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Tratamento da depressão em 2025: o que tem de novo 

Sprays nasais, psicodélicos estudados em laboratório e outras terapias: novos recursos chegam para pacientes que não melhoram com antidepressivos tradicionais

Dr. Luiz Dieckmann

Dr. Luiz Dieckmann

5min • 15 de set. de 2025

Tratamento da depressão em 2025: o que tem de novo 

O tratamento da depressão tem evoluído rapidamente nos últimos anos. Em 2025, novas opções surgem para pessoas que já tentaram diferentes antidepressivos sem sucesso, além de alternativas específicas para situações como a depressão pós-parto.

Essas inovações trazem esperança, mas é importante lembrar: os pilares do tratamento continuam sendo o acompanhamento médico, em que o psiquiatra define a melhor estratégia, a psicoterapia e os cuidados com o estilo de vida.

O psiquiatra Luiz Dieckmann explica o que há de novo no tratamento da depressão em 2025.

Escetamina em spray nasal: agora como tratamento único

A escetamina em spray nasal já vinha sendo usada em casos de depressão resistente, mas precisava ser associada a outro antidepressivo oral.

A novidade é que, em janeiro de 2025, ela foi aprovada nos Estados Unidos para uso como monoterapia, ou seja, pode ser prescrita sozinha. “Antes era necessário combiná-la com outro antidepressivo oral. Essa mudança abre novas possibilidades para pacientes que já tentaram vários remédios sem melhora”, conta o médico.

Leia mais: O que é depressão e quais são os principais sintomas

Psilocibina: psicodélicos no radar

A psilocibina, substância presente em alguns cogumelos, ganhou destaque em 2025. Em junho, um estudo de fase 3 mostrou que uma única sessão, associada à psicoterapia, trouxe melhora significativa em pessoas com depressão resistente.

“A psilocibina ainda não foi aprovada, mas o resultado reforça o potencial dos psicodélicos no tratamento, desde que usados em ambiente controlado”, detalha Dieckmann.

Zuranolona: foco na depressão pós-parto

Para mulheres com depressão pós-parto, uma novidade importante é a zuranolona, primeira medicação oral aprovada especificamente para essa condição. Ela foi aprovada em 2023 e, em 2025, já está disponível em alguns países.

Essa opção representa um avanço, já que até então o tratamento era feito apenas com antidepressivos convencionais, sem foco específico nesse tipo de depressão.

Veja também: O que é ansiedade e por que ela está aumentando

Dextrometorfano + bupropiona: antidepressivo de ação mais rápida

Outra combinação que ganhou espaço é a de dextrometorfano com bupropiona. Trata-se de um antidepressivo oral que age mais rápido do que os tradicionais e traz melhora em menos tempo para algumas pessoas.

Essa rapidez pode ser decisiva em quadros graves, onde esperar semanas para o efeito dos antidepressivos comuns é um desafio.

O que muda na prática?

As novidades de 2025 ampliam as alternativas de tratamento. Agora, quem não responde aos antidepressivos convencionais tem opções como:

  • Escetamina em spray nasal, agora aprovada como monoterapia;
  • Psilocibina, ainda em estudo, mas com resultados promissores;
  • Zuranolona, voltada à depressão pós-parto;
  • Dextrometorfano associado à bupropiona, de ação mais rápida.

Ainda assim, Dieckmann reforça: essas inovações não substituem os pilares do cuidado — acompanhamento médico regular, psicoterapia de qualidade e atenção ao estilo de vida.

Leia mais: ‘Acordava com a sensação de que não conseguia respirar’: o relato de quem convive com ansiedade

Perguntas frequentes sobre o tratamento da depressão em 2025

1. O que é depressão resistente?

É quando o paciente não apresenta melhora mesmo após tentar diferentes antidepressivos convencionais.

2. O que muda com a escetamina em spray nasal?

Em 2025, ela passou a ser aprovada como monoterapia, podendo ser usada sozinha em casos de depressão resistente.

3. A psilocibina já pode ser usada no tratamento da depressão?

Ainda não. Apesar de estudos de fase 3 mostrarem bons resultados, a psilocibina não tem aprovação clínica.

4. A zuranolona está disponível no Brasil?

Por enquanto não. A zuranolona está disponível apenas em alguns países, sendo a primeira medicação oral aprovada para depressão pós-parto.

5. O que é a combinação de dextrometorfano com bupropiona?

É um antidepressivo oral de ação mais rápida, indicado quando a resposta imediata é importante.

6. Esses novos medicamentos substituem a psicoterapia?

Não. A psicoterapia segue sendo um pilar essencial do tratamento, mesmo com os avanços farmacológicos.

7. Quem pode ter acesso a essas novidades?

O acesso depende da aprovação em cada país e, principalmente, da indicação médica. Apenas o psiquiatra pode avaliar a melhor opção em cada caso.

Confira: Depressão adolescente: sinais e como ajudar com empatia

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Foto de Dr. Luiz Dieckmann

Escrito por Dr. Luiz Dieckmann

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