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HPV: o que é, riscos e como a vacina pode proteger sua saúde 

Saiba o que é HPV, como a vacina protege contra câncer de colo de útero e por que é importante vacinar meninos e meninas

Dra. Fernanda Freire

Dra. Fernanda Freire

5min • 5 de ago. de 2025

HPV: o que é, riscos e como a vacina pode proteger sua saúde 

Você provavelmente já ouviu falar em HPV, mas talvez não saiba que esse vírus comum e silencioso está por trás de muitos casos de câncer. O HPV, por exemplo provoca câncer de colo de útero e, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres.

A boa notícia é que existe uma forma eficaz e segura de se proteger: a vacina contra o HPV. Apesar disso, dúvidas, mitos e desinformação ainda impedem que essa proteção chegue a todos.

Neste texto, com a ajuda da ginecologista Fernanda Caruso Fortunato Freire, você vai entender o que é o HPV, como se transmite, por que está ligado ao câncer e como a vacina contra HPV pode fazer toda a diferença.

O que é HPV e por que ele preocupa

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus sexualmente transmissível muito comum que atinge a pele e as mucosas. Mesmo com preservativo, existe o risco de transmissão, já que o vírus pode estar em áreas não cobertas.

“Estima-se que cerca de 600 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas, e que 80% da população sexualmente ativa entre em contato com o HPV em algum momento da vida”, explica Fernanda.

E o problema vai além das verrugas genitais causadas por ele. Alguns subtipos do vírus, especialmente os tipos 16 e 18, são responsáveis por mais de 70% dos casos de câncer do colo do útero no Brasil.

Tudo começa com lesões que, se não forem acompanhadas e tratadas precocemente por um médico, podem evoluir para câncer.

Sintomas do HPV

Na maioria dos casos, o HPV não provoca sintomas visíveis, mas quando aparecem, costumam ser os abaixo.

Em mulheres

  • Verrugas genitais na vulva, vagina, colo do útero ou ao redor do ânus;
  • Coceira ou desconforto na região íntima;
  • Lesões internas no colo do útero, que só são detectadas por exames como o Papanicolau.

Em homens

  • Verrugas no pênis, escroto, virilha ou ao redor do ânus;
  • Coceira ou irritação na área afetada;
  • Lesões internas na uretra ou ânus, geralmente assintomáticas.

Tanto em homens quanto em mulheres, o vírus pode estar presente mesmo sem sinais visíveis, por isso o acompanhamento médico e a vacina contra HPV são essenciais.

Como funciona a vacina contra HPV

A vacina contra HPV é feita com partículas semelhantes ao vírus, mas sem DNA, ou seja, ela não provoca infecção. “Essas partículas induzem o corpo a produzir anticorpos, que previnem a infecção pelo HPV e, consequentemente, o câncer”, explica Fernanda.

No SUS, está disponível a vacina quadrivalente, que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18. Já na rede privada, há também a versão nonavalente, com proteção contra mais subtipos (31, 33, 45, 52 e 58).

A vacina contra HPV é indicada para pessoas entre 9 e 45 anos, sendo mais eficaz se aplicada entre 9 e 14 anos, antes do início da vida sexual.

Qual a diferença entre a vacina do HPV do SUS e da rede particular?

A principal diferença está na quantidade de tipos do vírus HPV que cada vacina protege.

Vacina contra HPV no SUS

A vacina oferecida é a quadrivalente, que protege contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Os tipos 16 e 18 estão ligados à maioria dos casos de câncer de colo do útero, e os tipos 6 e 11 causam verrugas genitais.

A vacina contra HPV no SUS é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos e é aplicada em duas doses, com um intervalo de seis meses entre elas.

Vacina contra HPV na rede privada

Na rede privada, a vacina contra HPV é a nonavalente, que protege contra nove tipos do vírus. Além dos quatro cobertos pela vacina do SUS, ela também protege contra os tipos 31, 33, 45, 52 e 58. Isso oferece uma cobertura maior contra o câncer.

