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SAÚDE MENTAL & EMOCIONAL

Drogas Z: o que são, como funcionam e quando são seguras

As chamadas “drogas Z”, como zolpidem e zopiclona, surgiram como alternativas aos calmantes tradicionais. Mas será que são realmente mais seguras?

Dr. Luiz Dieckmann

Dr. Luiz Dieckmann

5min • 7 de nov. de 2025

Mulher jovem senta na cama durante crise de insônia e considera usar alguma das drogas Z para voltar a dormir

As chamadas “drogas Z” são uma classe de medicamentos hipnóticos, ou seja, usados para tratar a insônia e ajudar o corpo a adormecer | Foto: Freepik

Nos últimos anos, o nome zolpidem se tornou comum nas conversas sobre insônia. Esses medicamentos, conhecidos como “drogas Z”, foram apresentados como uma solução moderna e menos arriscada do que os calmantes tradicionais usados por gerações anteriores — os famosos benzodiazepínicos, como clonazepam, alprazolam e bromazepam.

Mas será que as drogas Z cumprem essa promessa? Segundo o psiquiatra Luiz Dieckmann e a neurologista Paula Dieckmann, o segredo não está em demonizar ou glorificar os medicamentos, e sim em entender quando, como e por quanto tempo eles devem ser usados.

O que são as drogas Z e para que servem

As chamadas “drogas Z” são uma classe de medicamentos hipnóticos, usados para tratar a insônia e ajudar o corpo a adormecer. Os principais representantes são:

  • Zolpidem (de liberação imediata ou prolongada);
  • Zopiclona;
  • Eszopiclona.

Elas foram desenvolvidas para promover o sono com menos efeitos colaterais do que os benzodiazepínicos. Atuam em áreas do cérebro ligadas ao relaxamento e ao sono, estimulando principalmente os receptores do adormecimento — e não aqueles ligados ao relaxamento muscular ou efeito anticonvulsivante.

Assim, tendem a causar menos sonolência diurna, fraqueza muscular e menor risco de dependência em comparação com alguns benzodiazepínicos. Ainda assim, são medicamentos controlados, indicados apenas por tempo limitado e sob acompanhamento médico, pois também podem causar tolerância e dependência se usados de forma prolongada.

Por que elas surgiram e o que mudou em relação aos benzodiazepínicos

Durante décadas, fármacos como alprazolam (Frontal), bromazepam (Lexotan) e clonazepam (Rivotril) foram amplamente usados para ansiedade e insônia.

“Essas drogas causam tolerância e dependência, o que significa que o corpo vai se acostumando e exigindo doses cada vez maiores”, explica a neurologista Paula Dieckmann.

Foi nesse contexto que surgiram as drogas Z, com a promessa de menor risco de dependência e ação mais direcionada ao sono. No entanto, o psiquiatra Luiz Dieckmann faz um alerta:

“Não existe remédio ruim, existe medicamento mal utilizado. Assim como os benzodiazepínicos não são vilões, as drogas Z também não são. Quando bem indicadas, na dose certa e pelo tempo adequado, podem ser aliadas valiosas no tratamento desses pacientes”.

Riscos e cuidados no uso das drogas Z

Apesar dos benefícios, o uso prolongado ou inadequado pode trazer riscos. Entre os efeitos colaterais descritos em estudos estão:

  • Sonolência excessiva no dia seguinte;
  • Tontura e confusão mental;
  • Alterações de memória;
  • Comportamentos automáticos (andar ou comer dormindo);
  • Dependência e tolerância com o uso prolongado.

Esses medicamentos devem ser prescritos com cautela, especialmente em idosos, devido ao risco aumentado de quedas e prejuízos cognitivos. Jamais use sem orientação médica.

Tratamentos alternativos e complementares

Além dos medicamentos, há estratégias que melhoram o sono de forma natural e duradoura:

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para insônia — considerada o tratamento mais eficaz a longo prazo;
  • Atividade física regular;
  • Redução de cafeína, nicotina e álcool;
  • Rotina de sono consistente, com horários regulares para dormir e acordar.

Essas medidas reduzem a necessidade de medicamentos e promovem um sono mais natural e restaurador.

Leia mais: Tem insônia? Veja o que fazer para voltar a dormir bem

Veja mais aqui:

 

Perguntas frequentes sobre drogas Z

1. O que são as drogas Z?

São medicamentos hipnóticos usados para tratar insônia. Os principais são zolpidem, zopiclona e eszopiclona.

2. Elas causam dependência?

Sim. Embora o risco seja menor que o dos benzodiazepínicos, podem causar dependência se usadas por períodos longos ou sem supervisão médica.

3. Posso tomar zolpidem todos os dias?

Não sem orientação médica. O uso contínuo aumenta o risco de tolerância (necessidade de doses maiores) e dependência.

4. Drogas Z são mais seguras que calmantes como Rivotril?

Depende do caso. Elas têm menor potencial de dependência, mas podem causar sonolência diurna e outros efeitos. Ambas requerem acompanhamento profissional.

5. O que é melhor para tratar insônia: remédio ou terapia?

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é o tratamento de primeira escolha para insônia crônica. Os medicamentos devem ser usados por tempo limitado e apenas quando indicados.

6. Por que algumas pessoas fazem coisas dormindo ao usar zolpidem?

Esse é um efeito colateral chamado automatismo do sono, quando a pessoa realiza ações (como andar ou comer) sem consciência. O uso precisa ser reavaliado imediatamente.

7. É perigoso misturar drogas Z com álcool ou outros remédios?

Sim. A combinação aumenta a sedação e pode causar confusão mental, quedas ou até parada respiratória.

Veja também: Higiene do sono: guia prático para dormir melhor e cuidar da saúde

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Escrito por Dr. Luiz Dieckmann

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