DOENÇAS & CONDIÇÕES
Trombose Venosa Profunda (TVP): entenda mais sobre a condição
O que é, sinais de alerta, fatores de risco e como prevenir complicações

Dra. Juliana Soares
5min • 30 de nov. de 2025

O trombo dificulta a circulação do sangue e, nos casos mais graves, pode se desprender e causar embolia pulmonar | Foto: Freepik
A trombose venosa profunda (TVP) é uma condição séria, mas muitas vezes silenciosa, em que um coágulo de sangue se forma dentro de uma veia profunda, principalmente nas pernas. Ela preocupa porque pode evoluir para uma embolia pulmonar, complicação grave que acontece quando parte do coágulo se solta e migra para os pulmões.
Apesar de ser mais frequente em pessoas com fatores de risco específicos, a trombose venosa profunda pode acontecer em qualquer idade e costuma aparecer após períodos prolongados de imobilidade, cirurgias, viagens longas, uso de hormônios ou condições que favorecem a coagulação. Reconhecer os sinais e buscar ajuda rápida reduz o risco de complicações.
O que é trombose venosa profunda (TVP)?
A trombose venosa profunda é a formação de um coágulo (trombo) dentro de uma veia profunda. Geralmente afeta:
- Panturrilha;
- Coxa;
- Pelve.
O trombo dificulta a circulação do sangue e, nos casos mais graves, pode se desprender e causar embolia pulmonar, situação potencialmente fatal.
Por que a trombose venosa profunda acontece?
Três mecanismos explicam a formação dos coágulos, conhecidos como Tríade de Virchow:
1. Estase sanguínea
Quando o sangue circula muito devagar, como em:
- Longas viagens sentado;
- Pós-operatório;
- Longos períodos acamado.
2. Lesão na parede do vaso
Pode acontecer por traumas, cirurgias ou inflamação da veia.
3. Hipercoagulabilidade
Quando o sangue coagula com mais facilidade, por motivos como:
- Trombofilias herdadas;
- Câncer;
- Gravidez;
- Uso de hormônios;
- Doenças que alteram a coagulação.
Geralmente, mais de um fator atua ao mesmo tempo.
Quem tem mais risco de trombose venosa profunda?
Algumas situações aumentam significativamente o risco:
- Idade acima dos 40 anos (risco aumenta ainda mais após os 60);
- Imobilidade prolongada;
- Cirurgias extensas;
- Histórico pessoal ou familiar de trombose;
- Varizes;
- Obesidade;
- Câncer e quimioterapia;
- Gravidez e pós-parto;
- Uso de anticoncepcionais ou reposição hormonal;
- Trombofilias;
- Tabagismo.
Quais são os sintomas?
A trombose venosa profunda pode passar despercebida, mas alguns sinais são clássicos:
- Inchaço em apenas uma perna (edema unilateral);
- Dor na panturrilha ou coxa;
- Sensação de endurecimento no músculo;
- Aumento da temperatura local;
- Pele arroxeada;
- Diferença perceptível de tamanho entre as pernas.
Ao notar esses sinais, procure atendimento imediatamente.
Como é feito o diagnóstico?
O médico avalia a história clínica, o exame físico e solicita exames para confirmação. Veja quais.
Ultrassom com Doppler venoso
É o exame principal, seguro e não invasivo.
Exames de sangue
Podem ajudar a descartar a trombose em casos de baixo risco, mas não confirmam sozinhos.
Outros exames podem ser feitos em situações específicas.
Principais complicações da trombose venosa profunda
1. Embolia pulmonar
Ocorre quando parte do coágulo se solta e chega aos pulmões. Pode causar:
- Falta de ar súbita;
- Dor no peito;
- Palpitações;
- Tosse com sangue;
- Risco de morte.
2. Síndrome pós-trombótica
A longo prazo, a circulação fica prejudicada, levando a:
- Inchaço crônico;
- Escurecimento da pele;
- Dor persistente;
- Feridas de difícil cicatrização.
Como é o tratamento da trombose venosa profunda?
O objetivo é evitar que o coágulo cresça ou se desprenda e aliviar os sintomas.
Anticoagulantes
São o tratamento principal e mais utilizado. Duram, em média, 3 a 6 meses, podendo ser prolongados ou até contínuos em alguns casos.
A escolha depende de fatores como:
- Outras doenças do paciente;
- Possibilidade de reversão do efeito;
- Familiaridade com a medicação;
- Disponibilidade e custo.
Meias elásticas de compressão
Ajudam a melhorar a circulação e prevenir complicações.
Fibrinolíticos
Usados raramente, apenas em casos graves, pois dissolvem o coágulo.
Cirurgia ou cateterismo
Indicados em situações específicas, como trombos muito extensos.
Como prevenir a trombose venosa profunda?
- Evite ficar parado muito tempo — movimente-se sempre que possível;
- Em viagens longas, levante-se e caminhe a cada 1–2 horas;
- Mantenha as pernas elevadas quando puder;
- Hidrate-se bem;
- Use meias elásticas se houver indicação médica;
- Trate condições associadas (obesidade, varizes, trombofilias);
- Não fume.
Leia também: Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo: a doença autoimune que aumenta o risco de trombose
Perguntas frequentes sobre trombose venosa profunda
1. A trombose venosa profunda só acontece em pessoas idosas?
Não. Pode ocorrer em qualquer idade, mas o risco aumenta com o envelhecimento.
2. Posso ter trombose venosa profunda mesmo sem sintomas?
Sim. Alguns casos são silenciosos, mas o risco ainda existe.
3. Anticoncepcional aumenta o risco?
Sim. Hormônios com estrogênio elevam o risco de trombose em algumas mulheres.
4. Trombose venosa profunda e varizes são a mesma coisa?
Não. Varizes aumentam o risco de TVP, mas são condições diferentes.
5. A trombose volta?
Pode voltar, especialmente em pessoas com fatores de risco persistentes. Por isso, o acompanhamento médico é essencial.
6. Quanto tempo dura o tratamento?
Em média 3 a 6 meses, podendo ser mais longo dependendo do caso.
7. Caminhar ajuda a prevenir?
Sim. Movimentar as pernas melhora a circulação e reduz muito o risco.
Confira: Trombose do viajante: o que é, sintomas, causas e como evitar

