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Espinhas na vida adulta: entenda as causas os principais tratamentos
Dermatologista explica por que o problema persiste depois da adolescência e como cuidar da pele para evitar cicatrizes
Dra. Gabriela Capareli
5min • 3 de out. de 2025

As espinhas costumam ser associadas à adolescência, mas muitas pessoas continuam lidando com elas na fase adulta. O incômodo não é apenas no espelho, pois as espinhas podem impactar a autoestima, as relações sociais e até a saúde emocional. Mas afinal, por que as espinhas aparecem mesmo depois dos 30 anos?
Segundo a dermatologista Gabriela Capareli, o primeiro passo é entender que a acne é uma doença crônica da pele que pode acontecer em qualquer idade.
“Ela é dividida em graus de intensidade, desde uma pele oleosa com pequenos comedões (cravos) até lesões nodulares inflamadas que podem deixar cicatrizes (espinhas)”.
Vamos entender a seguir em que casos as espinhas podem surgir na vida adulta e como lidar com esse problema!
Espinhas na vida adulta: uma manifestação da acne
Na adolescência, a acne (entupimento dos poros que causa cravos e espinhas) aparece sobretudo pela ação dos hormônios sexuais, que estimulam a produção de sebo. Isso aumenta a oleosidade da pele e favorece a inflamação dos folículos.
“A alimentação também influencia, principalmente quando há um excesso de produtos lácteos”, explica Gabriela.
Já as espinhas na vida adulta têm como causa principal o desequilíbrio hormonal.
“Nas mulheres, a síndrome dos ovários policísticos tem como um dos sintomas o aparecimento de acne. É muito comum também na fase adulta o aparecimento de acne devido ao uso de hormônios anabolizantes, tanto por mulheres quanto por homens”.
Além da questão hormonal, doenças endocrinológicas, estresse e predisposição genética também estão entre os fatores desencadeantes das espinhas na vida adulta. O estresse, por exemplo, estimula a produção de cortisol, um hormônio que pode causar a inflamação da pele. O excesso de açúcares e comidas gordurosas também pode influenciar.
O erro mais comum: espremer as espinhas
A cena é frequente: ao notar uma espinha inflamada, muitas pessoas recorrem ao espelho e tentam eliminá-la. Apesar de parecer um gesto inofensivo, a prática é arriscada e pode agravar muito o quadro. Quando a pele é manipulada de forma incorreta, a inflamação aumenta, há risco de introdução de bactérias e, em vez de desaparecer, a lesão pode evoluir para uma infecção mais séria.
A dermatologista reforça o alerta: “Em hipótese alguma deve-se manipular as lesões de acne. Isso deve ser feito em consultório, por profissional especializado, com todos os métodos de assepsia da pele. Caso contrário, há risco de infecção grave e de formação de cicatrizes difíceis de eliminar.”
A diferença entre a extração caseira e a feita em consultório é grande. No ambiente médico ou estético adequado, o profissional utiliza instrumentos esterilizados, técnicas específicas para reduzir o trauma da pele e, principalmente, protocolos de assepsia que impedem a entrada de micro-organismos causadores de infecção.
Leia também: Acne na adolescência: 10 mitos e verdades sobre a condição
Como tratar as espinhas na vida adulta
O tratamento para espinhas precisa ser individualizado, considerando a causa e o grau da acne. Quando há desequilíbrios hormonais, é fundamental investigá-los e corrigi-los em parceria com endocrinologistas ou ginecologistas. Paralelamente, a dermatologia dispõe de diversas estratégias para controlar as lesões e reduzir a inflamação:
- Medicamentos tópicos com ácidos: retinoico, salicílico e outros, que ajudam a controlar a oleosidade e desobstruir os poros;
- Antibióticos orais: indicados para casos mais inflamatórios, quando há risco de piora ou disseminação das lesões;
- Isotretinoína oral (Roacutan): usada em quadros severos ou resistentes, sob acompanhamento médico rigoroso;
- Procedimentos dermatológicos: como laser, peelings químicos e limpezas profissionais, que auxiliam na redução das lesões.
“O tratamento para espinhas na vida adulta tem que ser direcionado para a causa. Se a origem da acne é hormonal, precisamos corrigir isso, além de usar todas as possibilidades dermatológicas disponíveis, desde limpezas até isotretinoína oral (Roacutan)”, reforça a médica.
Cuidados diários que fazem diferença
A rotina de cuidados com a pele é essencial para prevenir e controlar as espinhas. Gabriela recomenda lavar o rosto apenas duas vezes ao dia com sabonete adequado.
“Lavar mais vezes pode fazer com que a pele interprete que precisa produzir mais óleo para compensar a retirada excessiva do óleo”.
Outros hábitos importantes incluem remover completamente a maquiagem, usar protetor solar oil free e evitar cosméticos que possam obstruir os poros. Além disso, manter hábitos de vida saudáveis, como alimentação equilibrada, sono regular e manejo do estresse, ajuda a reduzir as crises.
O essencial é buscar acompanhamento profissional para identificar a causa e adotar a melhor estratégia. Quanto antes o tratamento começa, maiores as chances de preservar a saúde e a beleza da pele.
Perguntas e respostas sobre espinhas na vida adulta
1. O que são espinhas?
As espinhas são o resultado da inflamação da acne, uma doença crônica da pele causada pelo excesso de oleosidade e entupimento dos poros.
2. Por que as espinhas aparecem na vida adulta?
Na maioria dos casos, estão relacionadas a desequilíbrios hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos ou o uso de anabolizantes. Estresse, doenças endocrinológicas, genética e dieta rica em açúcares e gorduras também favorecem seu surgimento.
3. E na adolescência, qual é a principal causa?
O fator predominante são as oscilações hormonais típicas dessa fase, que aumentam a oleosidade da pele. O consumo excessivo de laticínios também pode agravar o quadro.
4. É seguro espremer espinhas em casa?
Não. A dermatologista alerta que “em hipótese alguma deve-se manipular as lesões de acne”, já que isso pode causar infecções graves e cicatrizes permanentes.
5. Quais são os principais tratamentos disponíveis para espinhas na vida adulta?
O tratamento é individualizado, podendo incluir ácidos tópicos (retinoico, salicílico), antibióticos orais, isotretinoína (Roacutan) e procedimentos dermatológicos, como laser, peelings químicos e limpezas de pele.
6. Que cuidados diários ajudam a controlar as espinhas na vida adulta?
Lavar o rosto no máximo duas vezes ao dia com sabonete adequado, retirar bem a maquiagem, usar protetor solar oil free e manter hábitos saudáveis de sono, alimentação e controle do estresse.
Leia também: Acne: o que é, sintomas, causas e tratamento