PREVENÇÃO & LONGEVIDADE
Relógios inteligentes que medem frequência cardíaca: valem a pena?
Cada vez mais populares, os smartwatches prometem acompanhar os batimentos do coração em tempo real. Mas será que o médico pode confiar nesses números?

Dra. Juliana Soares
5min • 28 de set. de 2025

Os relógios inteligentes, ou smartwatches, conquistaram espaço no pulso de quem gosta de tecnologia, esportes ou deseja acompanhar a saúde mais de perto no dia a dia. Entre suas funções mais usadas, em determinados modelos, está a medição da frequência cardíaca, recurso que transformou esses gadgets em pequenos monitores pessoais do coração.
Mas, afinal, como esses dispositivos medem os batimentos? Eles são confiáveis? E até que ponto podem ajudar o médico a cuidar melhor do paciente?
Como os smartwatches medem a frequência cardíaca?
A maioria dos relógios inteligentes utiliza uma tecnologia chamada fotopletismografia:
- Pequenos sensores de luz verde iluminam os vasos sanguíneos do pulso;
- A variação na quantidade de luz refletida indica o fluxo de sangue a cada batimento;
- O aparelho traduz esses sinais em números de frequência cardíaca (batimentos por minuto).
Alguns modelos mais avançados também incluem sensores elétricos, parecidos com os do eletrocardiograma, capazes até de registrar um traçado básico da atividade elétrica do coração.
Vantagens dos relógios inteligentes
- Acompanhamento contínuo: monitoram os batimentos ao longo do dia, inclusive durante o sono e exercícios, permitindo observar variações que podem ser relatadas ao médico.
- Alertas em tempo real: alguns modelos notificam quando os batimentos estão muito altos, baixos ou irregulares.
- Incentivo à saúde: estimulam a prática de exercícios e a adoção de hábitos mais saudáveis.
Limitações e cuidados
- Precisão variável: movimento, suor, pele fria ou tatuagens podem interferir na leitura.
- Não detectam todas as arritmias: mesmo os modelos avançados não substituem exames como o Holter de 24h.
- Necessidade de interpretação médica: os números só têm significado quando avaliados por um cardiologista.
- Risco de ansiedade: acompanhar batimentos constantemente pode gerar preocupações desnecessárias em pessoas saudáveis.
Leia também: Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca
O que os médicos pensam sobre os smartwatches?
Para cardiologistas, os smartwatches são uma ferramenta complementar. Eles ajudam a levantar hipóteses e antecipar consultas quando alertas aparecem com frequência, mas não substituem uma avaliação clínica completa.
Ou seja, são ótimos para acompanhar tendências e aumentar a consciência sobre a saúde, mas não devem ser usados como diagnóstico.
Perguntas frequentes sobre relógios inteligentes e frequência cardíaca
1. Os smartwatches podem substituir exames como o eletrocardiograma?
Não. Eles fornecem dados úteis, mas não têm a mesma precisão dos exames médicos.
2. Todo smartwatch mede batimentos cardíacos?
Não. É preciso verificar se o modelo tem um sensor específico para frequência cardíaca.
3. O relógio pode detectar arritmias?
Alguns modelos avançados conseguem indicar ritmos irregulares, mas não substituem o diagnóstico feito por exames clínicos.
4. É seguro confiar apenas no smartwatch para monitorar o coração?
Não. Eles são ferramentas de apoio, mas o acompanhamento médico é essencial.
5. Idosos podem usar esses dispositivos?
Sim. Eles podem ser muito úteis, desde que haja orientação sobre como interpretar os dados.
6. Os dados do relógio podem ser compartilhados com o médico?
Sim. Muitos aplicativos permitem exportar relatórios, que podem auxiliar o cardiologista no acompanhamento.
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