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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais 

O recomendado é iniciar check-up anual aos 30 anos, mas alguns cânceres, como mama e próstata, têm protocolos de rastreamento específicos

Dr. Thiago Chadid

Dr. Thiago Chadid

5min • 17 de set. de 2025

Mulher conversando com uma enfermeira antes de exames de rotina para prevenir câncer em clínica de diagnóstico por imagem.

Você está com seus exames de rotina em dia? Além de fundamentais para monitorar a saúde, eles ajudam a identificar precocemente condições graves — como o câncer, uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo.

Quando descoberto no início, as chances de sucesso do tratamento aumentam, os efeitos colaterais tendem a ser menores e, muitas vezes, é possível evitar procedimentos mais agressivos.

Ao longo da vida, recomenda-se adotar o hábito de realizar exames de rastreamento com regularidade — que variam conforme idade, histórico familiar e fatores de risco individuais. A seguir, reunimos orientações essenciais com base em recomendações de especialistas.

O que são exames de rotina para prevenir câncer?

São avaliações médicas periódicas (sangue, análises clínicas e/ou imagem) realizadas mesmo em pessoas sem sintomas. Eles detectam alterações suspeitas no início, quando o tumor ainda está em fase inicial — ou até antes de surgir.

De acordo com o Ministério da Saúde e o INCA, a detecção precoce ocorre de duas formas:

  • Rastreamento: para pessoas aparentemente saudáveis dentro de um grupo de risco/idade (ex.: mamografia; Papanicolau).
  • Diagnóstico precoce: investigação rápida diante de sinais de alerta (sangramentos, nódulos, dores persistentes) para aumentar a chance de cura e reduzir tratamentos agressivos.

Quais exames de rotina para prevenir câncer são necessários?

Há protocolos bem estabelecidos para mama, próstata, colorretal, colo do útero e, em situações específicas, pulmão. Um check-up anual a partir dos 30 anos (consulta clínica + exames básicos) é uma boa referência. Mediante sintomas ou riscos adicionais, o médico pode solicitar exames complementares.

Exames de rotina para prevenir câncer de mama

Segundo o INCA, é o câncer mais comum entre mulheres (excluindo pele não melanoma).

  • Ministério da Saúde: mulheres de 50 a 69 anos — mamografia a cada 2 anos.
  • Sociedades internacionais: iniciar aos 40 anos, anualmente, até ~75 anos.
  • Após os 75 anos: individualizar (saúde geral e expectativa de vida).
  • História familiar: começar 10 anos antes da idade do diagnóstico do parente mais jovem (mãe/pai/irmãos).

Homens também podem ter câncer de mama (raro). Nódulos, secreção sanguinolenta ou alterações na pele da mama exigem avaliação.

Exames de rotina para prevenir câncer de próstata

Exames mais utilizados: PSA (sangue) e toque retal.

  • Sem histórico familiar: iniciar aos 50 anos; repetir anualmente.
  • Com parente de 1º grau ou homens negros: iniciar aos 45 anos.
  • Regra dos “10 anos antes”: antecipe conforme a idade do parente diagnosticado.

Importante: Ministério da Saúde e OMS não recomendam rastreamento universal de assintomáticos devido a possíveis falsos-positivos, procedimentos desnecessários e sobrediagnóstico. Decisão deve ser individualizada após discutir riscos e benefícios com o médico.

Exames de rotina para prevenir câncer colorretal

Geralmente se origina de pólipos no intestino grosso/reto. O exame de referência é a colonoscopia.

  • Início: aos 45 anos na população geral.
  • História familiar: 10 anos antes da idade do parente mais jovem diagnosticado.

Periodicidade (pode variar):

  • Condições normais: a cada 3 anos.
  • Duas colonoscopias consecutivas negativas: estender para 5–10 anos.
  • Achado de pólipos/adenomas: repetir em 1 ano.

Exames de rotina para prevenir câncer do colo do útero

Fortemente associado ao HPV. Prevenção: vacinação + Papanicolau.

  • Início: aos 25 anos (se já iniciou vida sexual) até 64 anos.
  • Periodicidade: anual; após dois exames normais consecutivos, a cada 3 anos.
  • HIV/imunossuprimidas: manter coleta anual.
  • Após histerectomia total por causas não neoplásicas: pode suspender (avaliar com o médico).

