PREVENÇÃO & LONGEVIDADE
Desfibrilador automático: o aparelho que pode salvar vidas em minutos
Cada vez mais presente em aeroportos, shoppings e estádios, o desfibrilador automático ajuda a reverter paradas cardíacas e pode ser usado até por quem não é médico

Dra. Juliana Soares
5min • 28 de set. de 2025

Quando uma pessoa sofre uma parada cardíaca, o tempo é o fator mais crítico. A cada minuto sem atendimento, as chances de sobrevivência caem em torno de 7% a 10%, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Por isso, encontrar um desfibrilador automático em locais como shoppings, aeroportos ou estádios pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Os desfibriladores externos automáticos (DEA) foram desenvolvidos justamente para esses momentos. Pequenos, portáteis e fáceis de usar, eles podem ser manuseados não apenas por médicos, mas por qualquer pessoa presente no local, seguindo as instruções do aparelho.
O que é um desfibrilador e para que serve?
O coração funciona a partir de impulsos elétricos que coordenam os batimentos. Quando há uma arritmia grave, como a fibrilação ventricular, esses impulsos ficam desorganizados e o coração perde a capacidade de bombear sangue. O desfibrilador emite um choque controlado, capaz de “resetar” o sistema elétrico e permitir que o coração volte ao ritmo normal.
Sem essa intervenção rápida, a pessoa pode evoluir para morte súbita em poucos minutos.
Como funcionam os desfibriladores automáticos (DEA)?
- Ligar o aparelho: basta abrir a caixa e apertar o botão de ligar;
- Instruções de voz e imagens: o aparelho orienta cada passo para salvar a vítima;
- Colocação dos eletrodos: adesivos são fixados no peito da vítima, conforme indicado;
- Análise do ritmo cardíaco: o DEA verifica automaticamente se o choque é necessário;
- Aplicação do choque: se indicado, o aparelho avisa quando apertar o botão e alerta para que todos se afastem.
Importante: o equipamento só libera o choque se realmente for necessário, garantindo segurança mesmo quando usado por leigos.
Quem pode usar o DEA em locais públicos?
O DEA foi desenvolvido para que qualquer pessoa possa usá-lo em emergências. O aparelho guia o socorrista com comandos de voz. Ainda assim, cursos de primeiros socorros e RCP aumentam a confiança de quem presta o socorro.
Onde os desfibriladores automáticos estão disponíveis?
É cada vez mais comum encontrar DEAs em locais como:
- Aeroportos e rodoviárias;
- Shoppings e centros comerciais;
- Estádios e ginásios esportivos;
- Escolas, universidades e academias;
- Estações de metrô e prédios públicos.
Geralmente, ficam em caixas de vidro sinalizadas e com alarmes que disparam quando abertas, indicando emergência.
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Importância do DEA em espaços públicos
- Velocidade: o tempo até a chegada da ambulância pode ser longo; o DEA aumenta as chances de sobrevivência até o socorro;
- Maior chance de vida: quando usado nos primeiros 3 a 5 minutos, pode elevar em até 70% a chance de sobrevivência;
- Complemento da RCP: o desfibrilador deve ser usado junto com compressões torácicas.
Perguntas frequentes sobre desfibriladores automáticos
1. O DEA pode ser usado em qualquer pessoa que desmaia?
Não. Ele só é indicado em casos de parada cardíaca por arritmias graves. O aparelho identifica se o choque é necessário.
2. Preciso ser médico para usar um desfibrilador automático?
Não. O DEA foi projetado para uso por leigos, com instruções claras em voz alta e imagens.
3. O choque do DEA pode machucar quem está por perto?
Não, desde que todos se afastem no momento do disparo, conforme orienta o aparelho.
4. O DEA substitui a massagem cardíaca (RCP)?
Não. As compressões devem começar imediatamente e o DEA deve ser usado assim que possível.
5. O aparelho pode errar na análise?
Não. Ele só reconhece arritmias que exigem choque. Se não houver necessidade, não dispara.
6. Qual a diferença entre desfibrilador automático (DEA) e manual?
O manual é usado por profissionais em hospitais. O DEA é automático, guiado por voz, e pode ser usado em locais públicos por qualquer pessoa.
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