas carnes: principalmente fontes de K2;
  • Ovos e laticínios integrais: em menor grau.

A parte que o corpo consegue absorver varia conforme o tipo de vitamina K, o alimento e o contexto da dieta.

Como saber se está recebendo o suficiente

Não existe um exame de sangue comum que mostre exatamente quanto de vitamina K a pessoa tem no corpo. Mas o médico pode desconfiar da falta da vitamina ao observar alguns sinais e exames.

Quando o sangue demora mais para coagular, isso pode aparecer nos exames de coagulação. O profissional também avalia se a pessoa tem sangramentos frequentes, manchas roxas que surgem com facilidade ou alimentação pobre em verduras.

Em alguns casos, pode ser necessário investigar mais a fundo, mas quase sempre uma boa alimentação é o suficiente para manter os níveis adequados.

Suplementação e tratamento

Se for identificada deficiência ou risco alto, o médico ou nutricionista pode recomendar suplementação ou ajustes na dieta. Algumas observações importantes:

  • Suplementos de vitamina K podem ter formas K1 ou K2 — a escolha depende do objetivo e do perfil da pessoa;
  • A dose e a forma ideal ainda são objeto de estudo para muitos usos, especialmente para ossos;
  • Pessoas que utilizam medicamentos anticoagulantes devem ter acompanhamento rigoroso, pois a vitamina K pode interferir no efeito desses medicamentos;
  • A suplementação não substitui uma dieta saudável e balanceada;
  • Em alguns casos específicos (por exemplo, em recém-nascidos), administra-se injeção de vitamina K para prevenir hemorragias.

Cuidados e riscos

A vitamina K dos alimentos é segura e não faz mal, mesmo quando consumida todos os dias. O problema pode aparecer quando alguém toma suplementos por conta própria, em doses altas, ou mistura com remédios anticoagulantes sem orientação médica.

Quem tem problemas no fígado ou já teve reações alérgicas deve conversar com o médico antes de usar qualquer tipo de suplemento. E atenção: nunca pare nem mude o uso de remédios que afinam o sangue (como varfarina) sem falar com o profissional que acompanha seu tratamento.

Quando procurar um médico ou nutricionista

Procure orientação profissional se você:

  • Tiver sangramentos fora do normal, como nariz sangrando, gengivas que sangram com facilidade ou manchas roxas que aparecem do nada;
  • Sofrer de ossos fracos ou já tiver tido diagnóstico de osteopenia ou osteoporose;
  • Usar remédios anticoagulantes e tiver dúvidas sobre o que pode comer;
  • Ou perceber sinais de má alimentação, como fraqueza e cansaço sem motivo.

Confira: O que acontece no corpo quando falta vitamina A

Perguntas frequentes sobre a vitamina K

1. Posso exagerar na dose de vitamina K?

A vitamina K que vem dos alimentos não faz mal. O cuidado deve ser com suplementos em excesso, que podem atrapalhar o efeito de remédios anticoagulantes.

2. Quem usa anticoagulante pode comer alimentos ricos em vitamina K?

Pode sim, mas é importante manter uma alimentação equilibrada e constante. Comer demais ou de menos de uma vez pode atrapalhar o controle da medicação.

3. Qual a quantidade ideal por dia?

A necessidade varia de pessoa para pessoa, mas os especialistas recomendam cerca de 90 a 120 microgramas por dia para adultos saudáveis. Isso pode ser alcançado com uma boa alimentação.

4. A vitamina K ajuda a evitar fraturas?

Alguns estudos mostram que sim, que ela pode fortalecer os ossos e reduzir o risco de fraturas, mas os cientistas ainda pesquisam mais sobre isso.

5. Grávidas e mulheres que amamentam podem tomar vitamina K?

Sim, a vitamina K é importante nessas fases. Mas qualquer suplemento deve ser indicado pelo médico, para garantir a dose certa e a segurança da mãe e do bebê.

6. Dá para conseguir vitamina K só com a alimentação?

Na maioria das vezes, sim. Comer verduras de folhas verdes, brócolis, couve e alimentos fermentados costuma trazer a vitamina que o corpo precisa.

Leia mais: Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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