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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Novas metas de colesterol em 2025: valores mais rígidos para proteger seu coração 

Atualização de diretriz brasileira define metas mais baixas de colesterol ruim, introduz categoria de risco extremo e traz outros exames para avaliar perigo de infarto ou AVC

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 29 de set. de 2025

Novas metas de colesterol em 2025: valores mais rígidos para proteger seu coração 

As metas de níveis de colesterol no Brasil ficaram mais exigentes. Em 2025, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e outras entidades atualizaram as diretrizes de dislipidemia para refletir estudos recentes e evidências de que menos colesterol “ruim” significa menor risco de infarto, AVC e outras complicações cardíacas.

Com isso, os valores de LDL-c (colesterol “ruim”), colesterol não-HDL e lipoproteína(a) foram revisados e ajustados conforme o risco cardiovascular de cada pessoa.

A ideia é tornar as metas mais individualizadas, ou seja, quem tem risco baixo terá metas diferentes de quem tem risco muito alto ou risco extremo. O novo documento reforça também o uso de exames adicionais como medição de Lipoproteína(a) para refinar a avaliação de risco.

O que mudou nas metas de colesterol no Brasil em 2025

As mudanças principais foram:

  • Introdução da categoria risco extremo, além de risco muito alto;
  • Metas de LDL-c mais baixas para todos os grupos de risco;
  • Meta para colesterol não-HDL-c também definida (ou seja, o “colesterol malo total”, que inclui outras frações além do LDL);
  • ApoB passou a ter valores de corte específicos, dependendo do risco;
  • Lp(a) recomendado para dosagem ao menos uma vez na vida, para pessoas com risco elevado ou histórico familiar.

Tabela comparativa: metas antigas versus metas novas

Aqui está uma tabela para facilitar a comparação entre os valores antigos e os novos valores de LDL-c / não-HDL-c / apoB conforme a diretriz de 2025 da Sociedade Brasileira de Cardiologia:

Categoria de risco Meta antiga de LDL-c* Nova meta de LDL-c (2025) Meta de não-HDL-c (2025) Meta de apoB (2025)
Baixo risco ~ < 130 mg/dL < 115 mg/dL < 145 mg/dL ~ 100 mg/dL
Risco intermediário ~ < 115–120 mg/dL < 100 mg/dL < 130 mg/dL ~ 90 mg/dL
Risco alto < 100 mg/dL < 70 mg/dL < 100 mg/dL ~ 70 mg/dL
Risco muito alto < 70 or < 50 mg/dL (dependia da diretriz) < 50 mg/dL < 80 mg/dL ~ 55 mg/dL
Risco extremo Não havia categoria oficial < 40 mg/dL < 70 mg/dL ~ 45 mg/dL

Por que essas metas de colesterol ficaram mais rígidas?

Há várias razões para toda essa mudança:

  • Há evidência científica crescente de que níveis mais baixos de LDL-c reduzem consideravelmente o risco de eventos cardiovasculares como infarto e AVC;
  • Muitos pacientes com risco elevado ou histórico cardíaco não estavam atingindo as metas antigas; com metas mais rígidas, espera-se melhor prevenção;
  • Introdução de novos marcadores ou medidas como Lp(a) e apoB, que ajudam a identificar risco que não aparecia apenas olhando o LDL-c.

O que isso significa para você

  • Se você for de baixo risco cardiovascular, será solicitado manter o LDL-c abaixo de ~ 115 mg/dL, enquanto antes o valor aceitável era mais alto;
  • Se estiver em risco intermediário, alto ou muito alto, pode ter metas ainda mais rigorosas, como < 70 mg/dL ou < 50 mg/dL;
  • Para quem já teve infarto, AVC ou tem doença multivascular, a categoria de risco extremo implica meta de LDL-c < 40 mg/dL;
  • Além de tomar remédios. quando indicados, aderir ao estilo de vida saudável tornou-se ainda mais importante. Ou seja, cessar tabagismo, ter dieta saudável e fazer atividade física são fundamentais para o tratamento.

Leia mais: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

Perguntas frequentes sobre as novas metas de colesterol

1. Todos precisam alcançar essas metas baixas de LDL-c?

Não. As metas de colesterol dependem do seu risco cardiovascular: idade, histórico de infarto/AVC, doenças associadas, genética. Pessoas com risco baixo têm metas menos rígidas; risco extremo demanda valores muito baixas.

2. O que é o risco extremo?

É a nova categoria da diretriz que inclui pessoas que, mesmo usando tratamento potente (como estatinas ou combinação de medicamentos), continuam com aterosclerose ativa, ou já têm doença em várias artérias, ou um evento recente como infarto ou AVC.

3. Como saber meu LDL, não-HDL ou apoB?

Você precisa de exames de sangue solicitados pelo médico. Com ele e com o seu histórico de saúde, o especialista vai avaliar qual categoria você se enquadra e indicar o melhor tratamento.

4. Existe risco em deixar o LDL muito baixo?

Até hoje, estudos mostram que metas mais baixas de LDL-c são seguras e trazem benefícios, especialmente em risco elevado. Mas como todo tratamento, deve ter acompanhamento médico.

5. Quanto tempo leva para ver diferença das metas de colesterol mais rígidas?

Depende de cada pessoa, tratamento e adesão. Mudanças no estilo de vida (dieta, exercício) podem mostrar efeito em semanas a meses. Medicamentos ajudam em meses, mas avaliação contínua é importante.

6. E se eu já tomo estatina ou medicamento para colesterol, mas não atinjo a nova meta de colesterol?

O médico pode ajustar tratamento: dose maior, mudar medicamento, combinar com ezetimiba ou outras terapias, sempre considerando segurança, possíveis efeitos colaterais e seu perfil de risco.

7. Preciso mudar meus hábitos se quero seguir essas metas de colesterol?

Sim. Alimentação saudável, exercício regular, evitar fumar, controlar peso, glicose e pressão são partes importantíssimas para o controle do colesterol.

Leia também: Colesterol alto tem solução! Veja como é o tratamento

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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