PREVENÇÃO & LONGEVIDADE
5 hábitos diários que ajudam a prevenir doenças urológicas
Pequenas atitudes diárias ajudam a reduzir o risco de problemas que afetam o trato urinário e os órgãos reprodutores
Dr. Willy Baccaglini
5min • 27 de out. de 2025

Vale cuidar da saúde urológica todos os dias, e não só quando algum sintoma aparece
As doenças urológicas são condições que afetam o sistema urinário — que inclui rins, bexiga e uretra — e também os órgãos reprodutores masculinos, como próstata, testículos e pênis. Elas podem surgir em qualquer fase da vida e ter diversas causas, desde infecções simples até cálculos renais ou alterações hormonais.
Por isso, prevenir doenças urológicas é algo que deve ser feito todos os dias, e não apenas quando aparecem sintomas como dor ou desconforto. A seguir, confira os principais hábitos que ajudam a manter o sistema gênito-urinário em equilíbrio — recomendações válidas para qualquer idade.
Beber a quantidade adequada de água (todos os dias!)
A hidratação adequada é fundamental para a filtragem do sangue, a eliminação de toxinas e a prevenção de cálculos renais e infecções urinárias. Quando o corpo recebe a quantidade certa de líquidos, o sistema urinário funciona de forma limpa e constante, evitando sobrecarga nos rins.
Para calcular a quantidade ideal de água por dia, multiplique o peso corporal por 0,03. Uma pessoa com 70 kg, por exemplo, deve ingerir cerca de 2,1 litros de líquidos diariamente.
Vale lembrar que essa é apenas uma estimativa, e as necessidades podem variar conforme idade, clima e nível de atividade física. Nenhuma bebida substitui a água — sucos, refrigerantes e energéticos podem, na verdade, prejudicar a função renal, principalmente quando contêm açúcar, cafeína ou gás.
Praticar atividades físicas
Uma rotina regular de exercícios físicos melhora a circulação, regula hormônios e ajuda a controlar o peso — fatores que reduzem o risco de doenças nos rins e na bexiga. Além disso, movimentar o corpo aumenta a disposição e melhora o humor, impactando positivamente o funcionamento geral do organismo.
Segundo o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, os adultos devem realizar, no mínimo:
- 150 minutos semanais de atividade moderada (como caminhada rápida, dança leve, ciclismo tranquilo ou hidroginástica);
- ou 75 minutos semanais de atividade vigorosa (como corrida, natação, musculação intensa ou esportes competitivos);
- também é possível combinar ambas para atingir o total recomendado.
“Vale destacar que o cultivo de massa magra (por meio de musculação, pilates, HIIT, entre outros) é importante para o envelhecimento saudável, principalmente a partir dos 40 anos, quando há tendência à perda de massa muscular”, explica o urologista Willy Baccaglini.
Ter uma alimentação saudável
Uma dieta equilibrada é essencial para prevenir doenças urológicas e também tratá-las. Comer bem ajuda a controlar a pressão arterial, o colesterol e o peso corporal — fatores diretamente ligados à função renal.
O ideal é priorizar alimentos in natura e nutritivos: frutas, verduras, legumes, grãos integrais, castanhas e peixes. As proteínas magras (como frango e peixes ricos em ômega-3) auxiliam na reconstrução celular e na redução da inflamação. O azeite de oliva e sementes como chia e linhaça fornecem gorduras boas para o corpo.
Por outro lado, evite ultraprocessados, embutidos e refrigerantes, ricos em sódio e aditivos químicos que sobrecarregam os rins. O álcool em excesso também deve ser evitado, pois causa inflamação e reduz a capacidade de recuperação física, segundo Baccaglini.
Café pode prejudicar a saúde neurológica?
Sim, se consumido em excesso. O médico explica que a cafeína em grandes quantidades pode prejudicar o sono e elevar os níveis de hormônios do estresse. Esse desequilíbrio afeta o funcionamento da testosterona, aumenta o risco cardiovascular e interfere em outras funções do corpo.
A recomendação é limitar o consumo a duas ou três xícaras pequenas por dia e evitar café, energéticos e chás estimulantes à noite, para não prejudicar o descanso.
Dormir bem
Durante o sono profundo, o corpo regula hormônios, elimina resíduos metabólicos, fortalece o sistema imunológico e restaura a energia gasta ao longo do dia. Quando o descanso é insuficiente, os níveis de cortisol (hormônio do estresse) aumentam, afetando diretamente o equilíbrio hormonal e metabólico.
