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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Triglicérides: do combustível do corpo ao risco para o coração 

Ótimos para fornecer energia, os triglicérides se tornam perigosos quando em excesso; entenda os valores normais e o que significam as alterações

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 28 de set. de 2025

Triglicérides: do combustível do corpo ao risco para o coração 

O resultado do exame de sangue chegou e, entre colesterol, glicemia e outras siglas, lá estão eles: os triglicérides. Apesar do nome complicado, trata-se de um dos exames mais importantes para avaliar a saúde cardiovascular.

Quando estão em níveis corretos, funcionam como reserva de energia para o corpo. Mas, quando se elevam demais, podem indicar risco aumentado para doenças do coração e até pancreatite. Por isso, sociedades médicas no Brasil e no mundo reforçam a importância de acompanhar esses valores.

O que são triglicérides?

Os triglicérides são um tipo de gordura que circula no sangue e que o corpo utiliza como fonte de energia. Sempre que uma pessoa se alimenta, parte do que consome — especialmente carboidratos e gorduras — é transformada em triglicérides e armazenada nas células de gordura. Entre as refeições, eles são liberados para fornecer combustível aos músculos e outros tecidos.

Além da alimentação, o fígado também pode produzir triglicérides, principalmente quando há excesso de calorias. É por isso que dietas ricas em açúcar, massas, pães e bebidas alcoólicas aumentam os níveis dessa gordura no sangue.

Ou seja: os triglicérides têm função importante, mas quando permanecem em níveis muito altos aumentam o risco de doenças cardiovasculares e, em casos extremos, de pancreatite.

Valores de referência de exame de triglicérides

  • Normal: abaixo de 150 mg/dL
  • Limítrofe: entre 150 e 199 mg/dL
  • Alto: entre 200 e 499 mg/dL
  • Muito alto: acima de 500 mg/dL

O que causa triglicérides altos?

Entre os principais fatores estão:

  • Alimentação rica em açúcares, frituras e álcool;
  • Excesso de peso e obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Doenças como diabetes descontrolado e hipotireoidismo;
  • Uso de alguns remédios (corticoides, diuréticos, anticoncepcionais).

Valores acima de 500 mg/dL exigem atenção imediata, pois aumentam o risco de pancreatite aguda. Já níveis muito baixos podem estar relacionados à desnutrição, dietas restritivas ou doenças do fígado.

Leia mais: Colesterol alto: entenda os riscos, causas e como prevenir

Como manter os triglicérides sob controle?

  • Praticar exercícios físicos regularmente;
  • Reduzir consumo de açúcar, massas, pães e frituras;
  • Evitar bebidas alcoólicas;
  • Manter um peso saudável;
  • Seguir corretamente o tratamento médico, quando indicado.

Perguntas frequentes sobre triglicérides

1. Triglicérides e colesterol são a mesma coisa?

Não. Ambos são gorduras no sangue, mas com funções diferentes: o colesterol participa da produção de hormônios e membranas celulares, enquanto os triglicérides armazenam energia.

2. O exame de triglicérides precisa de jejum?

Na maioria dos laboratórios, sim: entre 8 e 12 horas de jejum. O ideal é confirmar com o laboratório.

3. Só dieta resolve triglicérides altos?

Em muitos casos, sim. Mas quando os níveis estão muito elevados, pode ser necessário o uso de medicamentos prescritos pelo médico.

4. Álcool aumenta triglicérides mesmo em pequenas quantidades?

Sim. A bebida alcoólica é uma das principais causas de aumento dos triglicérides.

5. Crianças podem ter triglicérides altos?

Sim. Crianças com sobrepeso e má alimentação também podem apresentar triglicérides elevados.

6. Triglicérides altos sempre causam sintomas?

Não. Na maioria das vezes, a condição é silenciosa e só aparece no exame de sangue. Em casos extremos, podem surgir depósitos de gordura na pele, em forma de pequenas pápulas.

7. É possível reduzir triglicérides rapidamente?

Sim. Ajustes na alimentação — como reduzir açúcar e álcool — já podem diminuir os valores em semanas. No entanto, o acompanhamento médico é essencial.

Veja também: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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