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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Síndrome metabólica: o que é, sintomas e como controlar 

Entenda por que esse conjunto de alterações merece atenção especial

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 25 de nov. de 2025

Homem medindo circunferência abdominal como um dos sinais de síndrome metabólica.

O principal fator causador da síndrome metabólica é o estilo de vida, mas a genética também tem peso | Foto: Freepik

A síndrome metabólica é cada vez mais comum e silenciosa. Muitas pessoas só descobrem a condição após anos convivendo com pressão alta, açúcar elevado no sangue ou aumento da circunferência abdominal. O problema é que, quando esses fatores se somam, o impacto sobre o coração, vasos sanguíneos e metabolismo é muito maior do que cada um isoladamente.

Hoje sabe-se que o estilo de vida é determinante para o surgimento e a evolução da síndrome metabólica, mas, mesmo sendo uma condição séria, ela é totalmente controlável e, em alguns casos, reversível, desde que feito um acompanhamento adequado.

O que é a síndrome metabólica?

A síndrome metabólica é a combinação de pelo menos três dos seguintes fatores:

  • Aumento da circunferência abdominal;
  • Pressão arterial elevada;
  • Glicose alta no sangue;
  • HDL baixo (colesterol “bom”);
  • Triglicerídeos elevados.

Esses sinais mostram que o corpo está com dificuldade de controlar açúcar, gorduras e pressão arterial, e isso aumenta de forma significativa o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

Por que ela é perigosa?

A síndrome metabólica atua de forma silenciosa. Na maior parte do tempo, a pessoa não sente nada, mas o corpo já está sofrendo:

  • Excesso de açúcar circulando;
  • Inflamação crônica;
  • Sobrecarga dos vasos sanguíneos;
  • Aumento do estresse oxidativo.

Com o tempo, essas alterações podem levar a:

  • Doenças cardíacas;
  • AVC;
  • Doença renal;
  • Esteatose hepática;
  • Diabetes tipo 2.

O que causa a síndrome metabólica?

O principal fator é o estilo de vida, mas a genética também tem peso.

Entre as causas mais comuns estão:

  • Alimentação rica em gorduras ruins, açúcar e ultraprocessados;
  • Sedentarismo;
  • Sobrepeso e obesidade (especialmente gordura abdominal);
  • Histórico familiar;
  • Idade avançada.

Como é feito o diagnóstico

Avaliação clínica

  • História detalhada;
  • Exame físico;
  • Medida da pressão arterial;
  • Circunferência abdominal (alerta acima de 88 cm em mulheres e 102 cm em homens).

Exames laboratoriais

  • Glicemia;
  • Colesterol;
  • Triglicerídeos.

O médico reúne os resultados e confirma o diagnóstico quando há três ou mais fatores alterados.

Tem cura? Como é o tratamento

Sim, a síndrome metabólica pode ser revertida com mudanças consistentes no estilo de vida.

As principais medidas incluem:

  • Alimentação equilibrada, rica em fibras e pobre em ultraprocessados;
  • Prática regular de exercícios físicos;
  • Perda de peso saudável;
  • Redução do consumo de álcool;
  • Abandono do tabagismo;
  • Acompanhamento médico periódico.

Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para controlar:

  • Pressão arterial;
  • Colesterol;
  • Triglicerídeos;
  • Glicemia.

Manifestações associadas

Por estar relacionada à resistência à insulina e à hiperinsulinemia, outras condições podem aparecer junto com a síndrome metabólica:

Acantose nigricans

Manchas escurecidas, aveludadas e endurecidas, especialmente em axilas, virilhas e pescoço.

Esteatose hepática

Acúmulo de gordura nas células do fígado, que pode evoluir para inflamação e fibrose hepática.

Hiperandrogenismo

Em algumas pessoas, especialmente mulheres, pode causar hirsutismo (excesso de pelos), acne e irregularidade menstrual.

Veja mais: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

Perguntas frequentes sobre síndrome metabólica

1. A síndrome metabólica é o mesmo que diabetes?

Não. Mas ela aumenta muito o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

2. É possível reverter totalmente a síndrome metabólica?

Sim, especialmente quando o diagnóstico é precoce e o estilo de vida é corrigido.

3. Só pessoas acima do peso têm síndrome metabólica?

Não. Pessoas magras com acúmulo de gordura abdominal também podem desenvolver.

4. Quais exercícios ajudam mais?

O ideal é combinar aeróbico (como caminhada) com musculação para aumentar a sensibilidade à insulina.

5. Preciso tomar remédios?

Nem sempre. Mas quando os valores estão muito altos, o uso de medicamentos pode ser necessário.

6. A circunferência abdominal é mesmo tão importante?

Sim. A gordura abdominal é metabolicamente ativa e libera substâncias inflamatórias.

7. A síndrome metabólica dá sintomas?

Quase nunca no início, por isso é tão perigosa.

Veja também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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