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Sinusite: o que é, causas, sintomas e como tratar

Medidas como lavagem nasal e uso de analgésicos podem ajudar a aliviar os sintomas, mas casos persistentes e intensos exigem atenção médica

Dr. Giuliano Bongiovanni

Dr. Giuliano Bongiovanni

5min • 21 de set. de 2025

Sinusite: o que é, causas, sintomas e como tratar

Nariz entupido, dor de cabeça, pressão no rosto e uma sensação de mal-estar são alguns dos principais sintomas de sinusite, que pode surgir após uma crise alérgica, infecção viral ou até mesmo por mudanças bruscas de clima. Causada pela inflamação dos seios paranasais da face, ela pode comprometer a qualidade de vida e atrapalhar diversas atividades do cotidiano.

Para entender por que ela acontece, o tratamento e como diferenciar a sinusite de outros quadros, conversamos com um especialista e esclarecemos tudo que você precisa saber, a seguir!

O que é sinusite?

A sinusite, também chamada de rinossinusite, é uma inflamação que atinge os seios paranasais, pequenas cavidades ocas localizadas ao redor do nariz, maçãs do rosto, olhos e testa. Elas são revestidas por uma mucosa que produz muco, responsável por filtrar o ar, aquecê-lo e impedir a entrada de impurezas.

Quando ocorre uma inflamação da mucosa, a drenagem natural do muco é prejudicada — o que provoca acúmulo de secreção e facilita a proliferação de microrganismos, como vírus, bactérias e, em alguns casos, fungos. Isso leva ao surgimento de sintomas como congestão nasal, dor de cabeça, sensação de pressão no rosto e dificuldade para respirar.

Causas da sinusite

A sinusite acontece por uma combinação de fatores, como características individuais da pessoa, ambiente em que ela vive e presença de microrganismos. Entre as causas mais comuns, podemos destacar:

  • Infecções respiratórias: gripes, resfriados e outras doenças do trato respiratório inflamam e engrossam as membranas nasais, bloqueando a drenagem natural do muco. Isso favorece a proliferação de vírus, bactérias ou até fungos, resultando num quadro de sinusite.
  • Alergias respiratórias: pessoas com rinite alérgica apresentam inflamação frequente da mucosa nasal, o que facilita a obstrução e torna o organismo mais vulnerável a episódios repetidos de sinusite. Alguns dos gatilhos incluem poeira, pólen, mofo e pelos de animais.
  • Fatores anatômicos: alterações estruturais como desvio de septo, pólipos nasais ou conchas aumentadas podem dificultar a drenagem natural das secreções, favorecendo o surgimento de inflamação e infecção.
  • Fatores ambientais e hábitos: poluição, fumaça de cigarro, uso excessivo de ar-condicionado, mudanças bruscas de temperatura e ambientes fechados ou úmidos aumentam o risco de crises de sinusite.

Sinusite aguda x sinusite crônica

Primeiro, é importante ressaltar que sinusite aguda e a crônica não são a mesma coisa, e se diferem especialmente pelo tempo de duração dos sintomas.

De acordo com o otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni, enquanto a sinusite aguda costuma durar até 12 semanas, a sinusite crônica se prolonga por mais tempo — e normalmente ocorre em pessoas que já têm predisposição genética ou alterações na mucosa.

Os sintomas são parecidos nos dois tipos: nariz entupido, secreção, dor no rosto, tosse e alteração do olfato. A diferença está no tempo de duração e, no caso da forma crônica com pólipos, a obstrução nasal e a perda de olfato tendem a ser mais intensas.

Alguns fatores como rinite, asma e tabagismo também aumentam o risco de desenvolver sinusite crônica.

Quais os sintomas de sinusite?

  • Nariz entupido (obstrução nasal);
  • Secreção nasal espessa, amarelada ou esverdeada;
  • Dor ou pressão facial, especialmente na testa, maçãs do rosto e ao redor dos olhos;
  • Diminuição ou perda do olfato;
  • Tosse, mais comum à noite;
  • Febre baixa em alguns casos;
  • Mau hálito devido ao acúmulo de secreção.

Como diferenciar a sinusite de um resfriado?

Para diferenciar a sinusite e o resfriado, esteja atento à duração e intensidade dos sintomas.

O resfriado é uma condição viral que costuma piorar nos primeiros três dias e, em seguida, melhora gradualmente. O tempo médio de duração é de 7 a 10 dias, podendo se estender um pouco mais em alguns casos, mas faz parte do curso normal da doença, conforme explica Giuliano Bongiovanni.

No caso da sinusite, os sintomas tendem a persistir por mais de dez dias, com secreção nasal espessa e amarelada, dor no rosto, pressão na cabeça e sensação de congestão intensa. Isso implica que a inflamação nos seios paranasais se instalou e a pessoa pode precisar de tratamento específico.

Sintomas de sinusite em crianças e idosos

A sinusite pode afetar todas as idades, mas em crianças e idosos os sinais podem ser um pouco diferentes. No caso de pessoas mais velhas, os sinais tendem a ser parecidos com os dos adultos jovens, mas complicações podem ser mais sérias devido à imunidade reduzida ou presença de outras condições de saúde.

Já no caso de crianças, Giuliano Bongiovanni aponta que a tosse costuma aparecer com mais frequência. Isso acontece porque a secreção que sai do nariz pode escorrer para a garganta, irritando a região e provocando o reflexo da tosse.

O muco também pode ir para as vias respiratórias em pequenas quantidades, o que aumenta ainda mais a vontade de tossir.

Leia também: 5 causas de alergia dentro de casa e o que fazer para evitar

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da sinusite é clínico, ou seja, feito principalmente pela análise dos sintomas e exame físico realizado pelo médico.