Esse desequilíbrio pode prejudicar a função renal, alterar o metabolismo da glicose e elevar a pressão arterial, favorecendo o desenvolvimento de doenças urológicas, cardiovasculares e metabólicas.
O ideal é dormir de sete a oito horas por noite, com uma rotina relaxante: evitar telas antes de dormir, reduzir a iluminação e manter horários fixos para deitar e acordar.
Cuidar da saúde mental
A saúde mental está diretamente ligada à saúde física — e isso inclui o sistema urinário. O estresse desregula os hormônios, afeta o sono e pode causar inflamações. Pessoas com ansiedade ou depressão tendem a beber pouca água, se alimentar mal ou exagerar no álcool, hábitos que sobrecarregam rins e bexiga.
Por isso, é importante incluir no dia a dia práticas que reduzam a tensão: terapia, meditação, lazer, contato com amigos e pausas regulares durante o trabalho ajudam a equilibrar o sistema nervoso e reduzir o impacto do estresse.
Quando procurar um urologista para prevenir doenças urológicas?
O acompanhamento com um urologista deve ser preventivo, e não apenas em situações de sintomas. Homens a partir dos 40 anos devem realizar exames regulares da próstata, mesmo sem histórico familiar de doenças. Mulheres também podem e devem consultar o urologista, especialmente em casos de infecções urinárias recorrentes.
Sinais de alerta que exigem avaliação médica:
- Dores nas costas ou no abdômen que não passam;
- Urina com cheiro forte, sangue ou cor muito escura;
- Dificuldade ou dor para urinar;
- Vontade de urinar com muita frequência;
- Diminuição do jato urinário (em homens).
As consultas preventivas e os exames de rotina permitem detectar alterações precocemente e evitar complicações mais graves.
Leia mais: Exames de rotina para homens: como cuidar da saúde urológica?
Perguntas frequentes sobre como prevenir doenças urológicas
1. O que realmente causa infecção urinária?
A infecção urinária ocorre pela entrada de bactérias — geralmente a Escherichia coli — no trato urinário. Em mulheres, é mais comum devido à uretra mais curta, que facilita o acesso dos micro-organismos. Fatores como baixa ingestão de água, segurar o xixi e uso de roupas apertadas também favorecem o problema.
Nos homens, a causa mais frequente é o aumento da próstata, que impede o esvaziamento completo da bexiga. O ideal é beber bastante água, não prender a urina e manter bons hábitos de higiene.
2. Como saber se estou com pedra nos rins?
As pedras nos rins se formam pelo acúmulo de sais minerais e cristais que o corpo não consegue eliminar. O primeiro sintoma costuma ser uma dor intensa na lombar ou no abdômen, que pode irradiar para a virilha. Também são comuns urina com sangue, náusea e vontade constante de urinar.
Beber pouca água e consumir muito sal e proteína animal são fatores de risco. O diagnóstico é feito com exames de imagem, e o tratamento depende do tamanho da pedra — podendo variar de hidratação intensiva até procedimentos para fragmentá-la.
3. Urinar com frequência é normal ou sinal de problema?
Depende. Urinar de 6 a 8 vezes por dia é normal para quem se hidrata bem. No entanto, se a frequência é muito maior e vier acompanhada de dor, ardência ou sensação de bexiga cheia, pode indicar infecção urinária, bexiga hiperativa ou até diabetes. Em homens, também pode estar relacionado a problemas na próstata.
4. Qual a diferença entre o urologista e o nefrologista?
O urologista cuida do trato urinário (rins, bexiga, uretra) e dos órgãos reprodutores masculinos, como testículos e próstata. Já o nefrologista trata as doenças que afetam a função dos rins, como insuficiência renal e hipertensão.
Em resumo: o urologista atua na parte anatômica e cirúrgica, enquanto o nefrologista cuida da parte clínica e funcional.
5. Existe relação entre pressão alta e doenças renais?
Sim. A hipertensão arterial é uma das principais causas de insuficiência renal. A pressão alta danifica os vasos dos rins, reduzindo sua capacidade de filtrar o sangue, o que leva ao acúmulo de toxinas e líquidos no corpo.
Por isso, manter a pressão sob controle — com alimentação equilibrada, baixo consumo de sal e prática regular de exercícios — é essencial para proteger os rins e prevenir doenças renais.

