PREVENÇÃO & LONGEVIDADE
Mamografia no SUS pode ser feita a partir dos 40 anos: veja como era e como fica
O exame de mamografia poderá ser feito mesmo sem sintomas, desde que decidido junto com o profissional de saúde

Dr. Thiago Chadid
5min • 28 de out. de 2025

É importante apontar que, entre 40 e 49 anos, a mamografia não será feita automaticamente no SUS para todas as mulheres
A mamografia é um dos exames mais importantes para a saúde da mulher. Realizada com um aparelho de raio X, permite identificar alterações sutis nas mamas — como nódulos e microcalcificações — antes mesmo de serem perceptíveis ao toque. Esse diagnóstico precoce é essencial para detectar o câncer de mama em estágios iniciais, quando as chances de cura são muito maiores.
Com o avanço da tecnologia, o exame tornou-se mais rápido, preciso e confortável. Hoje, existem versões digitais e tridimensionais (3D), que oferecem imagens mais nítidas e detalhadas, tornando a mamografia um dos pilares da prevenção e do autocuidado feminino.
Como o exame surgiu e evoluiu
Os primeiros aparelhos de mamografia produziam imagens simples, em preto e branco. Com o tempo, surgiram os equipamentos digitais, que oferecem melhor qualidade e armazenamento eletrônico, e a mamografia 3D (tomossíntese), que cria imagens em camadas e facilita a detecção de pequenas alterações.
Esses avanços aumentaram a precisão e o conforto do exame, reduzindo diagnósticos equivocados e ampliando a eficácia na detecção precoce do câncer de mama.
Tipos de mamografia
- Mamografia convencional: utiliza filme radiográfico para registrar as imagens;
- Mamografia digital: usa sensores eletrônicos, com melhor qualidade e armazenamento digital;
- Mamografia 3D (tomossíntese): cria imagens em camadas e permite visualizar detalhes milimétricos, aumentando a precisão diagnóstica.
Quando a mamografia é indicada
O exame é indicado tanto para rastreamento preventivo quanto para investigação de sintomas.
Prevenção (rastreamento)
Em geral, deve ser feita a partir dos 40 anos e repetida anualmente ou a cada dois anos até os 74 anos. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou outros fatores de risco podem iniciar o rastreamento mais cedo, conforme orientação médica.
Investigação de sintomas
A mamografia também é indicada em casos de:
- Presença de nódulo, dor ou secreção mamilar;
- Alterações percebidas no autoexame;
- Assimetria entre as mamas.
Preparação para o exame
- Agende o exame na primeira quinzena após o ciclo menstrual, quando as mamas estão menos sensíveis;
- Evite desodorantes, cremes, talcos e perfumes nas axilas e mamas no dia do exame;
- Leve exames anteriores para comparação;
- Use roupas de duas peças (como calça e blusa) para facilitar o procedimento.
Como o exame é feito
Durante o exame, a mulher permanece de pé, de frente para o aparelho. O técnico posiciona a mama sobre uma placa de acrílico e a comprime por alguns segundos, etapa necessária para espalhar o tecido mamário e obter imagens nítidas com menor dose de radiação.
São feitas duas incidências por mama, registrando ângulos diferentes. O procedimento dura poucos minutos e pode causar leve desconforto, mas não deve provocar dor intensa. Após o exame, as imagens são analisadas por um radiologista, que emite o laudo com o resultado.
Possíveis achados no exame
A mamografia pode identificar:
- Nódulos;
- Cistos mamários;
- Microcalcificações (pequenos depósitos de cálcio);
- Alterações suspeitas que podem exigir biópsia.
Nem toda alteração é sinal de câncer. Muitas são benignas e apenas precisam de acompanhamento médico regular.
Contraindicações e limitações
- Não deve ser realizada durante a gravidez, exceto em situações de extrema necessidade e com proteção adequada;
- Em mulheres abaixo dos 35 anos, o tecido mamário mais denso pode dificultar a leitura — nesses casos, o médico pode indicar ultrassonografia como alternativa.
Possíveis desconfortos e riscos
A mamografia é segura, com baixa exposição à radiação. Os principais incômodos possíveis são:
- Leve dor ou sensibilidade durante a compressão;
- Pequenos hematomas (raros);
- Ansiedade antes do exame, que pode ser reduzida com explicações da equipe médica.
Após o exame
A paciente pode retomar suas atividades imediatamente. Os resultados ficam prontos em poucos dias. Se houver alterações, o médico pode solicitar exames complementares, como ultrassonografia ou biópsia.
A importância da mamografia
Realizar a mamografia regularmente é uma das formas mais eficazes de detectar o câncer de mama precocemente, muitas vezes antes de qualquer sintoma. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e permite tratamentos menos agressivos.
Veja também: Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer
Perguntas frequentes sobre mamografia
1. A mamografia dói?
Pode causar leve desconforto durante a compressão, mas a dor é passageira e depende da sensibilidade individual.
2. Com que frequência devo fazer o exame?
Em geral, a partir dos 40 anos, anualmente ou a cada dois anos. Mulheres com risco aumentado devem seguir orientação médica.
3. A mamografia pode causar câncer por causa da radiação?
Não. A dose de radiação é muito baixa e considerada segura.
4. É preciso fazer mamografia antes dos 40 anos?
Apenas se houver histórico familiar de câncer de mama ou recomendação médica específica.
5. Posso fazer mamografia durante a amamentação?
Não é o ideal, pois as mamas estão mais sensíveis e o exame pode ser menos preciso.
6. A mamografia substitui o autoexame?
Não. O autoexame ajuda a conhecer o próprio corpo, mas não substitui os exames de imagem recomendados.
7. O que fazer se o resultado der alterado?
Não se assuste. Muitas alterações são benignas. O médico indicará os exames complementares adequados para confirmar o diagnóstico.
Leia também: Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