Em alguns casos, podem ser solicitados exames complementares, como endoscopia nasal, que permite visualizar a região de drenagem dos seios.

“Quando não é possível avaliar bem, pode-se pedir tomografia dos seios paranasais. Normalmente não é necessário fazer os dois exames ao mesmo tempo”, complementa Giuliano.

Como tratar a sinusite?

O tratamento de sinusite depende da gravidade do quadro, mas normalmente envolve o alívio dos sintomas a partir de:

  • Uso de analgésicos para aliviar a dor facial e a pressão na cabeça;
  • Uso de antitérmicos em caso de febre;
  • Lavagem nasal com solução salina para fluidificar secreções e melhorar a respiração;
  • Hidratação adequada e repouso para favorecer a recuperação.

Só quando os sintomas são muito intensos, duram mais de 10 dias sem melhora ou pioram depois de alguns dias é que pode haver necessidade de antibiótico, sempre prescrito por um médico.

E a sinusite crônica?

A sinusite crônica é uma condição inflamatória, geralmente associada a fatores como rinite, pólipos nasais ou até tabagismo. Nesses casos, o tratamento é baseado principalmente no uso contínuo de corticoide nasal para controlar a inflamação.

Em algumas situações, quando há presença de pólipos ou quando o tratamento clínico não é suficiente, pode ser indicada a cirurgia endoscópica dos seios da face, que melhora a ventilação e a drenagem.

Mesmo após a cirurgia, porém, a pessoa geralmente precisa manter o uso do corticoide nasal, porque a sinusite crônica não tem cura definitiva, mas pode ser controlada.

Hoje em dia, também existem imunobiológicos que atuam nas vias inflamatórias da mucosa nasal, conforme aponta Giuliano. São medicamentos indicados em casos selecionados, principalmente para pacientes com pólipos nasais e inflamação refratária. Não é para todos os casos, mas é uma opção de tratamento mais recente.

Sinusite é grave?

A gravidade da sinusite varia de pessoa para pessoa, de acordo com Giulliano. Em alguns casos, ela pode causar complicações mais sérias, como problemas nos olhos ou até no cérebro, mas isso é menos comum.

De modo geral, é considerado grave quando os sintomas são intensos — como nariz muito entupido, secreção em excesso, dor forte ou mal-estar.

Na maioria dos casos, a sinusite melhora apenas com analgésicos e lavagem nasal, mas se os sintomas forem intensos, o ideal é procurar um médico, pois pode ser necessário usar remédios específicos ou antibióticos.

Perguntas frequentes

1. A sinusite é contagiosa?

A sinusite em si não é considerada uma doença contagiosa, pois se trata de uma inflamação dos seios paranasais. No entanto, a infecção viral que pode desencadear a condição, como um resfriado ou gripe, é transmissível.

Isso significa que você não “pega sinusite” de outra pessoa, mas pode contrair o vírus que, em alguns casos, evolui para um quadro de sinusite. Portanto, manter hábitos de higiene, como lavar as mãos com frequência e evitar contato direto com pessoas gripadas, é fundamental para reduzir o risco.

2. Qual a diferença entre sinusite e rinite?

As duas são condições respiratórias, mas não são iguais. A rinite é uma inflamação da mucosa nasal, geralmente causada por alergias, e se manifesta com sintomas como espirros, coriza clara e coceira no nariz.

Já a sinusite é a inflamação dos seios paranasais (cavidades ósseas ao redor do nariz), podendo gerar dor facial, secreção espessa e sensação de pressão. Muitas vezes, as duas condições podem ocorrer ao mesmo tempo, dificultando o diagnóstico.

3. Sinusite crônica tem cura?

A sinusite crônica pode ser controlada e tratada, mas não tem cura. Quando está associada a fatores estruturais, como desvio de septo ou pólipos nasais, pode ser necessário realizar cirurgia para corrigir o problema.

Em casos relacionados a alergias, o controle é feito com medicamentos, lavagens nasais e acompanhamento médico, com o objetivo de reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida da pessoa.

4. Tenho sinusite, quando devo procurar um médico?

É indicado procurar um médico se os sintomas de congestão, secreção espessa e dor no rosto persistirem por mais de 10 dias sem melhora, ou se houver febre alta, inchaço ao redor dos olhos, dor de cabeça muito forte ou visão turva. Os sinais podem indicar complicações que precisam de atenção imediata.

5. Posso tratar sinusite em casa?

Sim, em muitos casos é possível aliviar os sintomas em casa. Medidas como hidratação, lavagem nasal com soro fisiológico, inalações com vapor e repouso ajudam bastante. No entanto, é importante não substituir a orientação médica, principalmente quando os sintomas são persistentes ou graves.

6. Por que os seios paranasais ficam inflamados?

Os seios paranasais inflamam quando a mucosa que os reveste incha e dificulta a drenagem natural do muco. Isso pode acontecer após resfriados virais, crises de rinite alérgica ou por alterações anatômicas, como desvio de septo.

O acúmulo de secreção cria um ambiente favorável para vírus, bactérias ou fungos, o que desencadeia os sintomas.

Leia também: Asma infantil: sintomas, diagnóstico e tratamento

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Foto de Dr. Giuliano Bongiovanni

Escrito por Dr. Giuliano Bongiovanni

Sobre

Otorrinolaringologista, docente do Centro Universitário São Camilo e Coordenador do ambulatório de Rinites da UNIFESP. Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com residência na área pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Medicina na área de Otorrinolaringologia pela UNIFESP.

Especialidades/Área de atuação

Otorrinolaringologia - CRM/SP 133.832 | RQE 39412

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