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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Melasma: o que é, causas, sintomas e como tratar

Apesar de crônico, o melasma pode ser controlado a partir de acompanhamento dermatológico e cuidados diários com a pele

Dra. Gabriela Capareli

Dra. Gabriela Capareli

5min • 5 de nov. de 2025

close-up do rosto de uma pessoa mostrando manchas leves de melasma no nariz e bochechas, ilustrando alterações de pigmentação da pele como o melasma.

Os sintomas do melasma são basicamente manchas escuras na pele, que não provocam dor e nem inflamação | Foto: Freepik

Afetando cerca de 35% das mulheres brasileiras em idade reprodutiva, o melasma é uma condição de pele caracterizada pelo surgimento de manchas escuras, acastanhadas ou amarronzadas, que aparecem principalmente nas áreas mais expostas ao sol, como o rosto, o colo e os antebraços.

Apesar de ser benigna e não indicar riscos para a saúde, o melasma pode causar grande desconforto estético e emocional — e requer acompanhamento dermatológico e cuidados contínuos no dia a dia, já que tende a retornar com facilidade. Vem entender mais os detalhes sobre a condição!

O que é melasma?

O melasma é uma condição crônica da pele caracterizada por manchas escuras ou acastanhadas que surgem, principalmente, nas bochechas, testa, nariz e buço.

Elas têm bordas bem definidas e formato irregular, e podem variar de intensidade conforme o tipo de pele e o nível de exposição solar. As manchas acontecem em função do aumento da produção de melanina, pigmento responsável pela cor da pele, cabelo e olhos.

Vale ressaltar que o melasma não causa dor, coceira ou descamação — e nem representa risco de câncer, de acordo com a dermatologista Gabriela Capareli. No entanto, as manchas podem afetar profundamente a autoconfiança e o bem-estar emocional de quem convive com a condição.

Causas do melasma

A causa exata do melasma ainda não é totalmente compreendida, mas Gabriela e a Sociedade Brasileira de Dermatologia apontam especialmente os seguintes fatores:

  • Predisposição genética: histórico familiar aumenta a tendência.
  • Exposição solar e luz visível: estimulam melanina e agravam as manchas; mesmo pequenas exposições (dirigir, caminhar) pioram o quadro.
  • Alterações hormonais: comum na gravidez (cloasma), com anticoncepcionais e TRH.
  • Estresse e sono ruim: elevação do cortisol pode desregular melanócitos.
  • Calor e inflamações: saunas, banhos muito quentes e inflamação cutânea podem desencadear/escurecer manchas.

Quais os sintomas do melasma?

  • Manchas acastanhadas/amarronzadas;
  • Formato irregular e muitas vezes simétrico (em ambos os lados da face);
  • Localização predominante na face (bochechas, testa, nariz, lábio superior);
  • Possibilidade em áreas expostas (braços, pescoço e colo – melasma extrafacial).

As manchas tendem a intensificar no verão e clarear no inverno. Em casos mais profundos, podem ter coloração acinzentada.

O que piora o melasma?

  • Exposição solar sem proteção (inclusive em dias nublados);
  • Calor excessivo (saunas, banhos muito quentes, cozinhas industriais);
  • Tratamentos agressivos (peelings profundos, lasers inadequados);
  • Uso incorreto de clareadores/ácidos;
  • Falta de fotoproteção diária;
  • Uso contínuo de anticoncepcionais hormonais;
  • Estresse, sono irregular e dieta pró-inflamatória.

Até entrar em um carro muito quente pode piorar as manchas. O acompanhamento com dermatologista é essencial para definir a melhor conduta.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico. Na maioria dos casos, o dermatologista identifica pela avaliação direta da pele; quando necessário, utiliza dermatoscopia.

Classificação:

  • Epidérmico: superficial, responde melhor.
  • Dérmico: mais profundo, mais resistente.
  • Misto: pigmentação em múltiplas camadas.

A definição do tipo orienta o tratamento e evita procedimentos que possam agravar o quadro.

