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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Dor abdominal do lado esquerdo? Veja se pode ser diverticulite 

Saiba identificar sinais de alerta e o que fazer para evitar complicações

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 4 de dez. de 2025

Imagem de uma mulher com dores abdominais em sinal de diverticulite aguda.

A diverticulite aguda é uma inflamação dos divertículos do intestino grosso e pode levar a complicações importantes se não tratada | Foto: Freepik

A diverticulite aguda é uma condição relativamente comum e que costuma gerar muita preocupação quando aparece. Ela envolve a inflamação de pequenos “sacos” que se formam nas paredes do intestino grosso, os divertículos.

Embora muitas vezes seja leve, pode se tornar séria quando surgem complicações. Por isso, reconhecer os sintomas e procurar atendimento médico rápido é essencial.

Nos últimos anos, estudos mostraram que alimentação pobre em fibras, constipação crônica e hábitos de vida pouco saudáveis aumentam o risco da doença. A boa notícia é que muitas dessas causas podem ser prevenidas com mudanças simples no dia a dia, especialmente na dieta e nos hábitos de vida.

O que é a diverticulite aguda?

A diverticulite aguda é a inflamação de um ou mais divertículos, estruturas em forma de pequenos sacos que se formam em áreas mais frágeis da parede do intestino grosso.

É importante diferenciar:

  • Diverticulose: presença dos divertículos, sem inflamação.
  • Diverticulite: quando esses divertículos inflamam.

Os divertículos surgem principalmente pelo aumento da pressão dentro do intestino, muito associado a dietas pobres em fibras e à constipação crônica.

Principais sintomas

  • Dor abdominal aguda, mais frequente no lado inferior esquerdo
  • Febre
  • Massa palpável no abdômen, percebida no exame físico
  • Constipação ou diarreia, que podem variar conforme a área inflamada

Complicações possíveis

A diverticulite pode evoluir para complicações, principalmente quando não tratada.

Obstrução intestinal

Acontece pela inflamação ou compressão causada por um abscesso, dificultando a passagem das fezes. Sintomas: dor intensa, náuseas, vômitos, distensão abdominal e constipação.

Abscesso

É uma coleção de pus ao redor do divertículo inflamado. A suspeita aumenta quando não há melhora da dor após 3 dias de antibióticos.

Perfuração

Acontece quando o divertículo se rompe, permitindo vazamento de conteúdo intestinal para o abdômen. É uma complicação grave, com risco de morte. Sinais importantes: abdômen rígido, distendido e sem ruídos intestinais.

Fístula

Comunicação anormal entre o intestino e outros órgãos — mais comum com a bexiga. Pode causar saída de ar ou fezes pela urina e dor ao urinar.

Causas e fatores de risco

A diverticulite não tem uma causa única, mas vários fatores contribuem:

  • Dieta rica em carne vermelha e pobre em fibras
  • Sedentarismo
  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Consumo excessivo de álcool
  • Uso de medicamentos como corticoides, anti-inflamatórios e opioides
  • Histórico familiar de diverticulite
  • Doenças associadas, como diabetes e doenças cardiovasculares

Esses fatores favorecem um ambiente inflamatório crônico e mudanças na microbiota intestinal, que aumentam o risco de inflamação dos divertículos.

Diagnóstico

O diagnóstico envolve:

  • Avaliação clínica dos sintomas e exame físico
  • Exames laboratoriais, que podem mostrar infecção ou inflamação
  • Exames de imagem, como ultrassom, tomografia ou ressonância, que confirmam a inflamação e identificam complicações

Outros exames podem ser realizados para descartar outras causas de dor abdominal.

Tratamento

O tratamento depende da gravidade:

Casos leves

Podem ser tratados em casa com:

  • Dieta líquida ou pastosa temporariamente
  • Analgésicos
  • Antibióticos (decisão individualizada pelo médico)

Casos moderados a graves

Requerem internação com:

  • Antibióticos endovenosos
  • Hidratação venosa
  • Jejum inicial, com retorno gradual da dieta
  • Reavaliação por exames caso não haja melhora após 2 a 3 dias

Complicações

Na maioria dos casos complicados, o tratamento cirúrgico é indicado.

Prevenção

A prevenção passa principalmente por mudanças no estilo de vida:

  • Dieta rica em fibras (frutas, verduras, legumes, grãos)
  • Beber água regularmente
  • Praticar atividade física
  • Perder peso, se necessário
  • Cessar tabagismo
  • Evitar uso frequente de anti-inflamatórios

Essas medidas ajudam a reduzir a pressão no intestino e a manter o trânsito intestinal regular.

Confira: Dor abdominal: quais podem ser as causas desse sintoma tão frequente?

Perguntas frequentes sobre diverticulite aguda

1. Diverticulite sempre precisa de antibiótico?

Não. O uso é individualizado e depende da avaliação médica.

2. É preciso fazer cirurgia sempre que tenho diverticulite?

Não. A maioria dos casos melhora com tratamento clínico. A cirurgia é reservada para complicações.

3. A dor da diverticulite é sempre no lado esquerdo?

Geralmente sim, mas pode variar conforme a área do intestino afetada.

4. Quem já teve diverticulite pode ter de novo?

Sim, especialmente se não fizer mudanças no estilo de vida.

5. A diverticulose vira diverticulite?

Pode virar, mas nem sempre. Muitas pessoas têm divertículos sem inflamação ao longo da vida.

6. Como saber se meu caso é grave?

Febre alta, dor intensa e piora progressiva são sinais de alerta — procure atendimento imediatamente.

Veja mais: Apendicite aguda: como reconhecer os sintomas e quando correr para o hospital

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Foto de Dra. Juliana Soares

Escrito por Dra. Juliana Soares

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