PREVENÇÃO & LONGEVIDADE
Polifarmácia: por que usar muitos remédios merece atenção
Tomar muitos remédios ao mesmo tempo pode trazer riscos sérios, mas alguns cuidados ajudam a evitar complicações; entenda como se proteger
Dra. Isabella Segura
5min • 5 de out. de 2025

Você já ouviu falar em polifarmácia? O termo pode parecer complicado, mas descreve uma situação comum: quando uma pessoa faz uso de cinco ou mais medicamentos ao mesmo tempo, seja por prescrição médica ou por automedicação.
Esse cenário é mais frequente entre os idosos, já que costumam conviver com múltiplas doenças crônicas que exigem tratamento contínuo. Mas não se engane: cada vez mais pessoas jovens também vivem essa realidade, principalmente diante de condições como obesidade, diabetes e pressão alta.
Por que a polifarmácia acontece?
O acúmulo de medicamentos pode ocorrer por vários motivos:
- Presença de várias doenças ao mesmo tempo (multimorbidade);
- Acompanhamento por diferentes médicos especialistas, que prescrevem novos remédios sem revisar os anteriores;
- Automedicação;
- Uso prolongado de medicações que já não são mais necessárias.
Assim, é comum que o paciente se veja com uma lista extensa de medicamentos, nem sempre ajustada à sua real necessidade.
Quais são os riscos da polifarmácia?
Tomar muitos medicamentos ao mesmo tempo pode trazer consequências sérias, como:
- Reações adversas: respostas indesejadas ou prejudiciais que ocorrem mesmo com doses corretas;
- Interações medicamentosas: quando um remédio altera o efeito do outro — ou até é potencializado por alimentos, bebidas e substâncias químicas;
- Intoxicação medicamentosa: em alguns casos, o excesso ou a combinação inadequada pode ser grave;
- Não adesão ao tratamento: quanto mais complexa a rotina de medicamentos, maior a chance de esquecimento, confusão ou abandono;
- Impacto emocional e funcional: pode gerar cansaço, perda de autonomia e até isolamento;
- Impacto financeiro: gastos altos com medicamentos podem comprometer a renda familiar;
- Maior risco de quedas, hospitalização e até morte.
Envelhecimento e maior sensibilidade
Nos idosos, a polifarmácia merece atenção redobrada. Além de usarem mais medicamentos, o corpo passa por mudanças com o envelhecimento, tornando-se mais sensível tanto aos efeitos benéficos quanto aos colaterais dos remédios. Isso aumenta o risco de reações adversas, quedas e complicações.
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Como prevenir os problemas da polifarmácia
Alguns cuidados simples fazem toda a diferença:
- Evitar a automedicação;
- Informar sempre ao médico ou farmacêutico todos os medicamentos em uso, incluindo chás, suplementos e fitoterápicos;
- Ter um médico de referência para revisar regularmente a lista de remédios;
- Esclarecer dúvidas sobre a função de cada medicamento e como utilizá-lo corretamente;
- Relatar qualquer sintoma novo ao profissional de saúde;
- Investir em hábitos saudáveis, como boa alimentação e atividade física, que reduzem a necessidade de medicamentos.
Perguntas frequentes sobre polifarmácia
1. Polifarmácia significa que todos os medicamentos são desnecessários?
Não. Em muitos casos, os remédios são essenciais. O problema está em quando eles não são revisados, acumulam efeitos ou deixam de ser necessários.
2. Apenas idosos sofrem os efeitos da polifarmácia?
Não. Embora mais comum nos idosos, jovens com doenças crônicas como diabetes, obesidade e hipertensão também podem precisar de vários medicamentos.
3. Qual é o maior risco de tomar muitos medicamentos ao mesmo tempo?
O principal risco é a interação medicamentosa, quando um remédio interfere no efeito do outro, podendo aumentar efeitos colaterais ou reduzir a eficácia.
4. Como sei se estou em risco?
Se você usa cinco ou mais medicamentos diferentes, já está dentro da definição de polifarmácia. Vale conversar com seu médico para revisar a lista.
5. O que fazer se eu esquecer um dos remédios?
Nunca dobre a dose no próximo horário. O ideal é seguir as orientações do médico ou farmacêutico sobre como proceder em cada caso.
6. Como reduzir os riscos da polifarmácia?
Revisando os medicamentos periodicamente com um médico de confiança, evitando automedicação e informando sobre todos os produtos usados — inclusive naturais e suplementos.
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