PREVENÇÃO & LONGEVIDADE
Teste ergométrico: o exame da esteira que coloca o coração à prova
Andando ou correndo, o teste ergométrico mostra como o coração reage ao esforço e ajuda a prevenir problemas sérios

Dra. Juliana Soares
5min • 9 de set. de 2025

O teste ergométrico, popularmente conhecido como exame da esteira, é um dos recursos mais utilizados pelos cardiologistas para avaliar como o coração se comporta diante do esforço físico. Ao contrário dos exames em repouso, ele coloca o organismo em movimento e pode revelar alterações que passariam despercebidas em condições normais.
Por conta disso, esse exame se tornou muito importante no diagnóstico precoce de doenças cardíacas e no acompanhamento de quem já tem fatores de risco.
O que é o teste ergométrico?
O teste ergométrico é um exame que avalia o funcionamento do coração durante o esforço físico. Ele registra a atividade elétrica do coração, a frequência e a pressão arterial enquanto a pessoa caminha ou corre em uma esteira ou pedala em bicicleta ergométrica.
A intenção do exame é identificar alterações que só aparecem quando o coração precisa trabalhar mais.
Como o exame é feito?
- A pessoa fica com eletrodos colados no peito, ligados a um aparelho de eletrocardiograma;
- Caminha em uma esteira que vai aumentando a velocidade e a inclinação em etapas programadas, respeitando o cansaço de cada um;
- Durante todo o exame, a pressão arterial também é monitorada;
- O médico interrompe o teste caso a pessoa sinalize cansaço extremo, dor no peito, ou o profissional identifique arritmias ou outros indícios preocupantes.
Em média, o exame dura 15 a 20 minutos, contando já com o aquecimento e a recuperação.
Confira: Como o estresse afeta o coração e o que fazer para proteger a saúde cardiovascular
Para que serve o teste ergométrico?
O exame pode identificar:
- Isquemia cardíaca: quando falta oxigênio no músculo do coração;
- Arritmias desencadeadas pelo esforço físico;
- Capacidade física e condicionamento;
- Resposta da pressão arterial ao exercício.
Quem deve fazer o teste ergométrico?
O médico pode solicitar o exame para:
- Pessoas com dor no peito, palpitações ou falta de ar;
- Avaliar o risco em pacientes com fatores como pressão alta, diabetes, colesterol alto ou histórico de infarto na família;
- Atletas ou praticantes de atividade física que precisam de liberação para esportes de alta intensidade;
- Pacientes em acompanhamento após infarto ou cirurgia cardíaca.
Veja mais: Trabalha sentado o dia todo? Conheça os riscos para o coração e o que fazer
Quem não deve fazer?
O teste pode não ser indicado em casos de doenças cardíacas graves, limitações físicas ou quando existe um risco considerável de complicações. Nessas situações, o cardiologista pode escolher outros exames para avaliar o coração.
Perguntas frequentes sobre teste ergométrico
1. Precisa de preparo para o teste ergométrico?
Sim. É importante usar roupas leves e tênis para o exame. Alguns remédios ou alimentos podem precisar ser ajustados ou suspensos antes, mas tudo conforme orientação médica.
2. O teste ergométrico detecta infarto?
Ele não mostra se a pessoa já teve um infarto antigo, mas pode indicar risco de um infarto futuro se aparecerem sinais de isquemia durante o esforço.
3. Todo mundo pode fazer o exame?
Não. Pessoas com doenças cardíacas graves ou problemas ortopédicos importantes geralmente não fazem o exame, e o médico substitui o teste por outra avaliação cardiológica.
4. É possível fazer o teste ergométrico pelo SUS?
Sim, o teste ergométrico está disponível no SUS, mas pode ter fila de espera em algumas regiões.
5. Crianças ou idosos podem fazer o teste?
Sim, desde que o médico tenha indicado e seja feito um acompanhamento também.
6. O resultado sai na hora?
O traçado é registrado no momento, mas o cardiologista precisa interpretá-lo para fazer o laudo, e isso pode demorar algum tempo.
7. O teste ergométrico é o mesmo que ergometria?
Sim, são nomes diferentes para o mesmo exame.
O teste ergométrico dói?
Não. O que pode acontecer é a pessoa sentir cansaço ou falta de ar, pois o esforço é parte do exame. Mas tudo é feito de forma controlada e segura, com o acompanhamento do cardiologista.
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