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SINAIS & SINTOMAS

Suspeita de infarto: conheça os erros que colocam vidas em risco e saiba como agir

Reconhecer os sinais precoces e chamar ajuda imediatamente pode ser a diferença entre a vida e a morte

Dra. Edilza Câmara Nóbrega

Dra. Edilza Câmara Nóbrega

5min • 9 de out. de 2025

Homem idoso sente dor no peito podendo indicar suspeita de infarto

O infarto agudo do miocárdio continua sendo uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo: estima-se que, apenas em território brasileiro, mais de 300 mil pessoas sejam acometidas todos os anos. Sendo uma emergência grave, a forma como se age nos primeiros minutos pode definir se o paciente terá sequelas ou mesmo se sobreviverá.

O problema é que, diante do susto e da falta de informação quando se suspeita de infarto, muitas pessoas cometem erros graves, como ignorar sintomas, tomar medicamentos por conta própria ou tentar dirigir até o hospital. Essas atitudes, em vez de ajudar, aumentam o risco de complicações fatais.

Para esclarecer quais comportamentos evitar e quais ações tomar imediatamente, ouvimos a cardiologista Edilza Câmara Nóbrega, que reforça: “Diante de uma suspeita de infarto, agir rápido e corretamente faz toda a diferença para o prognóstico”.

Suspeita de infarto: por que agir rápido pode salvar o coração

O infarto ocorre quando há obstrução em uma ou mais artérias coronárias, que levam oxigênio ao coração. Sem esse suprimento, o músculo cardíaco começa a morrer em questão de minutos.

“O maior erro é achar que os sintomas, como dor no peito, falta de ar e suor frio, vão passar sozinhos. O tempo é crucial durante um infarto. Quanto mais tempo o músculo do coração fica sem oxigênio, maior é o dano. Não espere para ver se melhora”, alerta Edilza.

Estudos mostram que a mortalidade em casos de infarto agudo do miocárdio pode ser reduzida em até 47% quando o atendimento médico ocorre na primeira hora após o início dos sintomas, conhecida como “hora de ouro”.

Erros mais comuns em uma suspeita de infarto

A reação imediata de quem presencia um quadro suspeito de infarto é determinante. No entanto, segundo a especialista, ainda existem condutas equivocadas que atrasam o socorro e comprometem a recuperação.

Entre os principais erros estão:

  • Ignorar os sintomas: muitas pessoas acreditam que a dor no peito é apenas “gastrite” ou “ansiedade”. Esse atraso pode ser fatal;
  • Tomar medicamentos sem orientação médica: “Nunca tome analgésicos, anti-inflamatórios ou qualquer outro remédio por conta própria. Alguns podem piorar o quadro, além de mascarar os sintomas”, destaca a cardiologista;
  • Dirigir até o hospital: o paciente pode perder a consciência no caminho e provocar um acidente;
  • Fazer esforço físico: andar rápido ou subir escadas só aumenta a necessidade de oxigênio do coração, já em sofrimento;
  • Oferecer comida ou bebida: qualquer ingestão pode atrapalhar, pois o paciente pode precisar de procedimentos imediatos, como cateterismo ou cirurgia de emergência.

“Na suspeita de infarto, o ideal é sempre chamar o SAMU (192) ou o corpo de bombeiros para que o atendimento comece o mais rápido possível, ainda no local”, fala a cardiologista.

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O que fazer corretamente diante de suspeita de infarto

Se os erros podem ser fatais, as ações corretas podem salvar uma vida. O protocolo básico recomendado por especialistas é claro:

  • Ligue imediatamente para o SAMU (192): esse deve ser sempre o primeiro passo. As equipes estão preparadas para iniciar o atendimento no local;
  • Mantenha a calma: tanto para o paciente quanto para quem ajuda, reduzir a ansiedade evita sobrecarga do coração;
  • Ajuste a posição: coloque a pessoa em uma posição confortável, de preferência sentada, com as costas apoiadas, para facilitar a respiração;
  • Deixe a equipe trabalhar: ao chegar, os socorristas precisam de espaço e objetividade nas informações.

Lembre-se: quanto mais rápido o socorro especializado for acionado e iniciado, maiores são as chances de recuperação e de evitar sequelas. Por isso, reconhecer os sinais, agir com calma e chamar ajuda imediatamente são atitudes que podem salvar uma vida.

Sintomas de infarto: típicos e atípicos

O sintoma de infarto clássico é a dor no peito forte, descrita como pressão ou aperto, que pode irradiar para o braço esquerdo, costas, mandíbula ou estômago. Mas nem sempre o quadro é tão evidente. Mulheres, idosos e diabéticos podem apresentar sintomas de infarto mais discretos, como:

  • Falta de ar sem dor no peito;
  • Queimação no estômago;
  • Náusea ou vômito;
  • Fraqueza súbita ou tontura;
  • Suor frio sem esforço físico.

Por isso, é essencial estar atento a qualquer mudança súbita no estado de saúde, mesmo que os sintomas pareçam “menos intensos”. Isso também reforça a importância dos exames de rotina, especialmente o ecocardiograma e o teste ergométrico, para identificar riscos e prevenir complicações.

Confira: Doença coronariana: o que é, como identificar os sintomas e quais os tratamentos indicados

Prevenção de infarto: como reduzir o risco?

Agir corretamente diante de uma suspeita de infarto é fundamental, mas prevenir continua sendo a melhor estratégia. Fatores de risco, como hipertensão, diabetes, colesterol alto e tabagismo, aumentam exponencialmente as chances de infarto.

Medidas preventivas incluem:

  • Manter alimentação balanceada, rica em vegetais e pobre em ultraprocessados;
  • Praticar atividade física regular;
  • Controlar peso corporal;
  • Abandonar o cigarro e reduzir o consumo de álcool;
  • Realizar check-ups médicos periódicos.

Essas ações não eliminam totalmente o risco, mas reduzem de forma significativa a probabilidade de um evento grave.

Leia também: Cateterismo cardíaco: o que é, para que serve e como é feito

Perguntas e respostas sobre suspeita de infarto

1. Por que agir rápido em uma suspeita de infarto é tão importante?

Porque o músculo do coração começa a morrer em minutos sem oxigênio. Atuar na chamada “hora de ouro” pode reduzir a mortalidade em quase 50%.

2. Quais são os erros mais comuns que as pessoas cometem?

Ignorar sintomas, tomar medicamentos por conta própria, tentar dirigir até o hospital, fazer esforço físico e oferecer comida ou bebida ao paciente.

3. O que deve ser feito imediatamente?

Chamar o SAMU (192), manter a calma, colocar a pessoa em posição confortável e deixar a equipe de socorro atuar sem interferências.

4. Quais são os principais sintomas típicos de infarto?

Dor ou pressão no peito, que pode irradiar para braço, mandíbula, costas ou estômago, geralmente acompanhada de suor frio e falta de ar.

5. E quais são os sintomas atípicos que também merecem atenção?

Queimação no estômago, náusea, vômito, tontura, fraqueza súbita e falta de ar sem dor no peito — mais comuns em mulheres, idosos e diabéticos.

6. O que pode ser feito para prevenir o infarto?

Adotar hábitos saudáveis: alimentação equilibrada, exercícios regulares, controle do peso, abandonar o cigarro, reduzir álcool e manter consultas médicas periódicas.

Confira: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

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Escrito por Dra. Edilza Câmara Nóbrega

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