Tratamentos de melasma

O plano terapêutico é individualizado e combina rotina, histórico de tratamentos, hábitos e possíveis alergias. A base é fotoproteção rigorosa (UV e luz visível) e, quando indicado, clareadores e procedimentos.

Fotoproteção

  • Uso contínuo de protetor com FPS ≥ 50 e filtro com cor (protege também da luz visível);
  • Reaplicar a cada 4 horas, inclusive em ambientes internos;
  • Barreiras físicas: viseiras, chapéus, óculos; proteção corporal também;
  • Queimaduras em outras áreas do corpo podem induzir inflamação sistêmica e piorar o melasma.

Clareadores tópicos

Atuam inibindo a tirosinase e/ou acelerando a renovação celular. Opções comuns (conforme SBD): hidroquinona, ácido glicólico, retinoico e azeláico. Resultados geralmente começam a aparecer em ~2 meses. A combinação é frequente, mas o excesso irrita e pode gerar rebote.

Peelings químicos

  • Superficiais (glicólico, mandélico, lático): bons para peles sensíveis e clareamento gradual;
  • Médios (retinoico, TCA): uso cauteloso, atingem camadas mais profundas;
  • Combinados: associações de ácidos/antioxidantes.

Em geral, 3–6 sessões mensais. Fotoproteção rigorosa no pós-procedimento é obrigatória.

Laser e Luz Intensa Pulsada (LIP)

Podem fragmentar o pigmento e acelerar o clareamento. Nem todo laser é indicado para melasma: o calor pode escurecer a área. Indicação e parâmetros devem ser definidos por dermatologista experiente.

Microagulhamento

Microperfura a pele para induzir colágeno e facilitar a penetração de clareadores (drug delivery). Exige avaliação criteriosa quanto a tipo de pele, profundidade e histórico.

Melasma tem cura?

Não há cura definitiva. É crônico e recidivante, mas pode ser mantido sob controle com tratamento contínuo, disciplina e seguimento dermatológico — deixando as manchas quase imperceptíveis por longos períodos.

Como prevenir o melasma?

  • Protetor diário FPS 50+ com proteção UVA/UVB/IV/luz visível (preferir com cor);
  • Reaplicar a cada 3–4 horas e sempre que suar/lavar o rosto;
  • Barreiras físicas: chapéus, viseiras, óculos; roupas com proteção UV;
  • Buscar sombra/guarda-sóis; evitar sol direto, especialmente 10h–16h;
  • Alimentação anti-inflamatória, manejo do estresse e sono de qualidade;
  • Evitar anticoncepcionais hormonais sem orientação médica.

Veja também: Espinhas na vida adulta: entenda as causas os principais tratamentos

Perguntas frequentes

O melasma aparece só no rosto?

Não. Embora a face seja a área mais afetada, pode surgir em pescoço, colo e braços (melasma extrafacial), geralmente mais resistente. A fotoproteção corporal é indispensável.

Como saber se é melasma ou outro tipo de mancha?

O diagnóstico é clínico/dermatoscópico. Outras manchas (acne pós-inflamatória, queimaduras, dano solar, lentigos) podem confundir. Em casos complexos, a luz de Wood ajuda a estimar a profundidade do pigmento.

Grávidas podem tratar o melasma?

O cloasma gravídico é comum. Na gestação, evitar procedimentos agressivos; o foco é fotoproteção rigorosa (filtros com cor, barreiras físicas). Após o parto/amamentação, o dermatologista pode introduzir clareadores e peelings suaves.

O melasma pode desaparecer sozinho?

Não. Pode clarear em épocas de menor exposição, mas retorna sem tratamento. Há “memória celular” do pigmento; por isso, manter cuidados diários mesmo quando as manchas estão controladas.

O melasma pode ser tratado em casa?

Sim, com orientação médica. Há clareadores domiciliares, ácidos leves, hidratantes calmantes e protetores com cor. Evite misturar produtos por conta própria para não irritar e agravar o quadro.

Veja mais: Dermatite atópica: o que é, sintomas e cuidados

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Foto de Dra. Gabriela Capareli

Escrito por Dra. Gabriela Capareli

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