PREVENÇÃO & LONGEVIDADE
Exames urológicos após os 40 anos: quais o homem deve fazer?
O check-up urológico permite identificar sinais de alterações prostáticas e até doenças que podem evoluir sem sinais
Dr. Willy Baccaglini
5min • 24 de out. de 2025

A partir dos 40, o corpo começa a apresentar mudanças hormonais e metabólicas que exigem mais atenção, o que torna o check-up urológico importante
Com o passar dos anos, o corpo do homem passa por transformações que impactam diretamente a saúde urológica e sexual. A produção de testosterona diminui, o metabolismo desacelera e o risco de doenças, como câncer de próstata e distúrbios urinários, aumenta consideravelmente.
Por isso, a partir dos 40 anos, o acompanhamento anual com o urologista torna-se essencial. Essa rotina ajuda a identificar precocemente alterações na próstata, desequilíbrios hormonais e até doenças silenciosas que evoluem sem sintomas. Quanto antes forem detectadas, maiores são as chances de tratamento simples e eficaz.
Mas afinal, quais exames são indicados? Conversamos com o urologista Willy Baccaglini para esclarecer as principais dúvidas.
Quais exames urológicos são indispensáveis após os 40 anos?
Entre os 40 e 50 anos, o corpo passa por mudanças hormonais e metabólicas importantes. Por isso, o check-up urológico é fundamental para detectar alterações precocemente. Segundo Willy Baccaglini, os principais exames incluem:
PSA total (Antígeno Prostático Específico)
O PSA é um exame de sangue que mede a quantidade dessa proteína produzida pela próstata. Ele ajuda a avaliar a função da glândula e detectar precocemente alterações, como inflamações, hiperplasia benigna ou até câncer de próstata.
Apesar de ser o exame mais conhecido, Willy destaca que ele não precisa ser feito anualmente em todos os casos. A frequência deve ser definida pelo urologista com base no histórico familiar e perfil de risco do paciente.
Exame de urina simples
O exame de urina detecta infecções, inflamações e presença de sangue, proteínas ou cristais — alterações que podem indicar doenças nos rins, bexiga ou próstata. Ele é fundamental para avaliar o trato urinário e identificar problemas silenciosos.
Ultrassonografia de próstata
A ultrassonografia permite visualizar a próstata e identificar aumento, cistos ou calcificações. Pode ser feita de duas formas:
- Abdominal: com o transdutor sobre o abdômen;
- Transretal: oferece imagens mais detalhadas e é indicada quando há suspeitas específicas.
O exame é indicado especialmente quando há alterações no PSA ou sintomas urinários, como jato fraco, urgência para urinar ou sensação de bexiga cheia.
Quando o exame de toque retal é necessário?
O toque retal é solicitado quando há suspeita de alterações na próstata, como inflamação ou aumento. Costuma ser indicado se o paciente apresenta sintomas urinários ou dor na região pélvica.
Para rastreamento do câncer de próstata, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomenda que a decisão sobre o exame seja tomada em conjunto entre médico e paciente, após discutir riscos e benefícios. Normalmente, é realizado junto com o PSA.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) reforça que homens negros ou com histórico familiar da doença devem começar o acompanhamento aos 45 anos, com frequência ajustada conforme orientação médica.
Com que frequência os exames urológicos devem ser repetidos?
A recomendação geral é que o homem faça uma avaliação anual com o urologista. No entanto, Willy explica que a periodicidade pode variar: em casos sem fatores de risco e exames normais, o intervalo pode ser um pouco maior, conforme avaliação médica.
Como o histórico familiar influencia o check-up urológico?
O histórico familiar pode antecipar o início dos exames, especialmente para câncer de próstata. Em alguns casos, o médico pode recomendar exames genéticos. Essas decisões devem ser discutidas com o urologista e, se necessário, com um geneticista.
O que muda na prevenção de doenças urológicas depois dos 40?