Leia também: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

Exames de rotina para prevenir câncer de pulmão

Rastreamento indicado apenas para alto risco com tomografia de tórax de baixa dose.

  • Critério principal: ≥ 30 maços/ano.
  • Critério adicional: ≥ 20 maços/ano + fator de risco (DPOC, história familiar, exposição ocupacional relevante).

Outras recomendações

Câncer de pele não melanoma

Mais comum no Brasil (~30% dos tumores). Faça autoexame periódico e observe a regra ABCDE:

  • Assimetria;
  • Bordas irregulares;
  • Cor variável;
  • Diâmetro > 6 mm;
  • Evolução (mudanças ao longo do tempo).

Pele clara, história familiar e queimaduras solares na infância elevam o risco. Alterações exigem avaliação dermatológica.

Câncer de boca

Detectável em consultas médicas/odontológicas. Sinais: feridas que não cicatrizam, manchas esbranquiçadas/avermelhadas, sangramentos, dor persistente.

Fatores de risco: tabagismo, álcool e HPV. Consultas regulares ao dentista e abandono do fumo/álcool são estratégias-chave de prevenção.

Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer?

  • Idade: risco aumenta com o envelhecimento.
  • Genética/hereditariedade: mutações (ex.: BRCA1/BRCA2) e histórico familiar.
  • Tabagismo: principal fator para pulmão; eleva risco de vários outros.
  • Alimentação inadequada: carnes processadas/vermelhas ↑ risco colorretal; baixa ingestão de frutas/verduras ↓ proteção.
  • Sobrepeso/obesidade: associados a maior risco (inflamação crônica, alterações hormonais).
  • Álcool: consumo elevado ↑ risco (boca, fígado, cólon, entre outros).
  • Infecções virais: HPV (colo do útero); HIV aumenta vulnerabilidade.

Aproximadamente 30% dos casos poderiam ser evitados com hábitos saudáveis: não fumar, moderar álcool, alimentação variada e pouco ultraprocessada, atividade física regular e controle do peso.

Perguntas frequentes sobre exames de rotina para prevenção do câncer

1. Quem deve começar o check-up anual e quando?

Em geral, homens e mulheres a partir dos 30 anos, com consulta clínica e exames básicos — mesmo sem sintomas. Não substitui rastreamentos específicos (mamografia, Papanicolau, etc.).

2. A partir de que idade fazer mamografia?

MS/INCA: 50–69 anos, a cada 2 anos. Sociedades internacionais: iniciar aos 40, anual. Histórico familiar: começar 10 anos antes do caso mais jovem na família.

3. Homens podem ter câncer de mama?

Sim, embora seja raro. Fique atento a nódulos, retração do mamilo e secreção sanguinolenta.

4. Todas as mulheres precisam fazer Papanicolau?

Indicado para quem já teve atividade sexual. Não é necessário para mulheres sem vida sexual, pós-histerectomia total por motivos não oncológicos ou acima de 64 anos com histórico de exames normais (confirmar com o médico).

5. E se um exame indicar alteração suspeita?

São feitos exames confirmatórios (ex.: ultrassom, biópsia, colposcopia). O passo seguinte é não interromper a investigação até concluir o diagnóstico.

6. Diferença entre diagnóstico precoce e rastreamento?

Rastreamento: em assintomáticos, por faixa etária/risco. Diagnóstico precoce: investigação diante de sintomas. São estratégias complementares.

7. Tomei vacina contra HPV. Ainda preciso do Papanicolau?

Sim. A vacina não cobre todos os subtipos e muitas mulheres já tiveram contato com o HPV antes da imunização. Mantenha o exame até os 64 anos (ou conforme orientação médica).

8. Câncer de mama hereditário é frequente?

Não. Apenas 5%–10% dos casos são hereditários (BRCA1/BRCA2). A maioria é esporádica, ligada ao envelhecimento e fatores ambientais.

Leia também: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

Este conteúdo é informativo e não substitui avaliação médica. Procure seu(ua) médico(a) para um plano de rastreamento personalizado.

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