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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Sistema Rh: entenda o que significa ter sangue positivo ou negativo 

Saiba por que o fator Rh é essencial nas transfusões, na gravidez e na saúde e como ele determina quem pode doar ou receber sangue

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 30 de nov. de 2025

Tubos com coleta de sangue para exame que identifica sistema Rh

Descoberto há cerca de 60 anos, o sistema Rh é composto por mais de 50 antígenos localizados na superfície dos glóbulos vermelhos | Foto: Freepik

O sistema Rh é um dos mais importantes grupos sanguíneos é um dos mais importantes na medicina, logo depois do sistema ABO. Ele foi descoberto há cerca de 60 anos, quando médicos perceberam que algumas pessoas tinham reações graves ao receber sangue incompatível.

Embora pareça simples, o sistema Rh é altamente complexo, formado por dezenas de antígenos diferentes e variações genéticas que explicam por que algumas pessoas têm tipos sanguíneos raros.

Entender o fator Rh também ajuda a prevenir reações transfusionais graves e complicações na gravidez, como a doença hemolítica do recém-nascido.

O que é o sistema sanguíneo Rh?

Descoberto há cerca de 60 anos, o sistema Rh é composto por mais de 50 antígenos localizados na superfície dos glóbulos vermelhos. Os mais importantes são:

  • D (o mais relevante, define Rh+ ou Rh−)
  • C
  • c
  • E
  • e

Dentre todos, o antígeno D é o mais importante, pois determina se uma pessoa é Rh positivo ou Rh negativo.

O que significa ser Rh positivo ou Rh negativo?

A diferença depende da presença de uma única proteína:

Rh positivo (Rh+): tem o antígeno D nas hemácias.

Rh negativo (Rh−): não tem o antígeno D.

Essa distinção importa porque uma pessoa Rh− pode reagir de forma grave ao receber sangue Rh+, produzindo anticorpos contra esse antígeno.

Como o sistema Rh funciona?

Os antígenos Rh são produzidos a partir de genes específicos e dependem de proteínas de suporte para se manterem estáveis na superfície das hemácias. Juntos, formam o chamado complexo Rh, que ajuda a manter:

  • A estabilidade das hemácias;
  • Sua forma;
  • A troca de substâncias essenciais.

A função exata dessas proteínas ainda é estudada, mas sabe-se que sua ausência ou alteração pode comprometer o funcionamento das células sanguíneas.

Diversidade genética dentro do sistema Rh

O sistema Rh é altamente variável. Existem mais de 45 antígenos conhecidos, e muitas diferenças vêm de:

  • Mutações genéticas;
  • Rearranjos entre genes;
  • Variantes raras, como D fraco ou D parcial.

Essa diversidade explica por que algumas pessoas reagem de forma inesperada em transfusões e por que certos fenótipos são considerados raros.

Como é feito o teste do fator Rh?

O teste é simples e rápido, feito com uma amostra de sangue coletada em tubo com EDTA.

Métodos mais utilizados

  • Aglutinação direta (anti-D): principal método.
  • Lâmina: simples, porém menos preciso.
  • Tubo de ensaio: mais confiável; usado em laboratórios.
  • Gel: tecnologia moderna, leitura automatizada.
  • Microplaca: muito usada em sistemas automatizados.

Se houver aglutinação, o resultado é Rh positivo; se não houver, Rh negativo.

Importância do fator Rh nas transfusões

O antígeno D é altamente imunogênico. Por isso:

Quem é Rh+: pode receber Rh+ ou Rh−.

Quem é Rh−: deve receber apenas Rh−.

Se uma pessoa Rh− receber sangue Rh+, o corpo pode atacar as hemácias transfundidas, o que provoca:

  • Febre;
  • Anemia;
  • Icterícia;
  • Insuficiência renal;
  • Risco de morte.

Por isso, o exame de Rh é obrigatório antes de qualquer transfusão.

O fator Rh na gravidez

A incompatibilidade Rh é um tema clássico da obstetrícia.

O problema ocorre quando:

  • Mãe Rh−
  • Bebê Rh+

Durante a gestação ou no parto, pequenas quantidades de sangue fetal podem entrar na circulação materna, levando o corpo da mãe a produzir anticorpos contra o antígeno D.

Em uma próxima gestação com bebê Rh+, esses anticorpos podem destruir as hemácias do feto, causando:

  • Anemia grave;
  • Icterícia;
  • Hidropisia;
  • Risco de morte.

Prevenção

Hoje, tudo isso é prevenido com imunoglobulina anti-D, aplicada:

  • Durante a gestação;
  • Após o parto;
  • Após sangramentos ou procedimentos (como amniocentese).

A junção ABO + Rh: os 8 tipos sanguíneos

Combinando os sistemas ABO e Rh, temos:

  • A+
  • A−
  • B+
  • B−
  • AB+
  • AB−
  • O+
  • O−

Compatibilidade sanguínea: quem pode doar para quem?

  • O−: doador universal, recebe apenas O−.
  • O+: doa para O+, A+, B+, AB+; recebe O− e O+.
  • A+: doa para A+ e AB+; recebe A+, A−, O+, O−.
  • A−: doa para A+, A−, AB+, AB−; recebe A− e O−.
  • B+: doa para B+ e AB+; recebe B+, B−, O+, O−.
  • B−: doa para B+, B−, AB+, AB−; recebe B− e O−.
  • AB+: receptor universal; doa apenas para AB+.
  • AB−: doa para AB+ e AB−; recebe A−, B−, AB− e O−.

Veja também: Exames de rotina para homens: como cuidar da saúde urológica?

Perguntas frequentes sobre o sistema sanguíneo Rh

1. Rh positivo é mais comum?

Sim. Aproximadamente 85% da população é Rh+.

2. Uma pessoa Rh− pode engravidar sem riscos?

Sim, desde que receba o acompanhamento adequado e a imunoglobulina anti-D quando indicada.

3. Ser Rh− significa ter sangue raro?

Não necessariamente, mas é menos frequente do que Rh+.

4. Rh e ABO são a mesma coisa?

Não. São dois sistemas diferentes que juntos definem o tipo sanguíneo completo.

5. Existe tratamento para incompatibilidade Rh na gravidez?

Sim. A prevenção com imunoglobulina anti-D é altamente eficaz.

6. Pessoas Rh− podem doar para Rh+?

Sim. O problema é o contrário: Rh+ não deve ser dado a Rh−.

7. Variantes como D fraco mudam o resultado?

Podem alterar a classificação e exigem testes específicos para evitar erros de transfusão.

Veja mais: O que você precisa saber sobre o seu tipo de sangue

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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