DOENÇAS & CONDIÇÕES
Rubéola: sintomas, prevenção e por que a vacina é tão importante
Embora costume ser leve em crianças, a rubéola pode ser grave na gravidez. Descubra como se prevenir e proteger o bebê

Dra. Juliana Soares
5min • 25 de out. de 2025

Quando acontece durante a gestação, a rubéola pode trazer riscos graves para o feto
Embora hoje seja considerada rara graças à vacinação, a rubéola ainda merece atenção — sobretudo entre mulheres em idade fértil e gestantes. Causada por um vírus de fácil transmissão, costuma se manifestar com febre baixa e manchas vermelhas na pele, lembrando um resfriado leve. Na maioria das vezes, a recuperação é rápida e sem complicações.
O alerta maior é para a infecção durante a gravidez: o vírus pode atravessar a placenta e causar malformações graves no feto (Síndrome da Rubéola Congênita — SRC). Por isso, a vacinação segue sendo a principal forma de prevenção, protegendo gestantes e bebês.
O que é rubéola
A rubéola (também chamada de “sarampo alemão”) é uma doença viral aguda e contagiosa, do grupo das doenças exantemáticas (com manchas avermelhadas na pele). Em crianças, tende a ser leve e autolimitada; já na gestação pode provocar complicações graves ao feto, como malformações, abortamento ou natimorto — motivo pelo qual a prevenção por vacina é essencial.
Período de incubação e contágio
- Incubação: geralmente 17 dias (variando de 12 a 23 dias).
- Transmissibilidade: de 5 a 7 dias antes e depois do surgimento das manchas.
Isso significa que a pessoa pode transmitir o vírus antes de ter sintomas, facilitando a disseminação.
Como ocorre a transmissão
Causada pelo Rubivirus, a rubéola é transmitida por secreções respiratórias (saliva, gotículas ao tossir, falar ou respirar). O contágio ocorre de cerca de 5 dias antes até 7 dias depois do aparecimento das manchas — com pico entre 2 dias antes e 2 dias depois do exantema.
Principais sintomas da rubéola
Os sintomas costumam ser leves e ocorrem em duas fases:
1. Fase prodrômica (antes das manchas)
- Febre baixa e mal-estar;
- Linfonodos aumentados (atrás da orelha, nuca e pescoço);
- Dor de cabeça, coriza e dor de garganta.
2. Fase exantemática (com manchas)
- Exantema maculopapular rubeoliforme: manchas avermelhadas que surgem na face e pescoço e se espalham para tronco e membros; duram 3 a 5 dias, desaparecendo sem descamação;
- Manchas rosadas puntiformes no céu da boca.
Diagnóstico da rubéola
É clínico e laboratorial, para diferenciar de outras doenças exantemáticas:
- Sorologia (IgM e IgG): indica infecção recente ou imunidade prévia;
- PCR para rubéola: em secreções de orofaringe/nasal ou urina.
Tratamento da rubéola
Não há antiviral específico. O manejo é sintomático:
- Repouso e hidratação adequada;
- Antitérmicos/analgésicos leves (ex.: paracetamol);
- Anti-inflamatórios (apenas com prescrição) para dores articulares.
Prevenção: a importância da vacina
A tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é segura e disponível no SUS.
- 12 meses: 1ª dose;
- 15 meses: 2ª dose;
- Adolescentes e adultos até 29 anos: duas doses;
- 30 a 59 anos: uma dose;
- Profissionais de saúde: duas doses, independentemente da idade.
Gestantes não devem ser vacinadas durante a gravidez; a imunização deve ocorrer antes da gestação ou logo após o parto.
Cuidados e prevenção da transmissão
- Lavar as mãos com frequência e evitar contato próximo com doentes;
- Cobrir boca e nariz ao tossir/espirrar;
- Manter ambientes ventilados;
- Em suspeita de rubéola, evitar locais públicos até liberação médica.
Por que a rubéola é perigosa na gravidez
Na gestação — especialmente no 1º trimestre — o vírus pode atravessar a placenta e causar a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), com possíveis:
- Surdez (mais comum);
- Defeitos cardíacos (PCA, estenose pulmonar, defeitos do septo);
- Lesões oculares (catarata, retinopatia, microftalmia, coriorretinite);
- Alterações neurológicas (microcefalia, atraso do desenvolvimento, distúrbios de comportamento);
- Problemas hematológicos (anemia, petéquias);
- Baixo peso ao nascer, hepatoesplenomegalia;
- Alterações endócrinas (diabetes tipo 1, doenças da tireoide).
No pré-natal, a triagem sorológica é obrigatória e pode ser repetida. Se houver suspeita de infecção fetal, exames complementares (sangue/líquido amniótico) podem ser indicados. O acompanhamento é individualizado.
Confira: Calendário de vacinas para adultos: quais doses você não pode esquecer
Cuidados depois do nascimento
Recém-nascidos com rubéola congênita devem permanecer em isolamento e seguimento regular: podem eliminar o vírus por até 1 ano e são contagiosos nesse período.
Perguntas frequentes sobre rubéola
1. O que é a rubéola?
É uma doença viral contagiosa com manchas avermelhadas na pele e evolução geralmente leve — exceto em gestantes.
2. Como a rubéola é transmitida?
Por gotículas respiratórias (saliva, espirros, tosse), principalmente nos dias próximos ao aparecimento das manchas.
3. Quais são os primeiros sintomas?
Febre baixa, mal-estar, ínguas atrás da orelha/nuca/pescoço e, depois, manchas vermelhas no corpo.
4. A rubéola tem tratamento?
Não há antiviral específico. O tratamento é de suporte (repouso, hidratação e medicamentos leves para febre/dor).
5. Como prevenir?
Com a vacina tríplice viral, disponível gratuitamente no SUS.
6. Por que é perigosa na gravidez?
Pelo risco de Síndrome da Rubéola Congênita, com malformações, surdez, defeitos cardíacos e outras complicações graves.
7. Gestantes podem tomar a vacina?
Não durante a gestação. A imunização deve ocorrer antes de engravidar ou após o parto, conforme orientação médica.

