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Intolerância à lactose: o que comer no dia a dia? 

A condição pode causar desconfortos gastrointestinais no dia a dia, mas pode ser controlada com ajustes simples na alimentação

Mariana Del Bosco

Mariana Del Bosco

5min • 24 de set. de 2025

Intolerância à lactose: o que comer no dia a dia? 

Você sabe o que é intolerância à lactose? A condição é caracterizada pela dificuldade parcial ou total do organismo em digerir a lactose, o açúcar natural do leite. Como consequência, podem surgir sintomas desconfortáveis após o consumo de leite e derivados, como gases, dores abdominais, diarreia e náuseas.

Dependendo do caso, a intensidade pode variar: algumas pessoas conseguem consumir pequenas quantidades de queijos curados ou iogurtes, enquanto outras precisam cortar completamente a lactose da dieta.

Por isso, é fundamental entender o seu nível de tolerância e buscar alternativas seguras no dia a dia, para manter um cardápio equilibrado e saudável. Entenda mais a seguir!

O que é intolerância à lactose?

A intolerância à lactose é a dificuldade parcial ou total do organismo em digerir a lactose. Isso acontece porque a enzima lactase, responsável por quebrar esse açúcar, está em menor quantidade no intestino de quem convive com a condição.

Sem lactase suficiente, a lactose não é digerida corretamente e acaba fermentando no intestino, causando sintomas como:

  • Gases e inchaço abdominal;
  • Cólicas e dor abdominal;
  • Diarreia;
  • Náusea e mal-estar.

Qual a diferença entre intolerância à lactose e alergia ao leite?

A intolerância à lactose não é a mesma coisa que a alergia ao leite. Na alergia, há uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite, gerando sintomas imediatos (como urticária e falta de ar) ou tardios (como problemas gastrointestinais). Já na intolerância, não há envolvimento do sistema imunológico, mas sim dificuldade de digerir a lactose pela baixa produção da lactase.

Na prática:

  • Alergia ao leite: deve-se evitar totalmente leite e derivados.
  • Intolerância à lactose: é preciso apenas restringir a lactose. Produtos sem lactose ou com a enzima lactase adicionada podem ser consumidos.

O que não comer na intolerância à lactose?

Nem sempre é necessário cortar todos os derivados. Tudo depende do nível individual de tolerância. Porém, alguns alimentos devem ser evitados:

  • Leite integral, desnatado ou em pó;
  • Iogurtes tradicionais;
  • Queijos frescos, como minas padrão e requeijão;
  • Manteiga e creme de leite;
  • Sorvetes feitos com leite;
  • Molhos e cremes prontos com leite em pó ou soro;
  • Produtos de confeitaria (bolos, biscoitos, chocolates ao leite);
  • Pães industrializados que contenham leite.

Cardápio para intolerância à lactose

Café da manhã

  • Leite ou iogurte sem lactose;
  • Queijos frescos (minas frescal, ricota) ou queijos com lactase adicionada;
  • Iogurtes vegetais e bebidas de amêndoas, aveia, coco ou castanhas;
  • Receitas adaptadas, como panquecas, tapiocas, bolos e smoothies.

Almoço e jantar

As refeições principais podem ser mantidas, apenas adaptando preparações que levem creme de leite. Exemplos:

  • Arroz integral e feijão;
  • Frango grelhado;
  • Salada de folhas com azeite;
  • Brócolis refogado;
  • Sopa de legumes;
  • Pães e saladas variadas.

Lanches

  • Frutas com castanhas;
  • Iogurte vegetal com granola;
  • Smoothie de frutas com bebida vegetal;
  • Pão integral com homus ou guacamole;
  • Biscoitos integrais ou cookies caseiros;
  • Barras de cereal sem lactose;
  • Tapioca com queijo sem lactose ou pasta de amendoim;
  • Mix de castanhas e frutas secas.

Lactose pode trazer benefícios?

Para quem não tem intolerância, sim. A lactose pode ajudar na digestão e absorção de cálcio. Cortá-la sem necessidade pode reduzir a produção de lactase e até gerar intolerância transitória. O ideal é restringir apenas quando houver sintomas, sempre com orientação médica ou nutricional.

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Fontes de cálcio além dos laticínios

  • Bebidas vegetais enriquecidas com cálcio (soja, aveia, coco, castanha);
  • Sementes de gergelim e tahine;
  • Verduras verde-escuras (couve, brócolis, espinafre);
  • Leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilha);
  • Oleaginosas (amêndoas, castanhas).

Dieta sem lactose emagrece?

Não há evidências de que retirar lactose por si só cause emagrecimento. A perda de peso pode ocorrer indiretamente, ao cortar alimentos calóricos que contêm lactose. Versões magras de laticínios, inclusive, podem ajudar na saciedade e na perda de peso dentro de uma dieta equilibrada.

Perguntas frequentes sobre intolerância à lactose

1. Quais os sintomas?

Dor abdominal, gases, inchaço, diarreia, náusea e mal-estar, geralmente entre 30 minutos e 2 horas após o consumo.

2. Como saber se tenho intolerância?

O diagnóstico é feito por avaliação médica, baseado nos sintomas. Existem testes específicos (teste de tolerância à lactose, teste genético), mas a confirmação depende da relação entre ingestão e sintomas.

3. Pode surgir em qualquer idade?

Sim. Costuma aparecer na adolescência ou vida adulta, mas também pode ser secundária a outras doenças. Em casos raros, existe a intolerância congênita, presente desde o nascimento.

4. Tem cura?

Não há cura definitiva. A forma secundária pode ser revertida quando a doença de base é tratada. Já a forma genética persiste, mas pode ser controlada com ajustes na dieta.

5. Quem tem intolerância pode comer chocolate?

O chocolate ao leite contém lactose. Já os meio amargos ou amargos têm menos e podem ser tolerados. Existem também chocolates sem lactose no mercado.

6. Posso tomar café com leite?

Sim, desde que seja usado leite sem lactose ou bebida vegetal. Algumas pessoas toleram pequenas quantidades de leite comum.

7. O que acontece se continuar consumindo lactose?

Pode haver sintomas como dor, gases e diarreia, mas não há lesões permanentes no intestino. O principal impacto é a queda na qualidade de vida.

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Escrito por Mariana Del Bosco

Sobre

Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário São Camilo, Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP, Especialista em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP, Especialista em Marketing pelo INSPER. Atua em consultório há 20 anos. Por 6 anos, esteve no ambulatório de obesidade infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. É professora da pós-graduação em Nutrição Clínica do Centro Universitário Senac e é fundadora da Ciência no Prato, uma empresa de consultoria técnico-científica em nutrição para a indústria de alimentos. ​É membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade) e do INDANA (international Network for Diet and Nutrition in Allergy).

Especialidades/Área de atuação

Nutrição - CRN-3 10874

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