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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Hepatite A: o que é, como se transmite e como prevenir 

Uma explicação clara sobre sintomas, transmissão e cuidados essenciais

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 29 de nov. de 2025

Mulher lava enxágua frutas lavadas com água sanitária para evitar contrair hepatite A.

A hepatite A é transmitida principalmente pela via fecal-oral, ou seja, quando o vírus presente nas fezes de uma pessoa infectada entra em contato com a boca de outra | Foto: Freepik

A hepatite A é uma infecção causada pelo vírus HAV, também chamado de hepatite infecciosa. A doença afeta principalmente o fígado e, na maioria dos casos, tem curso leve e com recuperação completa, especialmente em crianças.

Em adultos e idosos, porém, os sintomas podem ser mais intensos e, raramente, causar complicações graves, especialmente em pessoas que já têm doenças hepáticas.

Por ser altamente transmissível e bastante presente em regiões com saneamento inadequado, entender como a infecção acontece e como preveni-la é importante para proteger a saúde individual e coletiva.

Como acontece a transmissão

A hepatite A é transmitida principalmente pela via fecal-oral, ou seja, quando o vírus presente nas fezes de uma pessoa infectada entra em contato com a boca de outra. Isso pode ocorrer por:

  • Água ou alimentos contaminados;
  • Má higiene das mãos;
  • Falta de saneamento básico;
  • Contato direto entre pessoas (casas, creches, escolas, instituições);
  • Práticas sexuais com contato oral-anal ou uso de acessórios contaminados.

A transmissão por sangue é rara, pois o vírus prefere o trato digestivo. O vírus HAV é muito resistente no ambiente e pode sobreviver por longos períodos fora do corpo.

Outro ponto importante: crianças podem eliminar o vírus nas fezes por até 5 meses, mesmo após estarem recuperadas.

Sinais e sintomas

Muitas pessoas, sobretudo crianças, não apresentam sintomas. Quando surgem, geralmente entre 15 e 50 dias após o contágio, eles incluem:

  • Cansaço e mal-estar;
  • Febre baixa;
  • Dores musculares;
  • Enjoo, vômitos e dor abdominal;
  • Prisão de ventre ou diarreia.

Sinais característicos

  • Urina escura, muitas vezes o primeiro sinal visível;
  • Icterícia, quando pele e olhos ficam amarelados.

Gravidade por faixa etária

  • Crianças menores de 6 anos: quadros leves e assintomáticos.
  • Adultos e idosos: maior chance de sintomas intensos.
  • Casos raros: hepatite fulminante (falência do fígado).

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por exame de sangue, que identifica anticorpos específicos:

Exames de sangue (marcadores sorológicos)

  • Anti-HAV IgM: indica infecção recente ou atual.
  • Anti-HAV IgG: indica proteção; aparece após a infecção ou após vacina.

Quem já teve hepatite A ou já foi vacinado não pega a doença novamente, pois adquire imunidade duradoura.

Tratamento

Não existe tratamento antiviral específico para hepatite A. A recuperação ocorre naturalmente, e o manejo é baseado em cuidados gerais:

  • Repouso adequado;
  • Alimentação equilibrada;
  • Hidratação abundante;
  • Evitar automedicação, especialmente analgésicos e remédios que sobrecarregam o fígado.

Casos graves com sinais de insuficiência hepática podem exigir internação.

Como prevenir

A prevenção da hepatite A está diretamente ligada à higiene e ao saneamento.

Cuidados diários essenciais

  • Lavar as mãos após usar o banheiro e antes de preparar ou consumir alimentos;
  • Higienizar frutas, verduras e legumes com água corrente e solução de água sanitária (10 ml por litro);
  • Cozinhar bem carnes, peixes, frutos do mar e mariscos;
  • Lavar mamadeiras, utensílios e louças com atenção;
  • Evitar contato com água de enchentes, valas e locais próximos a esgoto;
  • Evitar fossas próximas a poços ou nascentes;
  • Usar preservativo e higienizar mãos, genitália e região anal antes e depois do sexo.

Vacina: a principal forma de proteção

A vacina contra hepatite A é segura, eficaz e altamente recomendada. Ela faz parte do calendário nacional de vacinação.

Esquema vacinal

  • Crianças: 1 dose aos 15 meses (pode ser aplicada dos 12 meses a 4 anos e 11 meses).
  • Grupos especiais: pessoas com doenças hepáticas, HIV, imunossupressão, uso de PrEP, fibrose cística, trissomias, coagulopatias e outras condições podem receber 2 doses com intervalo mínimo de 6 meses, nos CRIE.

Prognóstico

A hepatite A costuma ter evolução benigna e não se torna crônica. A maioria das pessoas se recupera totalmente.

Complicações graves, embora raras, são mais frequentes em:

  • Adultos;
  • Idosos;
  • Pessoas com doenças no fígado.

Leia também: Exames no pré-natal: entenda quais são e quando fazer

Perguntas frequentes sobre Hepatite A

1. A hepatite A pode virar hepatite crônica?

Não. Diferente das hepatites B e C, ela não se torna crônica.

2. Quem já teve hepatite A pode pegar de novo?

Não. A pessoa adquire imunidade permanente.

3. Hepatite A pega pelo ar?

Não. A transmissão é fecal-oral.

4. Posso pegar hepatite A em um restaurante?

Sim, se alimentos forem manipulados sem higiene adequada.

5. Crianças podem ter hepatite A grave?

É raro. Normalmente, apresentam sintomas leves ou nenhum.

6. A vacina é realmente eficaz?

Sim. É a forma mais segura e efetiva de prevenção.

7. Quanto tempo o vírus fica no corpo?

A eliminação total costuma ocorrer em semanas, mas a recuperação clínica pode levar meses.

Veja mais: Hepatite B: o que é, como pega e como se proteger

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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