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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Osteoporose: conheça a doença silenciosa que enfraquece os ossos 

A osteoporose costuma não causar sintomas até a primeira fratura. Saiba como ela surge, quem corre mais risco e quais cuidados fazem diferença

Dra. Isabella Segura

Dra. Isabella Segura

5min • 22 de out. de 2025

Mão de pessoa idosa com osteoporose

É importante evitar os fatores de risco de desenvolvimento da osteoporose e fazer o exame de densitometria óssea quando indicado

A osteoporose é uma das doenças mais comuns entre adultos acima dos 50 anos e uma das principais causas de fraturas em idosos. Embora seja silenciosa, pode trazer consequências sérias — especialmente fraturas em ossos frágeis. O diagnóstico precoce e os hábitos saudáveis são as principais formas de proteger a saúde óssea.

De acordo com o Ministério da Saúde, a osteoporose é uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre idosos no Brasil. Estima-se que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens acima dos 50 anos terão uma fratura relacionada à perda óssea ao longo da vida.

O que é a osteoporose

A osteoporose é uma doença sistêmica do esqueleto, caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela alteração da estrutura interna dos ossos. Com o tempo, eles se tornam mais frágeis e suscetíveis a fraturas — mesmo em quedas leves ou pequenos impactos.

As fraturas mais comuns ocorrem na coluna, quadril, punho e úmero (osso do braço).

Como o osso perde resistência

A força do osso depende de dois fatores principais:

  • Quantidade de osso: medida pela densitometria óssea, que avalia a densidade mineral óssea (DMO);
  • Qualidade do osso: relacionada à arquitetura interna, capacidade de renovação, equilíbrio entre minerais e colágeno e presença de microlesões.

A densidade mineral óssea representa cerca de 50% a 70% da força total do osso, mas a qualidade também é determinante para a resistência e a prevenção de fraturas.

Quando a perda óssea começa

O esqueleto atinge o pico de massa óssea entre a adolescência e o início da vida adulta. Depois disso, ocorre uma perda natural de densidade. Entre os fatores que aceleram essa perda estão:

  • Genética;
  • Alimentação pobre em cálcio e vitamina D;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo e consumo de álcool;
  • Deficiências hormonais, especialmente após a menopausa.

Nas mulheres, a perda óssea acelera após a menopausa devido à queda do estrogênio. Já nos idosos, a deficiência de vitamina D e a redução da atividade das células formadoras de osso (osteoblastos) agravam o processo.

Fatores de risco para osteoporose e fraturas

  • Histórico pessoal de fratura na vida adulta;
  • Fratura em familiar de primeiro grau;
  • Baixo peso (menos de 57 kg) ou IMC abaixo de 19;
  • Uso prolongado de corticoides (mais de três meses);
  • Tabagismo;
  • Idade avançada;
  • Menopausa precoce (antes dos 45 anos);
  • Baixa ingestão de cálcio;
  • Sedentarismo;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Quedas recentes;
  • Doenças que afetam memória, equilíbrio ou visão.

Tipos de osteoporose

Osteoporose primária

  • Juvenil: rara, afeta crianças e adolescentes em fase de crescimento;
  • Idiopática: ocorre em adultos jovens sem causa identificável;
  • Senil: associada ao envelhecimento e à menopausa.

Osteoporose secundária

Surge em consequência de outras doenças (endócrinas, inflamatórias, reumatológicas) ou do uso prolongado de medicamentos como os corticoides.

Sintomas e manifestações clínicas

A osteoporose é chamada de “doença silenciosa” porque raramente causa sintomas antes da primeira fratura. Quando surgem, podem incluir:

  • Dores nas costas;
  • Diminuição da altura;
  • Deformidades na coluna;
  • Dificuldade de locomoção ou perda de equilíbrio.

Diagnóstico da osteoporose

O diagnóstico é baseado no histórico clínico, presença de fraturas e resultado da densitometria óssea (DXA), exame padrão que mede a densidade mineral dos ossos.

Quando fazer a densitometria óssea

  • Mulheres a partir dos 65 anos;
  • Homens a partir dos 70 anos;
  • Adultos com fatores de risco, independentemente da idade;
  • Pessoas que já tiveram fraturas por fragilidade;
  • Pacientes que usam medicamentos que afetam o metabolismo ósseo.

Além disso, exames laboratoriais podem avaliar níveis de cálcio, vitamina D e hormônios, ajudando a descartar causas secundárias da doença.

Como prevenir e tratar a osteoporose

Hábitos de vida

  • Alimentação equilibrada: inclua cálcio (leite, queijos, vegetais verde-escuros) e vitamina D (peixes gordos, alimentos fortificados, exposição solar);
  • Exposição solar segura: sob orientação médica, para manter bons níveis de vitamina D;
  • Atividade física regular: especialmente exercícios com impacto leve e fortalecimento muscular, que aumentam a densidade óssea e reduzem quedas;
  • Evite tabaco e álcool: ambos prejudicam a absorção de cálcio e aceleram a perda óssea;
  • Prevenção de quedas: adapte o ambiente doméstico, use calçados firmes e mantenha a boa iluminação.

Tratamento médico

O tratamento varia conforme a gravidade e a presença de fraturas. O médico pode indicar:

  • Suplementação de cálcio e vitamina D;
  • Medicamentos que reduzem a perda óssea ou estimulam a formação de osso novo;
  • Fisioterapia e exercícios supervisionados para fortalecer músculos e melhorar o equilíbrio.

O objetivo é reduzir o risco de novas fraturas, já que o osso perdido não pode ser totalmente recuperado.

Leia também: Artrite ou artrose? Conheça as diferenças entre as doenças

Perguntas frequentes sobre osteoporose

1. A osteoporose tem cura?

Não. Mas é possível controlar a doença e reduzir o risco de fraturas com tratamento médico e hábitos saudáveis.

2. Quando devo começar a me preocupar com a saúde dos ossos?

Desde cedo. A prevenção deve começar na infância e juventude, com alimentação rica em cálcio e prática de atividades físicas.

3. Só mulheres têm osteoporose?

Não. Apesar de mais comum em mulheres, especialmente após a menopausa, os homens também podem desenvolver a doença.

4. O que a densitometria óssea avalia?

Ela mede a densidade mineral dos ossos e indica se há perda óssea significativa, auxiliando no diagnóstico precoce da osteoporose.

5. Tomar sol ajuda na prevenção?

Sim. A luz solar estimula a produção de vitamina D, essencial para a absorção de cálcio pelos ossos.

6. Quais alimentos fortalecem os ossos?

Leite, queijos, iogurte, brócolis, couve, sardinha e castanhas são ricos em cálcio e ajudam a manter a massa óssea.

7. Exercícios ajudam quem já tem osteoporose?

Sim. A prática regular fortalece músculos e melhora o equilíbrio, diminuindo o risco de quedas e fraturas.

Confira: Médico de família e clínico geral: conheça as diferenças

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Escrito por Dra. Isabella Segura

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