DOENÇAS & CONDIÇÕES
Queda de cabelo ou alopecia? Saiba quando investigar
Descubra as causas da queda de cabelo, os tipos de alopecia e quando é hora de procurar um dermatologista para diagnóstico e tratamento

Dra. Flávia Grazielle de Sousa Carneiro
5min • 25 de jul. de 2025

Você notou mais fios caindo no travesseiro ou no banho? A queda de cabelo pode ser algo natural, mas também um sinal de alerta. É esperado que uma pessoa perca de 100 a 150 fios diariamente, como parte do ciclo natural de renovação dos cabelos.
Quando essa perda se intensifica ou aparecem áreas visivelmente ralas, porém, é importante ficar atento. Descubra neste guia o que é considerado normal, o que pode indicar alopecia e quando procurar um médico dermatologista ou tricologista.
O que é alopecia
“Alopecia é o termo médico para a perda de cabelo, seja pela ausência dos fios, como na alopecia areata, seja pelo afinamento progressivo, que leva à ausência de cobertura, como na alopecia androgenética”, explica a tricologista e especialista em saúde capilar Flávia Grazielle de Sousa Carneiro.
Ela destaca, porém, que nem toda queda de cabelo pode ser considerada alopecia. Pequenas quedas diárias são normais e esperadas. O termo alopecia só se aplica quando há falhas ou redução visível dos fios que ultrapassam o padrão habitual.
Tipos mais comuns de alopecia
Há vários tipos de alopecia e um médico dermatologista ou tricologista está apto a identificar e ajudar a tratar esse problema que gera baixa autoestima em muitas pessoas, especialmente nas mulheres.
Alopecia androgenética
É a chamada calvície hereditária, em que se herda os genes do pai ou da mãe. Com influência genética e hormonal, a alopecia androgenética costuma evoluir lentamente, com afinamento dos fios ao longo dos anos, até que o fio para efetivamente de nascer. É comum tanto em homens quanto em mulheres, quando se chama de calvície feminina.
Alopecia areata
De origem autoimune, acontece quando o próprio sistema de defesa do corpo erra e ataca os folículos do couro cabeludo. A alopecia areata pode causar falhas redondas no couro cabeludo ou até mesmo calvície total. “É uma doença de amplo espectro, que vai desde falhas isoladas até a perda total dos pelos do corpo”, explica Flávia.
Alopecia cicatricial
Esse tipo causa a destruição definitiva dos folículos capilares, que leva à perda permanente dos fios. A forma mais conhecida é a alopecia frontal fibrosante, que atinge principalmente a linha da testa.
Quais são as principais causas da queda de cabelo
A queda dos fios pode ter diversas origens. De acordo com a tricologista, estresse, deficiências nutricionais, alterações hormonais, doenças autoimunes, uso de certos medicamentos e a própria predisposição genética estão entre os desencadeantes mais comuns.
Em muitos casos, mais de uma coisa acontece ao mesmo tempo. Por exemplo, uma pessoa que geneticamente tem maior chance de ter o problema pode ver a queda de cabelo aumentar ainda mais depois de um período de estresse, anemia ou outra condição de saúde. É o caso do eflúvio telógeno.
Esse nome difícil nada mais é do que uma queda difusa e temporária do cabelo, que geralmente acontece depois de um período muito estressante, doenças infecciosas, pós-parto ou cirurgias.
Quando a queda de cabelo merece atenção
A queda começa a preocupar quando é persistente, intensa e ultrapassa o padrão considerado normal. “É normal perder de 100 a 150 fios por dia, mas a queda preocupa quando há afinamento dos fios, falhas visíveis ou aumento da perda diária por mais de três meses”, alerta a tricologista.
A queda de cabelo pode ser um sinal de alerta para problemas maiores no organismo. “Quando há queda intensa ou persistente, deve haver uma investigação complementar, especialmente se vier acompanhada de sinais e sintomas sistêmicos (aqueles que afetam o corpo todo e não apenas uma parte específica, como a febre, por exemplo)”, explica Flávia.
Isso significa que, em alguns casos, o médico pode pedir exames para investigar doenças como alterações na tireoide, lúpus ou anemia, que têm entre seus sintomas a perda de cabelo.
Como é feito o diagnóstico da alopecia?
O diagnóstico da queda de cabelo feminina ou masculina é feito por um dermatologista ou tricologista por meio da avaliação do couro cabeludo e do relato e informações da pessoa. Em muitos casos, faz-se a tricoscopia, uma inspeção detalhada dos fios com uma lente de aumento.
“A tricoscopia nos permite enxergar detalhes não vistos a olho nu”, afirma a dermatologista. Ela ajuda a identificar o tipo de alopecia e a direcionar o tratamento.
Dependendo do caso, o médico pode pedir exames de sangue, testes de alergia capilar ou até mesmo biópsia do couro cabeludo para confirmar o tipo de alopecia.
Perguntas frequentes sobre queda de cabelo e alopecia
1. É normal perder cabelo todos os dias?
Sim. Perder de 100 a 150 fios por dia é considerado normal. Mais que isso, porém, é preciso investigar com um médico.
2. Toda queda de cabelo é sinal de alopecia?
Não. Só é considerada alopecia quando há perda além do normal, com falhas visíveis ou afinamento dos fios.
3. O estresse pode causar queda de cabelo?
Sim. O estresse é uma das principais causas do eflúvio telógeno, um tipo comum de queda de cabelo temporária.
4. É possível reverter a calvície?
Em alguns casos, sim. Outros, como a alopecia androgenética, podem ser controlados, mas não revertidos por completo.
5. Toda pessoa com alopecia precisa de transplante capilar?
Não. O transplante só é indicado em situações específicas, com a causa estabilizada e área doadora adequada.
Leia mais: Como tratar a alopecia e prevenir a queda de cabelo