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SINAIS & SINTOMAS

Infarto em mulheres: sintomas silenciosos para ficar atenta

Mulheres têm sintomas de infarto diferentes dos homens. Fadiga, náusea e falta de ar podem ser sinais. Saiba identificar e prevenir o infarto feminino

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 8 de ago. de 2025

Infarto em mulheres: sintomas silenciosos para ficar atenta

O infarto ainda é visto, no imaginário popular, como um problema masculino. Mas a realidade é bem diferente e preocupante. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres no mundo. E o mais grave é que o infarto nelas pode se manifestar de forma diferente, com sinais discretos que passam despercebidos e atrasam o socorro.

“O infarto em mulheres apresenta peculiaridades significativas que o diferenciam do infarto em homens, desde os sintomas até os impactos e desfechos”, explica a cardiologista Juliana Soares, do Hospital Albert Einstein. Entender essas diferenças é muito importante para agir rápido e salvar vidas.

Por que o infarto em mulheres é diferente?

Enquanto nos homens o sintoma mais típico é a dor intensa no peito irradiando para o braço esquerdo, nas mulheres os sinais podem ser mais discretos, e podem ser facilmente confundidos com ansiedade, indigestão ou cansaço.

“Uma das distinções mais marcantes entre o infarto em mulheres e homens reside na apresentação dos sintomas”, explica a cardiologista. Isso ajuda a entender por que tantas mulheres demoram a buscar atendimento.

Os 7 sintomas silenciosos do infarto feminino

Mesmo que não haja dor forte no peito, as mulheres precisam ficar atentas a outros sinais. Conheça os mais comuns:

  • Fadiga persistente;
  • Desconforto na região do tórax;
  • Falta de ar;
  • Náuseas e vômitos;
  • Tontura.

“Esses sintomas menos proeminentes e muitas vezes pouco valorizados podem levar a um atraso significativo no diagnóstico e tratamento”, reforça a médica.

Fatores de risco específicos para mulheres

Alguns riscos são compartilhados com os homens, como pressão alta, colesterol alto, obesidade e tabagismo, mas outros afetam mais as mulheres ou têm impacto diferente nelas.

  • Diabetes: essa doença aumenta o risco cardiovascular de forma mais intensa nas mulheres.
  • Estresse e depressão: mais comuns nas mulheres, essas condições estão ligadas a um risco maior de infarto.
  • Doenças autoimunes: o lúpus e a artrite reumatoide, por exemplo, são mais comuns em mulheres e podem aumentar o risco de infarto.
  • Complicações na gravidez: pré-eclâmpsia, eclâmpsia, diabetes gestacional e parto prematuro são fatores que aumentam o risco de doenças cardiovasculares em mulheres.
  • Menopausa: a queda nos níveis de estrogênio aumenta o risco cardiovascular.

Diferença no infarto em mulheres e homens

Nos homens, o infarto costuma ocorrer pelo rompimento de uma placa de gordura em uma grande artéria do coração, levando à formação de um coágulo.

“Já nas mulheres, é mais comum haver problemas nos pequenos vasos sanguíneos do coração ou mesmo um infarto causado por uma condição chamada dissecção espontânea da artéria coronária, um ‘rasgo’ na parede da artéria que, embora rara, é mais frequente em mulheres jovens e de meia-idade”, explica a cardiologista.

Por que o prognóstico pode ser pior nas mulheres?

A médica explica que quatro fatores principais contribuem para a gravidade do infarto nas mulheres:

  • Atraso no diagnóstico: devido aos sintomas atípicos, o diagnóstico pode demorar a acontecer.
  • Maior número de comorbidades: mulheres tendem a ser mais velhas e ter mais doenças associadas no momento do infarto, e isso pode complicar o tratamento e a recuperação.
  • Baixa adesão à reabilitação cardíaca: menos mulheres são encaminhadas e participam desses programas de reabilitação cardíaca, que são essenciais para a recuperação.
  • Padrão de vida pós-infarto: as mulheres podem enfrentar mais desafios em retomar suas atividades diárias ou profissionais por conta de sequelas físicas e emocionais do infarto.

Prevenção: o que você pode fazer

As mulheres precisam conhecer seus fatores de risco e manter um estilo de vida saudável. Isso inclui alimentação equilibrada, atividade física regular, controle do estresse e acompanhamento médico. E, sobretudo, não ignorar sinais incomuns que possam indicar problemas no coração.

“Aumentar a conscientização sobre os sintomas atípicos, a importância do diagnóstico precoce e a necessidade de uma abordagem personalizada no tratamento e prevenção é fundamental para mudar essa realidade”, conclui a cardiologista Juliana Soares.

Perguntas frequentes sobre infarto em mulheres

1. Quais são os sintomas mais comuns de infarto em mulheres?

Fadiga, falta de ar, desconforto no peito, náuseas, tontura são os principais sinais.

2. É verdade que mulheres têm menos dor no peito durante o infarto?

Sim. Muitas não apresentam a dor clássica, o que dificulta o reconhecimento imediato.

3. Mulheres jovens podem ter infarto?

Sim, especialmente em casos de dissecção espontânea da artéria coronária (o “rasgo” na artéria) ou fatores de risco como estresse, depressão, diabetes e doenças autoimunes.

4. O que devo fazer se sentir sintomas suspeitos?

Procure atendimento médico imediato ou acione o SAMU pelo número 192.

5. Menopausa aumenta o risco de infarto?

Sim. A queda no estrogênio após a menopausa está associada a maior risco de problemas no coração.

6. Quais fatores de risco são exclusivos das mulheres?

Complicações na gravidez e impacto hormonal da menopausa.

7. Como prevenir o infarto feminino?

Manter hábitos saudáveis, controlar doenças crônicas, fazer check-ups regulares e conhecer os sinais de alerta.

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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