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Reposição hormonal na menopausa: benefícios e riscos

Saiba como a reposição hormonal pode aliviar sintomas da menopausa, os riscos envolvidos e quando é indicada

Dra. Andreia Sapienza

Dra. Andreia Sapienza

5min • 22 de ago. de 2025

Mulher de 45 anos se abana por conta dos fogachos da menopausa e considera fazer reposição hormonal na menopausa.

A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, mas que pode causar desconfortos como ondas de calor, insônia e alterações de humor. Para aliviar esses sintomas, muitas mulheres consideram a terapia de reposição hormonal. Mas será que toda mulher pode fazer?

Neste artigo, você vai entender o que realmente acontece no corpo durante a menopausa, os principais sintomas, os riscos e benefícios da reposição hormonal e os cuidados necessários para tomar uma decisão segura.

O que é reposição hormonal na menopausa

A reposição hormonal é um tratamento indicado para aliviar os sintomas da menopausa, fase marcada pela queda na produção dos hormônios femininos, principalmente o estrogênio. Essa redução pode trazer sintomas físicos e emocionais que afetam profundamente a qualidade de vida de cada mulher.

De acordo com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, o tratamento deve sempre ser tratado caso a caso. “A reposição não é para todas as mulheres. É preciso avaliar os riscos, os benefícios e o histórico de saúde de cada paciente antes de indicar o uso dos hormônios”, explica.

A mulher que está com sintomas pode, inclusive, começar a reposição hormonal na perimenopausa, período antes da menopausa. “O ideal é iniciar até 10 anos depois da menopausa, o que chamamos de janela de oportunidade”.

E não há idade fixa para parar o tratamento. “Avaliamos ano a ano. Se a mulher não sente mais sintomas ou deseja parar, pode testar. Se ela ainda se beneficia, por exemplo, no controle da osteoporose, pode continuar sem data limite”, diz a médica.

Sintomas da menopausa que podem indicar reposição hormonal

Os sintomas da menopausa vão muito além das famosas ondas de calor, que atingem até 80% das mulheres. É comum que elas também apresentem alterações no sono, irritabilidade, fadiga, palpitações e mudanças no metabolismo.

A ginecologista explica que as mulheres têm receptores de estrogênio no corpo todo, mas principalmente no cérebro, e é lá que estarão os maiores efeitos da queda hormonal.

“As ondas de calor, por exemplo, acontecem porque o ‘termostato’ cerebral perde a regulação normal, e pequenas variações de temperatura, que não deveriam ser sentidas, são interpretadas como se fossem grandes mudanças, causando suor e sensação de calor intenso”, explica.

Outro sintoma importante é a chamada síndrome geniturinária da menopausa. “Muitas mulheres relatam ressecamento vaginal, dor nas relações sexuais, infecções urinárias de repetição e urgência para urinar. Esses sintomas podem ser bastante incapacitantes e, muitas vezes, são subestimados”, reforça a especialista.

Como funciona a reposição hormonal

A reposição hormonal pode ser feita de diferentes maneiras, e a escolha depende tanto dos sintomas quanto do perfil de saúde da mulher.

“Se a mulher tem útero, não posso dar o hormônio estradiol sozinho, porque ele estimula o endométrio e pode levar a hiperplasia ou até câncer. Por isso, junto com o estrogênio, é necessário repor também progesterona, que protege o endométrio”, conta a médica. Já mulheres sem útero precisam apenas do estrogênio.

A via oral é prática, mas pode causar efeitos colaterais por passar pelo fígado. Já a via transdérmica (adesivos, géis, sprays) é considerada mais segura. Para sintomas genitais e urinários, pode-se usar estradiol local (via vaginal).

Benefícios da reposição hormonal

  • Redução das ondas de calor e suor noturno;
  • Melhora do sono e da disposição;
  • Redução da irritabilidade e melhora do humor;
  • Prevenção e tratamento da síndrome geniturinária;
  • Risco menor de osteoporose.

Riscos da reposição hormonal

Apesar dos benefícios, a reposição não é indicada para todas. É contraindicada em casos de:

  • Histórico de trombose;
  • Hipertensão ou diabetes descontrolados;
  • Câncer de mama ou histórico familiar de primeiro grau.

Acompanhamento e individualização do tratamento

Não existe uma fórmula única. O acompanhamento médico anual é essencial, com exames como a mamografia, para garantir a segurança do tratamento.

Perguntas frequentes sobre reposição hormonal na menopausa

1. Toda mulher na menopausa precisa fazer reposição hormonal?

Não. A indicação depende dos sintomas, do histórico de saúde e da avaliação médica individual.

2. A reposição engorda?

Não. O ganho de peso está mais ligado à menopausa em si, que reduz o metabolismo e altera a distribuição de gordura.

3. Quem já teve câncer de mama pode fazer reposição?

Geralmente, não. Nestes casos, médicos buscam alternativas não hormonais.

4. A reposição hormonal ajuda a prevenir osteoporose?

Sim. O estrogênio protege os ossos e reduz o risco de fraturas.

5. Existe tempo limite para usar a reposição?

Não há prazo fixo, mas deve ser reavaliado anualmente.

6. A reposição pode melhorar sintomas emocionais?

Sim. Muitas mulheres relatam melhora no sono, no humor e na disposição.

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Escrito por Dra. Andreia Sapienza

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Ginecologista e obstetra

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