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Rotavírus: o que é, como se manifesta e por que a vacina é tão importante 

Saiba como identificar sinais de desidratação e quando buscar atendimento médico

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 16 de nov. de 2025

Mãe acalenta bebê com rotavírus no colo

O rotavírus é muito contagioso e está presente no mundo todo | Foto: Freepik

O rotavírus continua sendo uma das principais causas de diarreia grave em bebês e crianças pequenas. Mesmo com a ampliação das campanhas de vacinação, ele ainda provoca milhares de internações todos os anos, principalmente em regiões com menor acesso a saneamento básico, água tratada e atendimento médico rápido.

A doença costuma surgir de forma repentina e pode evoluir rapidamente para desidratação — que é o grande risco para os pequenos. Porém, há uma vacina disponível no SUS que é muito eficaz e faz toda a diferença para evitar formas graves e salvar vidas.

O que é o rotavírus e como ele é transmitido

O nome rotavírus vem do formato de roda observado ao microscópio. Ele infecta principalmente o intestino delgado, provoca inflamação e leva à perda importante de líquido e sais minerais.

A transmissão ocorre pela via fecal-oral, ou seja, quando partículas microscópicas de fezes contaminadas entram em contato com a boca.

Isso pode acontecer por meio de:

  • Mãos sujas, especialmente após trocar fraldas ou usar o banheiro;
  • Brinquedos, objetos e superfícies contaminadas;
  • Alimentos ou água contaminados.

Por isso, higiene das mãos e água tratada são medidas essenciais para prevenir a doença.

Quem pode pegar o vírus

O rotavírus é muito contagioso e está presente no mundo todo.

  • A maioria das crianças é infectada pelo menos uma vez até os 5 anos;
  • Em países com vacinação ampla, os casos graves diminuíram muito;
  • Em regiões mais pobres, ainda é uma das principais causas de morte por diarreia infantil, especialmente por conta da desnutrição e da falta de acesso rápido ao atendimento.

Sintomas

Os sintomas do rotavírus costumam aparecer entre 1 e 3 dias após o contágio e geralmente começam de forma abrupta.

Os sinais mais comuns são:

  • Diarreia intensa, aquosa e frequente;
  • Febre;
  • Vômitos;
  • Cansaço, irritabilidade e mal-estar.

Sinais de alarme de possível desidratação:

  • Boca seca;
  • Olhos fundos;
  • Urina escassa;
  • Sonolência ou letargia.

A doença costuma durar de 5 a 7 dias, mas pode evoluir rápido em bebês. Por isso, a vigilância dos sinais de desidratação é fundamental.

Diagnóstico

Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e na avaliação física. Em situações específicas, o médico pode pedir exame de fezes para confirmar a presença do vírus.

Tratamento

Não existe um medicamento que elimine o rotavírus. O foco do tratamento é evitar a desidratação.

As principais medidas são:

  • Soro de reidratação oral (caseiro ou industrializado);
  • Alimentação leve;
  • Repouso;
  • Evitar remédios para diarreia e vômitos sem orientação médica.

Nos casos graves, quando a hidratação oral não é suficiente, é necessária internação para hidratação na veia.

Estudos mostram que probióticos e suplementação de zinco podem ajudar na recuperação, especialmente em crianças pequenas.

Prevenção: por que a vacina é tão importante

A vacina contra o rotavírus é a principal forma de prevenção e reduz drasticamente o risco de diarreia grave, internação e óbitos. Ela é oral (pingos administrados na boca) e aplicada aos 2 e 4 meses de idade no SUS.

Além da vacinação, outras medidas de proteção são:

  • Lavar bem as mãos com água e sabão;
  • Usar água filtrada, fervida ou tratada;
  • Lavar frutas, verduras e utensílios corretamente;
  • Manter superfícies limpas, especialmente onde há crianças pequenas.

Veja também: Criança engoliu um objeto? Veja o que fazer imediatamente

Perguntas frequentes sobre rotavírus

1. Adultos podem pegar rotavírus?

Sim, mas em geral apresentam quadros mais leves.

2. A vacina impede totalmente a infecção?

Ela pode não impedir todos os casos, mas reduz muito a gravidade e praticamente elimina o risco de formas graves.

3. É perigoso oferecer soro caseiro?

Não, desde que preparado corretamente. No SUS, o soro industrializado é preferível e pode ser retirado gratuitamente em postos de saúde.

4. Criança com diarreia pode continuar comendo?

Sim. A alimentação deve ser mantida, respeitando os sinais de apetite da criança.

5. Quando devo procurar atendimento urgente?

Se houver sinais de desidratação, vômitos persistentes, pouca urina ou letargia.

6. É possível pegar rotavírus mais de uma vez?

Sim. Existem diferentes tipos de rotavírus, e a imunidade não é totalmente duradoura.

7. Probióticos realmente ajudam?

Estudos mostram que podem acelerar a recuperação nesses quadros.

Veja também: Diarreia: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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