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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Hirsutismo: saiba mais sobre a condição que causa excesso de pelos em mulheres

O crescimento de pelos grossos e escuros em mulheres pode causar incômodo, mas tem explicação e tratamento. Veja quando é sinal de desequilíbrio hormonal

Dra. Isabella Segura

Dra. Isabella Segura

5min • 11 de out. de 2025

Mulher com hirsutismo apresenta pelos na região do queixo

Encontrar pelos escuros no queixo, abdômen ou peito pode ser motivo de preocupação, especialmente quando eles aparecem em locais típicos de crescimento masculino. Esse quadro tem nome: hirsutismo.

Embora muitas pessoas o associem apenas à estética, o hirsutismo é, na verdade, um sinal clínico que pode indicar alterações hormonais nas mulheres e merece avaliação médica. Entenda o que está por trás do problema, como é feito o diagnóstico e quais são os meios de fazer o tratamento.

O que é hirsutismo

O hirsutismo é o crescimento de pelos grossos e escuros (pelos terminais) em mulheres, em áreas onde normalmente os homens têm pelos, como:

  • Face;
  • Tórax;
  • Linha do abdômen;
  • Costas e região lombar;
  • Glúteos;
  • Parte interna das coxas;
  • Região genital externa.

É diferente da hipertricose, em que o aumento de pelos ocorre de forma difusa e sem seguir o padrão masculino.

Por que o hirsutismo acontece

O hirsutismo está ligado à ação de hormônios androgênios (como a testosterona), que estimulam o folículo piloso e transformam o pelo fino e claro (velo) em um pelo grosso, escuro e longo.

Essa resposta varia de pessoa para pessoa e depende de dois fatores:

  • Quantidade de androgênios circulantes no corpo;
  • Sensibilidade dos folículos a esses hormônios.

Por isso, mulheres diferentes podem ter graus distintos de hirsutismo mesmo com níveis hormonais parecidos.

Além disso, fatores étnicos influenciam: mulheres de ascendência mediterrânea, por exemplo, tendem a ter maior predisposição.

O hirsutismo é uma doença?

Não necessariamente. O hirsutismo não é uma doença, mas sim um sinal clínico que pode aparecer isoladamente ou estar relacionado a diferentes condições.

As principais causas são:

  • Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): é a causa mais comum, associada a alterações hormonais, ovulação irregular e resistência à insulina;
  • Hiperandrogenismo idiopático: leve excesso de hormônios androgênios mesmo com ciclos menstruais normais;
  • Hirsutismo idiopático: sem alteração hormonal, mas com folículos mais sensíveis;
  • Hipotireoidismo: pode aumentar a disponibilidade de testosterona no corpo;
  • Hiperplasia adrenal congênita (forma não clássica): alteração genética que interfere na produção hormonal;
  • Síndrome de Cushing ou tumores produtores de androgênios (ovarianos ou adrenais): causas raras, mas importantes;
  • Medicamentos: como esteroides anabolizantes, anticonvulsivantes, corticoides, antidepressivos e alguns antipsicóticos.

Diagnóstico de hirsutismo

O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada e exame físico. Um dos métodos mais usados é a escala de Ferriman-Gallwey, que atribui pontuações de 0 a 4 para o crescimento de pelos em nove áreas do corpo.

O médico também pode solicitar:

  • Exames hormonais (como testosterona e outros androgênios);
  • Exames de imagem, para investigar ovários e glândulas adrenais;
  • Avaliação da função da tireoide.

Esses exames ajudam a descobrir se o hirsutismo é isolado ou faz parte de uma condição hormonal.

Leia também: Endometriose: o que é, principais sintomas e tratamentos

Tratamento do hirsutismo

O tratamento depende da causa identificada e pode envolver:

1. Tratamento da causa de base

Quando há uma condição associada — como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ou hipotireoidismo —, o tratamento adequado ajuda a controlar o excesso de pelos.

2. Medidas cosméticas

Métodos como depilação com lâmina, cera ou cremes depilatórios são opções simples. Já técnicas mais duradouras, como laser e luz pulsada, podem oferecer resultados mais permanentes.

3. Tratamento com remédios

Em alguns casos, o médico pode indicar remédios que reduzem a produção ou a ação dos hormônios androgênios. Esses tratamentos exigem acompanhamento médico e podem levar meses para apresentar resultados visíveis.

O acompanhamento deve ser feito com dermatologista ou ginecologista, que definirão a melhor estratégia de acordo com o quadro de cada paciente.

Perguntas frequentes sobre hirsutismo

1. Hirsutismo é o mesmo que ter muitos pelos?

Não. O hirsutismo é o crescimento de pelos grossos e escuros em áreas típicas masculinas. Já a hipertricose é o aumento difuso de pelos em qualquer parte do corpo.

2. O excesso de pelos sempre indica doença?

Nem sempre. Pode ser apenas uma característica genética, mas deve ser avaliado para descartar alterações hormonais.

3. Laser e luz pulsada eliminam o problema?

Essas técnicas reduzem o crescimento dos pelos, mas, se a causa for hormonal, o tratamento precisa ser combinado com acompanhamento médico.

4. O hirsutismo tem cura?

Depende da causa. Quando está ligado a fatores hormonais controláveis, como SOP, o quadro pode melhorar bastante com tratamento.

5. Pílula anticoncepcional ajuda?

Alguns anticoncepcionais podem reduzir os níveis de androgênios e, portanto, ajudar no controle dos pelos. Mas o uso deve ser prescrito por um médico.

6. É possível tratar em casa?

Não. Embora medidas cosméticas ajudem no controle estético, o diagnóstico e o tratamento das causas exigem acompanhamento profissional.

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Escrito por Dra. Isabella Segura

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