A partir dos 40 ou 50 anos, funções como urinar, manter ereções e equilibrar os hormônios exigem mais atenção. O check-up urológico nessa fase permite detectar precocemente:
- Câncer de próstata;
- Hiperplasia prostática benigna;
- Infecções urinárias;
- Distúrbios sexuais e hormonais.
Além disso, a consulta é uma oportunidade para conversar sobre libido, desempenho sexual e impacto do estresse na vida do homem.
Qual é a relação entre saúde sexual e saúde urológica?
A saúde sexual masculina reflete a saúde urológica e cardiovascular. A partir dos 40 anos, alterações no desempenho sexual podem ser sinais precoces de doenças como hipertensão, diabetes ou baixos níveis de testosterona.
“Questões situacionais também interferem na função sexual masculina, como estresse físico ou emocional e distúrbios do sono, que elevam os hormônios de estresse e impactam a testosterona”, explica Willy.
Doenças crônicas e uso prolongado de medicamentos (antidepressivos, anti-hipertensivos, entre outros) também afetam a libido. O urologista pode indicar tratamento hormonal, medicamentos ou apoio psicológico, conforme a causa.
Quais hábitos ajudam a manter a saúde urológica após os 40?
Além das consultas anuais, adotar bons hábitos é essencial para prevenir doenças e garantir envelhecimento saudável:
- Alimentação equilibrada: consuma frutas, verduras, legumes e grãos integrais; evite excesso de sal, álcool e ultraprocessados;
- Hidratação constante: beba água ao longo do dia para proteger os rins e reduzir o risco de infecções e cálculos;
- Atividade física regular: fortalece o coração, melhora a circulação e reduz o risco de disfunção erétil;
- Evite cigarro e modere no álcool: ambos prejudicam a oxigenação do sangue e afetam a função sexual;
- Durma bem: o sono regula hormônios e mantém bons níveis de testosterona;
- Controle o estresse: técnicas de relaxamento e lazer ajudam a equilibrar o corpo e a mente.
Confira: Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais
Perguntas frequentes sobre exames urológicos
1. Com que idade o homem deve começar o check-up urológico?
Homens devem procurar o urologista a partir dos 50 anos, mesmo sem sintomas. No entanto, quem tem histórico familiar de câncer de próstata ou é negro deve iniciar o acompanhamento aos 45 anos.
2. O exame de PSA substitui o toque retal?
Não. PSA e toque retal são exames complementares. O PSA mede níveis da proteína no sangue, enquanto o toque avalia alterações físicas na próstata. Alguns tumores não alteram o PSA, o que torna o toque essencial.
3. Como o exame de toque é feito?
O médico introduz o dedo indicador, com luva e lubrificante, no reto do paciente para palpar a próstata. O procedimento dura menos de 10 segundos, é seguro e indolor, feito de forma técnica e ética.
4. É possível detectar doenças de rins e bexiga no check-up urológico?
Sim, indiretamente. Embora não existam exames de rotina específicos para rins e bexiga, testes como urina e ultrassonografia podem revelar alterações que indiquem doenças nessas estruturas.
5. Quais sintomas indicam problemas na próstata?
- Dificuldade para urinar;
- Jato urinário fraco;
- Vontade frequente de urinar, principalmente à noite;
- Ardência ou dor ao urinar;
- Sangue na urina ou no sêmen;
- Dor na parte baixa do abdômen ou nas costas.
Esses sintomas não indicam necessariamente câncer, mas merecem avaliação médica.
6. O que fazer se o PSA estiver alto?
Um PSA elevado não indica automaticamente câncer. O médico pode repetir o exame e solicitar outros testes para investigar a causa. Infecções, inflamações e o próprio envelhecimento podem alterar o resultado.
7. É verdade que o câncer de próstata não apresenta sintomas no início?
Sim. A doença costuma ser silenciosa nas fases iniciais. O rastreamento preventivo permite diagnóstico precoce, quando as chances de cura superam 90%.
Leia mais: Sintomas de próstata aumentada que não devem ser ignorados e quando procurar um urologista

