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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Papanicolau: o exame que ajuda a prevenir o câncer de colo do útero 

Entenda como a colpocitologia oncológica identifica alterações antes que vire câncer

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 16 de nov. de 2025

Médica ginecologista examina paciente em posição ginecológica antes de coletar o exame de colpocitologia oncótica, também conhecido como papanicolau

Com o Papanicolau, é possível identificar alterações antes que evoluam para um câncer de colo do útero | Foto: Freepik

A colpocitologia oncótica, conhecida popularmente como exame de Papanicolau, é um dos testes mais importantes da saúde feminina. Simples, rápido e amplamente disponível no SUS, ele permite detectar alterações celulares no colo do útero antes mesmo que se tornem lesões pré-cancerosas. Ou seja: é um exame que salva vidas.

Mesmo sendo um procedimento essencial e de fácil acesso, muitas mulheres ainda têm dúvidas ou deixam de fazê-lo com regularidade. Entender como ele funciona e por que é tão valioso é o primeiro passo para manter a prevenção em dia.

Como é feito o exame?

O Papanicolau é rápido e, na maioria das vezes, indolor. Durante a consulta:

  • A mulher se deita na maca ginecológica;
  • O profissional introduz um espéculo, que permite visualizar o colo do útero;
  • Com uma escovinha e uma espátula, coleta amostras de células do colo do útero e da vagina;
  • O material é colocado em lâmina ou em meio líquido e enviado ao laboratório.

Todo o processo leva poucos minutos e é muito seguro.

Tipos de exame

Existem duas formas principais de realizar a colpocitologia:

  • Citologia convencional: as células coletadas são depositadas diretamente em uma lâmina de vidro. É o modelo oferecido pelo SUS;
  • Citologia em meio líquido: as células são colocadas em uma solução conservante, o que melhora a qualidade da amostra e permite testes complementares, como o de HPV.

Ambos têm o mesmo objetivo: identificar precocemente alterações que podem evoluir para câncer.

O que o exame detecta?

O Papanicolau pode identificar:

  • Infecções (candidíase, vaginose, tricomoníase);
  • Inflamações;
  • Presença de HPV;
  • Alterações celulares pré-cancerosas.

A detecção precoce permite tratamentos mais simples, eficazes e menos invasivos.

Quando fazer o exame

Segundo o Ministério da Saúde, devem fazer o exame:

  • Mulheres entre 25 e 64 anos que já tiveram relação sexual;
  • A cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais.

Mesmo após a menopausa, o exame continua essencial.

Precisa de preparo?

Sim. Alguns cuidados deixam o resultado mais confiável:

  • Evitar relações sexuais nas 72 horas anteriores;
  • Não usar duchas, cremes ou medicamentos vaginais no período;
  • Evitar realizar o exame durante a menstruação.

O que significam os resultados?

Os resultados podem ser:

  • Normal — sem alterações;
  • Alterações benignas — inflamações ou infecções;
  • Alterações suspeitas — células anormais que exigem investigação.

A classificação segue o Sistema Bethesda, que organiza desde pequenas alterações até lesões de alto grau ou câncer.

Quando há alterações, o médico pode solicitar repetição do exame, colposcopia ou teste de HPV.

Por que o exame é tão importante?

O câncer do colo do útero é um dos tumores mais preveníveis. Com o Papanicolau, é possível identificar alterações antes que evoluam, permitindo tratamento precoce e evitando casos graves.

É uma ferramenta barata, acessível e extremamente eficaz na prevenção.

Leia mais: Odor vaginal: quando é normal, sinais de alerta e cuidados

Perguntas frequentes sobre o exame de Papanicolau

1. O exame de Papanicolau dói?

Geralmente não. Pode haver leve desconforto, mas o procedimento é rápido.

2. Mulheres virgens podem fazer o exame?

Em geral, ele é recomendado apenas para quem já iniciou atividade sexual. Em casos específicos, o médico pode avaliar a necessidade.

3. Menstruação atrapalha o exame?

Sim. O ideal é fazer fora do período menstrual para melhorar a análise das células.

4. O exame detecta todas as infecções?

Ele identifica algumas infecções vaginais, mas não substitui testes específicos para ISTs.

5. Fiz histerectomia. Ainda preciso fazer Papanicolau?

Depende do tipo de cirurgia e se o colo do útero foi removido. O médico orientará conforme o caso.

6. Posso fazer o exame grávida?

Sim. O exame é seguro durante a gestação.

7. O exame substitui a vacina contra HPV?

Não. A vacina e o Papanicolau se complementam na prevenção do câncer do colo do útero.

Leia também: Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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