DOENÇAS & CONDIÇÕES
Colesterol alto tem solução! Veja como é o tratamento
Colesterol alto não precisa ser sentença: com alimentação, exercício físico e, se preciso, o uso de remédios, dá para controlar e viver bem

Dra. Juliana Soares
5min • 25 de jul. de 2025

O colesterol alto é um dos principais fatores de risco para doenças do coração, como infarto e AVC. Quando está em excesso, pode se depositar nas paredes das artérias, dificultar a passagem do sangue e aumentar o risco de entupimentos. Por isso, seguir o tratamento para colesterol corretamente é fundamental para prevenir complicações graves e proteger o coração.
Se os níveis estiverem elevados, portanto, é preciso agir logo. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida e, se necessário, o uso de medicamentos. A boa notícia? Com acompanhamento e disciplina, é possível reverter o quadro e prevenir complicações.
Como tratar colesterol alto: 3 métodos comprovados
Em primeiro lugar, é necessário saber se o colesterol está alto. Isso é feito por meio de exames de sangue simples que medem os níveis de colesterol total, LDL (também conhecido por colesterol “ruim”), HDL (colesterol “bom”) e triglicerídeos, um tipo de gordura também prejudicial ao coração.
Se identificado o problema, é hora de saber o que fazer para tratar. Conheça os três pilares do tratamento para colesterol alto.
1. Alimentação saudável: o combustível do coração
A base de como baixar o colesterol começa no prato. Uma alimentação equilibrada pode reduzir o LDL entre 10% e 30%.
“Uma alimentação cardioprotetora prioriza o consumo de fibras solúveis, que estão, por exemplo, presentes na aveia, na cevada, nas frutas cítricas e nas leguminosas e formam um gel no intestino que se liga ao colesterol, reduzindo sua absorção. O consumo diário de 5 a 10 g de fibras solúveis pode reduzir o LDL em 5% a 10%”, explica a cardiologista Juliana Aparecida Soares.
Além das fibras, outros alimentos também são bons para o controle do colesterol:
- Gorduras boas: azeite extravirgem, abacate, castanhas e peixes como salmão e sardinha.
- Esteróis vegetais: substâncias presentes em vegetais, oleaginosas, sementes e alimentos funcionais e que ajudam a bloquear a absorção do colesterol no intestino. Dois gramas por dia podem reduzir o LDL em até 10%.
Evitar alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, macarrão instantâneo, fast-food, embutidos, frituras e excesso de carnes gordurosas também é muito importante para cuidar do coração. Comer em horários certos, com porções equilibradas, ajuda o corpo a funcionar melhor.
2. Atividade física: o exercício que vale ouro
Mexer o corpo é tão importante quanto cuidar da alimentação. A atividade física ajuda a:
- Aumentar colesterol bom
- Reduzir o colesterol ruim e os triglicerídeos
- Melhorar a circulação e o funcionamento das artérias
A recomendação é praticar pelo menos 150 minutos por semana de atividades aeróbicas, como caminhada rápida, ciclismo ou natação. Também é importante fazer exercícios com pesos de duas a três vezes por semana, como a musculação, por exemplo.
E se você está começando agora, não se preocupe com a intensidade. É mais importante fazer sempre. “A constância supera a intensidade”, lembra a médica.
Leia mais: Pressão alta: como controlar com a alimentação
3. Remédios para colesterol: quando são necessários?
Nem sempre o estilo de vida é suficiente para controlar o colesterol, especialmente em casos em que o colesterol alto tem base genética ou quando a pessoa já tem histórico de doença cardiovascular. Nesses casos, os remédios entram em cena, sempre indicados por um médico. Conheça quais são os melhores tratamentos para colesterol alto.
Principais classes de remédios:
- Estatinas (as mais utilizadas)
- Fibratos
- Ezetimibe
- Terapias mais recentes, como anticorpos monoclonais
“As estatinas são as mais comuns. Estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas usem essa classe de medicamento para reduzir o colesterol ruim (LDL) em até 50%”, afirma Juliana.
Estatinas para colesterol: como funcionam e efeitos colaterais
Elas atuam no fígado, bloqueando uma enzima chamada HMG-CoA redutase, que é essencial na produção de colesterol. Também têm efeito anti-inflamatório e ajudam a estabilizar as placas de gordura nas artérias, o que reduz o risco de infarto e AVC.
E os efeitos colaterais?
A maioria das pessoas tolera bem as estatinas. Os efeitos colaterais mais comuns são:
- Dores musculares leves (em até 5% dos casos);
- Alterações nos exames de fígado (raras);
- Pequeno aumento no açúcar do sangue.
Alguns fatores aumentam o risco de efeitos adversos: idade avançada, uso de vários remédios, consumo de bebida alcoólica e doenças no fígado ou rins. Por isso, o acompanhamento médico é indispensável.
Vale a pena seguir o tratamento para colesterol?
“Os benefícios são muito maiores do que os riscos”, garante Juliana. As estatinas, por exemplo, não apenas reduzem o colesterol como também prolongam a vida em pessoas que já tiveram infarto ou AVC. E mais: não se deve interromper o tratamento por conta própria sem a orientação do médico.
Com alimentação balanceada, exercício regular e, se necessário, remédio na dose certa, é possível manter o colesterol sob controle e proteger o coração.
Perguntas frequentes sobre tratamento para colesterol alto
1. Todo mundo com colesterol alto precisa tomar estatina?
Não. Em casos leves, mudanças na alimentação e atividade física podem ser suficientes. O uso de remédios é decidido pelo médico com base no risco cardiovascular.
2. As estatinas fazem mal para o fígado?
Elas podem alterar exames do fígado, mas efeitos graves são raros. O médico sempre monitora os resultados.
3. Quanto tempo leva para baixar o colesterol com remédio?
Os efeitos das estatinas geralmente começam a ser percebidos em 4 a 6 semanas. O acompanhamento médico com exames é essencial.
4. Posso parar o remédio se o colesterol baixar?
Não. O controle depende da continuidade do tratamento. Só o médico pode avaliar se é possível ajustar ou suspender o remédio.
5. Qual o melhor exercício para baixar o colesterol?
Caminhada, corrida, natação, bicicleta e dança são ótimas opções. Exercícios com peso também ajudam, principalmente quando combinados com atividades aeróbicas. Antes de começar, porém, é sempre bom consultar um médico para uma avaliação de saúde.
Leia mais: Colesterol alto: entenda os riscos, causas e como prevenir