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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Síndrome do túnel do carpo: quando o punho começa a doer 

Formigamento, dor e perda de força nas mãos podem ser sinais da síndrome do túnel do carpo, uma condição comum, mas que tem tratamento

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 1 de nov. de 2025

Pessoa idosa segura os punhos em sinal de dor, por conta da síndrome do túnel do carpo

A síndrome do túnel do carpo surge quando há aumento da pressão dentro do túnel do carpo, que comprime o nervo mediano | Foto: Freepik

Dor, formigamento e dormência nas mãos podem parecer apenas sinais de cansaço, mas quando se tornam frequentes, podem indicar a síndrome do túnel do carpo, uma condição que atinge milhões de pessoas e pode comprometer movimentos simples, como segurar objetos ou digitar.

Causada pela compressão de um nervo no punho, a doença é mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos e em quem realiza atividades manuais repetitivas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado ajudam a evitar a progressão e devolvem a mobilidade e o conforto das mãos.

O que é a síndrome do túnel do carpo

A síndrome do túnel do carpo (STC) ocorre quando o nervo mediano, que passa por uma estrutura estreita no punho chamada túnel do carpo, sofre compressão. Esse nervo é responsável pela sensibilidade e pelos movimentos do polegar, indicador, dedo médio e parte do anelar.

Quando pressionado, o nervo passa a funcionar incorretamente, provocando dor, formigamento, dormência e fraqueza. Os sintomas costumam começar à noite, mas com o tempo também aparecem durante o dia, especialmente em quem digita, costura, escreve ou usa o celular com frequência.

A síndrome é comum e afeta principalmente mulheres entre 40 e 60 anos, mas também pode ocorrer em homens e pessoas que mantêm o punho em posição fixa por longos períodos.

Causas e fatores de risco

A síndrome do túnel do carpo surge quando há aumento da pressão dentro do túnel do carpo, que comprime o nervo mediano.

Principais causas e situações associadas:

  • Manter o punho dobrado por longos períodos, como ao dormir ou dirigir;
  • Movimentos repetitivos das mãos e punhos (digitar, bordar, tocar instrumentos, usar ferramentas);
  • Traumas ou fraturas no punho;
  • Presença de cistos ou tumores dentro do túnel;
  • Doenças crônicas, como diabetes, artrite reumatoide, artrose e hipotireoidismo;
  • Gravidez e retenção de líquidos, que causam inchaço na região;
  • Obesidade e menopausa;
  • Histórico familiar, indicando predisposição genética.

Sintomas

Os sintomas variam conforme a gravidade, mas geralmente incluem:

  • Formigamento ou dormência nos dedos e na mão;
  • Dor no punho, que pode irradiar para o antebraço;
  • Sensação de inchaço ou peso nas mãos, mesmo sem inchaço aparente;
  • Dificuldade para segurar objetos, abotoar roupas ou abrir potes;
  • Fraqueza e, em casos mais avançados, atrofia dos músculos da base do polegar.

Os sintomas tendem a piorar à noite ou ao acordar, e muitas pessoas relatam alívio temporário ao sacudir as mãos.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pelo médico clínico, ortopedista ou neurologista, com base nos sintomas e no exame físico.

Testes clínicos mais usados

  • Teste de Phalen: o punho é dobrado para observar se os sintomas aparecem;
  • Sinal de Tinel: o médico toca o nervo no punho; se houver formigamento ou sensação de choque, o teste é positivo.

Exames complementares

  • Eletromiografia e estudo de condução nervosa: avaliam o funcionamento do nervo;
  • Ultrassonografia ou ressonância magnética: indicadas em casos de dúvida diagnóstica ou suspeita de outras causas.

Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e definir o grau de compressão do nervo.

Tratamento

O tratamento depende da gravidade e pode ser sem cirurgia (conservador) ou cirúrgico.

1. Tratamento não cirúrgico

Indicado para casos leves, inclui:

  • Uso de talas de punho, principalmente à noite, para manter a posição neutra e reduzir a pressão sobre o nervo;
  • Fisioterapia, com alongamentos e fortalecimento dos músculos da mão e do punho;
  • Injeções de corticoides, que reduzem inflamação e aliviam a dor.

Essas medidas costumam aliviar os sintomas e evitar a progressão da doença.

2. Tratamento cirúrgico

Em casos moderados a graves ou quando o tratamento conservador não traz melhora, é indicada a cirurgia de liberação do túnel do carpo.

Durante o procedimento, o médico abre o ligamento que forma o túnel, aliviando a pressão sobre o nervo mediano. A recuperação é geralmente rápida, e a maioria dos pacientes recupera os movimentos e o alívio da dor.

Prevenção

Alguns hábitos simples ajudam a reduzir o risco de desenvolver a síndrome:

  • Evitar movimentos repetitivos por longos períodos;
  • Fazer pausas regulares durante o trabalho;
  • Alongar e fortalecer mãos e punhos;
  • Controlar doenças crônicas, como diabetes e hipotireoidismo;
  • Manter o peso saudável.

O que esperar

Quando tratada precocemente, a síndrome do túnel do carpo tem excelente prognóstico, e a maioria das pessoas recupera totalmente a função da mão.

Sem tratamento, o nervo mediano pode sofrer danos permanentes, resultando em fraqueza e perda de movimentos finos.

Leia mais: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

Perguntas frequentes sobre síndrome do túnel do carpo

1. O que é síndrome do túnel do carpo?

É uma condição em que o nervo mediano, localizado no punho, é comprimido, causando dor, formigamento e fraqueza nas mãos.

2. Quais são os primeiros sinais?

Formigamento nos dedos, dormência e dor que piora à noite ou ao acordar.

3. A síndrome do túnel do carpo tem cura?

Sim. Casos leves melhoram com tratamento, e casos graves podem ser resolvidos com cirurgia.

4. Quem corre mais risco de desenvolver a síndrome?

Mulheres entre 40 e 60 anos, pessoas com doenças como diabetes ou artrite e quem faz movimentos repetitivos com as mãos.

5. O uso de talas ajuda mesmo?

Sim. Elas mantêm o punho na posição correta, aliviando a pressão sobre o nervo e reduzindo os sintomas.

6. A fisioterapia é eficaz?

Sim. Alongamentos e exercícios específicos fortalecem os músculos e ajudam a aliviar o desconforto.

7. Quando a cirurgia é necessária?

Quando há fraqueza persistente, dor intensa ou quando os sintomas não melhoram com o tratamento conservador.

Leia também: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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