O esquema de aplicação muda conforme a idade:

  • De 9 a 14 anos: duas doses
  • A partir dos 15 anos: três doses

Tanto a vacina do SUS quanto a da rede privada são seguras e muito eficazes. A escolha depende da faixa etária, da orientação médica e da disponibilidade. O mais importante é se vacinar, pois essa é uma forma comprovada de prevenir o câncer de colo do útero, verrugas genitais e outros problemas causados pelo HPV.

Vacina contra HPV para meninos

Apesar da alta incidência de câncer de colo de útero causada pelo HPV, a vacina não é só para meninas. “Meninos devem ser vacinados sim!”, reforça a médica. A vacina contra HPV protege contra câncer de pênis, ânus, orofaringe e também contra verrugas genitais.

Além da proteção individual, a vacina contra HPV em meninos ajuda a reduzir a circulação do vírus na população geral.

Quantas doses de vacina contra HPV são necessárias?

O esquema vacinal varia conforme a idade e a saúde da pessoa. Crianças e adolescentes de 9 a 14 anos geralmente tomam duas doses. Acima dessa faixa ou em casos especiais, podem ser indicadas três doses.

Vacina contra HPV não substitui o Papanicolau

Mesmo quem está vacinado deve fazer o exame preventivo. “A vacina não cobre todos os tipos de HPV, então é importante manter o rastreamento regular”, alerta Fernanda.

Já tive HPV, e agora?

Se você já teve lesões por HPV, ainda pode se vacinar. “A vacina ajuda a reduzir o risco de recidivas e a prevenir outros tipos do vírus”, diz a ginecologista.

Vacina contra HPV é segura?

A vacina contra HPV é muito segura. Os efeitos colaterais mais comuns são leves, como dor no braço. Ela não causa infecção, não contém vírus vivo e não interfere na fertilidade.

Fernanda ainda esclarece um mito comum: “Vacinar crianças não estimula a vida sexual precoce. Pelo contrário, é uma proteção antecipada para quando essa fase chegar”.

Por que a cobertura da vacina contra HPV ainda é baixa?

Apesar da oferta gratuita da vacina contra HPV no SUS, muitas pessoas não se vacinam. Para a médica, isso acontece por causa de fake news, mitos e desinformação.

“Precisamos de mais educação em saúde e educação digital, para que as pessoas saibam avaliar o que leem nas redes sociais”, afirma.

Vacinar é um ato de proteção individual e coletiva, e quanto mais cedo, melhor.

Perguntas frequentes sobre vacina contra HPV

1. A vacina contra HPV é segura?

Sim. Ela é muito segura e tem poucos efeitos colaterais, como dor leve no braço. Não contém vírus vivo e não afeta a fertilidade.

2. Qual a idade ideal para tomar a vacina contra o HPV?

O ideal é entre 9 e 14 anos, antes da primeira relação sexual. Mas adultos até 45 anos também podem se vacinar.

3. Homens também devem se vacinar?

Com certeza. A vacina protege meninos contra cânceres de pênis, ânus e garganta, além de verrugas genitais.

4. Quem já teve HPV pode se vacinar?

Sim. Mesmo após o contato com o vírus, a vacina pode ajudar a evitar outros subtipos e reduzir o risco de recidivas.

5. Onde posso tomar a vacina contra HPV de graça?

Ela está disponível gratuitamente no SUS para as idades indicadas. Basta procurar um posto de saúde da sua cidade.

6. Como fazer prevenção do câncer de colo de útero?

A melhor forma de prevenção do câncer de colo do útero é visitar o médico com regularidade para fazer exames de rotina, além de tomar a vacina contra o HPV. Esses cuidados ajudam a detectar alterações ainda no início e a evitar infecções pelo vírus que causa a maioria dos casos da doença.

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Foto de Dra. Fernanda Freire

Escrito por Dra. Fernanda Freire

Especialidades/Área de atuação

Uroginecologista, ginecologista e obstetra - 133.823/SP

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