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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Dor de cabeça: quando é normal e quando é sinal de alerta 

A dor de cabeça é uma das queixas médicas mais comuns. Na maioria das vezes é inofensiva, mas em alguns casos pode indicar algo mais sério; saiba como diferenciar

Dra. Isabella Segura

Dra. Isabella Segura

5min • 12 de out. de 2025

Mulher jovem de cabelos pretos e curtos sente dor de cabeça e coloca as mãos nas têmporas.

Quem nunca sentiu dor de cabeça depois de um dia estressante ou de horas olhando para uma tela? A cefaleia, como é chamada pelos médicos, é um sintoma extremamente comum e, na maioria das vezes, benigno. Mesmo assim, é importante entender que nem toda dor é igual e que, em algumas situações, ela pode ser sinal de algo mais grave.

Aprender a reconhecer os tipos de dor de cabeça e identificar os sinais de alerta ajuda a evitar preocupações desnecessárias e, ao mesmo tempo, garante que casos graves sejam detectados e tratados a tempo.

Tipos de dor de cabeça

As dores de cabeça se dividem em dois grandes grupos:

  • Cefaleias primárias: quando não há uma causa grave por trás. Essas são as mais comuns.
  • Cefaleias secundárias: quando a dor é consequência de outra condição, como infecção, trauma ou sangramento.

A seguir, conheça os principais tipos de cefaleia primária, que representam a maioria dos casos.

1. Cefaleia tensional

É o tipo mais frequente de dor de cabeça e pode durar horas. Os sintomas são:

  • Dor dos dois lados da cabeça, em aperto ou pressão;
  • Intensidade leve a moderada;
  • Constante, mas não incapacitante;
  • Não piora com esforço físico;
  • Costuma aparecer no fim do dia, após estresse ou cansaço.

Subtipos:

  • Episódica infrequente: menos de 1 dia por mês;
  • Episódica frequente: de 1 a 14 dias por mês;
  • Crônica: 15 dias ou mais por mês, e pode afetar bastante a qualidade de vida.

2. Enxaqueca (ou migrânea)

É menos comum, mas muito mais incapacitante. Veja os sintomas:

  • Dor geralmente de um lado só da cabeça, pulsátil ou latejante;
  • Intensidade moderada a forte;
  • Pode vir com náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia);
  • Piora com esforço físico;
  • Dura entre 4 e 72 horas quando não tratada.

As principais causas são histórico familiar, ciclo menstrual, cheiros fortes ou mudanças hormonais.

Aura na enxaqueca

Algumas pessoas sentem sintomas de aviso antes da dor, chamados de aura:

  • Pontos ou luzes brilhantes, visão borrada ou em zigue-zague;
  • Formigamento, dormência ou dificuldade para falar.

Esses sinais costumam durar de 5 a 60 minutos e desaparecem antes do início da dor.

3. Cefaleia em salvas

É uma forma rara, mas extremamente dolorosa. Os principais sintomas são:

  • Dor muito forte, sempre de um lado só da cabeça, geralmente ao redor do olho;
  • Pode vir acompanhada de olho vermelho, lacrimejamento e nariz entupido ou escorrendo;
  • As crises são intensas e em série, deixando a pessoa agitada e inquieta;
  • Dura de 15 a 180 minutos;
  • Mais comum em homens, mas pode afetar mulheres.

Esse tipo de dor de cabeça exige acompanhamento com neurologista.

Diagnóstico das cefaleias

O primeiro passo do médico é descartar causas secundárias, como infecções, trauma, sangramento ou uso excessivo de medicamentos. Quando nenhuma causa é identificada, define-se o tipo de cefaleia primária.

O diagnóstico é baseado em:

  • História clínica detalhada: isso leva em conta características da dor, sintomas associados, histórico familiar;
  • Exame físico neurológico.

Em casos típicos de cefaleias primárias, não é necessário realizar exames complementares. Exames como tomografia ou ressonância magnética são indicados apenas quando há sinais de alerta ou dúvidas diagnósticas.

Tratamento das cefaleias primárias

O tratamento varia conforme o tipo de dor e pode ter objetivo abortivo, que é o de aliviar a crise, ou preventivo, quando busca-se evitar a recorrência da dor.

  • Cefaleia tensional: uso de analgésicos ou anti-inflamatórios prescritos pelo médico;
  • Enxaqueca: além dos analgésicos, pode ser necessário tratamento dos sintomas associados (como náusea) e uso de medicações específicas. Se as crises forem frequentes, o médico pode indicar tratamento profilático para prevenção;
  • Cefaleia em salvas: o tratamento é feito com oxigênio e acompanhamento neurológico especializado.

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Quando a dor de cabeça pode ser grave

As cefaleias secundárias são menos comuns, mas podem ser sinais de doenças sérias e até fatais. Procure atendimento médico imediato se houver:

  • Dor súbita e intensa, que atinge o auge em segundos (cefaleia em trovoada);
  • Dor acompanhada de febre, perda de peso ou rigidez no pescoço;
  • Início após os 50 anos;
  • Ocorrência em gestantes, mulheres no pós-parto ou pessoas com baixa imunidade;
  • Dor que piora com tosse, esforço ou mudança de posição;
  • Alterações visuais, confusão mental ou perda de consciência.

Nesses casos, o médico pode solicitar exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia, para identificar a causa.

Perguntas frequentes sobre dor de cabeça

1. Toda dor de cabeça é perigosa?

Não. A maioria é benigna e se enquadra nas cefaleias primárias, como a tensional ou a enxaqueca.

2. Posso tratar a dor de cabeça em casa?

Sim, quando o diagnóstico é de cefaleia primária. O médico pode indicar analgésicos simples e medidas de repouso e hidratação.

3. O que fazer quando o remédio não alivia a dor?

Se os sintomas persistirem ou piorarem, é importante consultar um neurologista para reavaliar o tipo de cefaleia e ajustar o tratamento.

4. Existe cura para enxaqueca?

Não há cura definitiva, mas existem tratamentos preventivos que reduzem a frequência e a intensidade das crises.

5. Dor de cabeça com aura é perigosa?

Nem sempre. A aura é um sintoma comum da enxaqueca, mas se for nova, intensa ou vier acompanhada de confusão ou perda de força, procure um médico.

6. É normal ter dor de cabeça todos os dias?

Não. Cefaleias diárias podem indicar forma crônica ou uso excessivo de medicamentos e precisam ser avaliadas.

7. Quando devo procurar o hospital?

Procure urgência médica se a dor for súbita, intensa ou vier acompanhada de febre, rigidez no pescoço, perda de visão ou desmaios.

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Escrito por Dra. Isabella Segura

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