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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Vai para a praia? Cuidado com a intoxicação alimentar

O calor estraga alimentos mais rápido e aumenta o risco de contrair uma infecção nas praias e viagens de verão

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 27 de dez. de 2025

Casal jovem, homem e mulher comem melancia na praia durante o verão e tomam cuidado com intoxicação alimentar

No calor, alimentos precisam ser bem armazenados para evitar a intoxicação alimentar | Foto: Freepik

Sol, mar e comidas típicas fazem parte das férias de verão, mas também aumentam o risco de um problema comum nessa época: a intoxicação alimentar. Com o calor, os microrganismos se multiplicam com facilidade, e alimentos mal conservados, vendidos em praias e quiosques, podem causar desde desconfortos leves até casos graves de infecção intestinal.

O aumento das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) entre dezembro e fevereiro é significativo. O motivo é simples: as altas temperaturas comprometem a conservação de carnes, maioneses, laticínios e frutos do mar, favorecendo a proliferação de bactérias como Salmonella e Staphylococcus aureus. Por isso, o cuidado com o que se come fora de casa deve ser redobrado.

Por que o calor aumenta o risco de intoxicação alimentar

O calor acelera o crescimento de microrganismos que podem causar doenças, especialmente quando os alimentos ficam muito tempo fora da refrigeração. A intoxicação alimentar é causada por bactérias, vírus ou toxinas presentes em alimentos ou água contaminados.

As praias e clubes são ambientes propícios, pois muitas vezes os alimentos são vendidos ao ar livre, sem refrigeração adequada. O perigo aumenta com produtos que contêm ovos, maionese, leite condensado, queijos e carnes. Ostras e mariscos crus também estão entre os campeões de contaminação, já que a maioria das bactérias morre apenas com cozimento em altas temperaturas.

O cuidado com a água também é essencial. Beber água de procedência duvidosa ou consumir gelo feito com água contaminada é um dos principais caminhos para contrair uma intoxicação alimentar. O gelo industrializado, feito com água potável e embalagens lacradas, é a opção mais segura.

Sintomas de intoxicação alimentar e quando procurar ajuda médica

Os sintomas de intoxicação alimentar variam conforme o agente causador, mas costumam incluir náusea, vômito, dor abdominal, diarreia e febre. Em casos leves, os sinais surgem poucas horas após o consumo do alimento contaminado e desaparecem em até três dias. Em infecções mais graves, como o botulismo ou a hepatite A, os sintomas podem surgir após semanas e exigir acompanhamento médico.

A desidratação é um dos sintomas de intoxicação alimentar mais comum e perigoso. Crianças, idosos, gestantes e pessoas com imunidade baixa merecem atenção especial. O ideal é repor líquidos constantemente, com água, água de coco ou soro caseiro (1 colher de café de sal e 1 de sopa de açúcar por copo americano de água filtrada).

Deve-se buscar atendimento médico se houver:

  • Febre alta (acima de 38,8°C em adultos ou 38,3°C em crianças)
  • Sangue nas fezes ou diarreia persistente por mais de três dias
  • Vômitos incontroláveis, fraqueza intensa ou sede excessiva

Evite a automedicação e não use antibióticos sem orientação médica. Em geral, repouso e hidratação são suficientes para a recuperação.

Como evitar a intoxicação alimentar na praia e em viagens

A prevenção da intoxicação alimentar começa com a higiene e a escolha dos alimentos. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 250 tipos de doenças transmitidas por alimentos podem ser evitadas com medidas simples de limpeza e armazenamento.

A primeira regra é lavar bem as mãos antes das refeições e após ir ao banheiro ou manusear dinheiro e objetos de uso coletivo. Outro ponto é desinfetar frutas, legumes e verduras com uma solução de 10 mL de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água tratada, deixando os alimentos de molho por 30 minutos.

Quando o consumo for na praia ou em viagens:

  • Prefira alimentos cozidos ou assados, que passam por altas temperaturas
  • Evite molhos, cremes, maionese e laticínios fora da refrigeração
  • Observe a higiene dos ambulantes e dos utensílios usados
  • Não consuma alimentos com cheiro, cor ou sabor alterados
  • Desconfie de produtos vendidos sem rótulo, prazo de validade ou armazenados em caixas de isopor sem gelo

O ideal é montar sua própria bolsa térmica com produtos de procedência conhecida e levá-la em viagens curtas. Alimentos preparados que permanecem em temperatura ambiente por mais de 1 hora apresentam risco elevado de contaminação e não devem ser consumidos.

Alimentos e bebidas seguras para o calor

Para aproveitar o dia de praia sem riscos, especialistas recomendam escolher alimentos simples e bem acondicionados.

  • Milho verde cozido é uma boa opção: é nutritivo, rico em fibras e resistente ao calor
  • Frutas firmes, como banana, maçã, melão, manga e uva, também são seguras se lavadas e guardadas em recipientes limpos
  • Castanhas e frutas secas são práticas, já que contêm pouca água e demoram mais para estragar
  • Sanduíches preparados em casa, com frango desfiado, atum ou pasta de ricota, devem ser armazenados em bolsas térmicas com gelo e consumidos em até duas horas

Entre as bebidas, água mineral lacrada e água de coco natural são as mais indicadas. Evite refrigerantes e sucos de procedência desconhecida. O mesmo vale para o gelo: prefira o industrializado, que é produzido com água tratada e embalagens seguras. O gelo caseiro, se feito com água não filtrada ou mal armazenado, pode se tornar um vetor de contaminação.

O segredo é simples: quanto mais natural, fresco e bem conservado for o alimento, menor o risco de intoxicação alimentar.

Confira: Alergia alimentar: dicas para comer fora com segurança

Perguntas e respostas

1. Por que o risco de intoxicação alimentar aumenta no verão?

Porque as altas temperaturas facilitam a proliferação de microrganismos em alimentos mal armazenados, especialmente quando ficam fora da refrigeração.

2. Quais alimentos oferecem maior risco na praia?

Ostras, mariscos crus, maionese, queijos, leite condensado, carnes e produtos que dependem de refrigeração constante.

3. Quais são os sintomas mais comuns de intoxicação alimentar?

Náusea, vômito, dor abdominal, diarreia e febre, variando conforme o agente causador.

4. Quando é necessário procurar atendimento médico?

Quando há febre alta, sangue nas fezes, diarreia por mais de três dias, vômitos incontroláveis ou sinais de desidratação.

5. Que alimentos são mais seguros para levar à praia?

Milho cozido, frutas firmes, castanhas, frutas secas e sanduíches preparados em casa e mantidos em bolsa térmica.

6. Por que o gelo precisa ser de procedência segura?

Porque gelo feito com água contaminada ou mal armazenado pode transmitir doenças, enquanto o industrializado usa água potável.

Confira: Intoxicação alimentar por alimentos crus: como se proteger

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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